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No WhatsApp, Luciano Hang ataca Igreja Católica e padre Lancelotti

“Não podemos dar moleza para essa turma só porque são padres”, afirmou empresário bolsonarista Luciano Hang

atualizado

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Empresário Luciano Hang
1 de 1 Empresário Luciano Hang - Foto: Divulgação

O empresário bolsonarista Luciano Hang atacou, no domingo (29/5), a Igreja Católica e o padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo, que ajuda pessoas em situação de rua. Em grupo de WhatsApp com outros empresários, Hang disse que padres que auxiliam pessoas pobres estão errados e que a Igreja é “cúmplice das mazelas do PT”.

As mensagens foram enviadas no grupo Empresários & Política. A conversa começou quando outro integrante compartilhou uma reportagem do site Brazil Journal, publicada no sábado (28/5), intitulada “Na São Paulo gélida, um padre e a (verdadeira) mão de Deus”. Uma foto de Lancellotti ilustra o texto.

Hang respondeu: “É da turma do Lula. Hipocrisia pura. Temos que ensinar a pescar, e não dar o peixe. Cada dia que passa é mais malandro vivendo nas costas de quem trabalha”, acrescentando: “Quem defende bandido, bandido é”.

Ao contrário do que insinuou Hang, a reportagem não citou nenhum suposto crime, mas apenas pessoas em situação de rua passando frio na cidade de São Paulo. Na semana anterior, a onda de frio matou pelo menos um homem na rua.

Para Hang, padres envolvidos em obras sociais, como Lancellotti, não estariam do lado certo. “Não podemos dar moleza para essa turma só porque são padres. Ou ficam do lado certo ou devemos cobrar coerência do que eles pregam”, prosseguiu.

O dono das lojas Havan sustentou ainda que a Igreja Católica ajudou o PT e seria “cúmplice” dos governos petistas. “A Igreja Católica é cúmplice das mazelas do PT. Foram os fiadores de tudo o que aconteceu. Não podemos generalizar, mas ajudaram bastante o PT a chegar ao poder.”

Em outro trecho da conversa, Hang se referiu a dom José Gomes, bispo de Chapecó (SC) até 1998. O padre morreu em 2002. “Aqui em Santa Catarina tinha um bispo em Chapecó, dom José, responsável pela Pastoral da Terra e também por todos os petistas que estão incomodando até hoje. Ainda tem uma turma, mas diminui a cada dia. Tem melhorado intensamente.”

Procurado, Luciano Hang não respondeu antes da publicação da reportagem.

(Atualização, às 12h24 de 31 de maio de 2022: Após a publicação da reportagem, Hang entrou em contato com a coluna e afirmou que não é contra a ajuda a pessoas que precisam. Segundo ele, sua “crítica” ao padre Lancelotti é pelo que chamou de “doutrinação comunista”, que, segundo ele, o padre faria. Hang disse que ele próprio, católico, também ajuda obras sociais da Igreja, com doações em dinheiro e em alimentos. “Na semana passada, comprei R$ 10 mil em fichas de cachorros-quentes na festa da igreja de Azambuja”, afirmou, referindo-se à compra que fez na festa da igreja da região catarinense e doou para funcionários da Havan.)

Ele não doou, ele comprou R$ 10 mil em fichas de cachorro-quente, para ajudar a festa da igreja de Azambuja. Os cachorros-quentes foram doados aos colaboradores do Centro Administrativo da Havan

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O empresário Luciano Hang, 48, nascido no Vale do Itajaí, é dono da rede de lojas Havan.
Em 2018, durante as eleições, o empresário publicou vídeo no Facebook para anunciar o apoio ao, na época, candidato à presidência Jair Bolsonaro. Contudo, para pedir votos, ele pagou para impulsionar o vídeo, o que é considerado ilegal pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Ele acabou sendo condenado pelo TSE a pagar R$ 2 mil pela propaganda irregular
Na época, o catarinense chegou a gravar outro vídeo ameaçando os funcionários da rede. Segundo ele, se Bolsonaro perdesse, 15 mil colabores das lojas Havan seriam demitidos
Vestido de terno verde com gravata amarela, Luciano se apresentou em live, ao lado do já presidente Bolsonaro, como “véio da Havan”, em 2019
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Reprodução/Instagram
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O empresário Luciano Hang, 48, nascido no Vale do Itajaí, é dono da rede de lojas Havan.

Orlando Brito
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Em 2018, durante as eleições, o empresário publicou vídeo no Facebook para anunciar o apoio ao, na época, candidato à presidência Jair Bolsonaro. Contudo, para pedir votos, ele pagou para impulsionar o vídeo, o que é considerado ilegal pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

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Ele acabou sendo condenado pelo TSE a pagar R$ 2 mil pela propaganda irregular

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Na época, o catarinense chegou a gravar outro vídeo ameaçando os funcionários da rede. Segundo ele, se Bolsonaro perdesse, 15 mil colabores das lojas Havan seriam demitidos

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Vestido de terno verde com gravata amarela, Luciano se apresentou em live, ao lado do já presidente Bolsonaro, como “véio da Havan”, em 2019

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O empresário bolsonarista se intitulava como patriota, dizia que o governo estava 100% no caminho certo e que assinava embaixo de todas as decisões do presidente

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Com a saída de Sérgio Moro do governo, Luciano afirmou estar decepcionado e disse que não tinha político e nem partido de estimação

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Em 2020, a ex-presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa afirmou que Jair Bolsonaro efetuou uma série de interferências no órgão – incluindo a demissão dela – para atender interesses de Hang

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Após declaração do presidente, Luciano negou que teria pedido para o Bolsonaro interferir no Iphan por conta dele. Poucos meses depois, o dono da Havan também afirmou que não era bolsonarista, "como dizem"

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Hang era suspeito de financiar uma milícia digital que estaria a serviço de Bolsonaro desde a campanha de 2018. O empresário também teve a conta no Twitter bloqueada em 2020, após inquérito que investigava a disseminação de fake news e ameaças contra ministros da corte

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No final de 2020, a Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) pediu quebra de sigilo bancário e fiscal de Luciano Hang por disparo em massa de mensagens no WhatsApp para favorecer a campanha do então candidato Jair Bolsonaro em 2018

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Em setembro de 2021, Luciano Hang prestou depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPI) sob a suspeita de integrar o chamado gabinete paralelo formado por médicos e empresários que teriam aconselhado Bolsonaro na condução da pandemia da Covid-19

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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O dono da Havan, Luciano Hang, afirmou que cogita se candidatar nas eleições de 2022 para concorrer ao Senado Federal. O empresário também disse que o rótulo de aliado do Bolsonaro é usado de forma pejorativa e que não apoia tudo o que o presidente faz

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