Jair Bolsonaro não é um entusiasta da candidatura de Fabrício Queiroz, mas o presidente avalia que não tem como impedir que Fabrício Queiroz postule a um cargo em outubro.
Na avaliação do presidente, Queiroz candidato ressuscitaria permanentemente as denúncias de rachadinha, agravando um problema que Bolsonaro sabe existir.
Mas a leitura é que não há espaço para chegar em Queiroz e dizer a ele para não se candidatar. Mas só Bolsonaro pode apontar a razão por que acha que não pode contrariar o amigo dos tempos do Exército.
Na semana passada, o ex-policial militar disse que foi procurado por quatro partidos para conversar sobre sua filiação, mas que nada foi definido.
“Ainda não tem nada certo, mas ainda bem que as pessoas estão vindo me procurar e eu tenho espaço e oportunidades”, contou Queiroz à coluna.
Na última semana, Queiroz esteve em Brasília e se reuniu com a presidente do PTB, Graciela Nienov. Ela disse que qualquer eventual filiação dele deveria ser com o presidente do PTB no Rio de Janeiro, que, por sua vez, esnobou.
Por trás da candidatura de Queiroz, além do foro privilegiado, está a mágoa que ele tem do ex-sargento do Bope Max Guilherme Machado de Moura, assessor especial e segurança do presidente. Queiroz se ressente de Max não o ter apoiado nos últimos anos, em especial porque foi Queiroz quem o apresentou a Bolsonaro.

Fabrício José Carlos de Queiroz, de 56 anos, é ex-policial militar e ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro, o filho 01 do presidente da República Reprodução/ SBT

Amigo do clã Bolsonaro desde 1980, o ex-policial também foi motorista e segurança da família. Além dele, Márcia Oliveira de Aguiar, esposa de Fabrício, e as duas filhas do casal já trabalharam para FlávioReprodução/ Redes sociais

Após ser acusado de suposto envolvimento em esquema de rachadinha quando ainda assessorava o filho mais velho de Bolsonaro, Queiroz foi afastado do convívio da família do presidenteReprodução/ Redes sociais

A investigação realizada dentro do gabinete de Flávio Bolsonaro teve início no fim de 2018, quando a Polícia Federal investigava casos de corrupção dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Relatórios apontaram movimentações suspeitas de parlamentares e servidores da Casa legislativa. Um deles era QueirozReprodução/ Redes sociais

O Ministério Público do Rio de Janeiro descobriu, por meio de quebra de sigilo, que Fabrício movimentou milhões por meio de depósitos de dinheiro feitos por assessores ligados ao gabinete do filho mais velho do presidente. Com isso, Queiroz e Flávio passaram a ser suspeitos de organizar um esquema de "rachadinha" no gabinete do então deputado estadualReprodução/ Redes sociais

As investigações apontaram ainda repasse no valor de R$ 72 mil do ex-policial em 21 cheques para a primeira-dama Michele Bolsonaro. À época o presidente afirmou que foi pagamento de um empréstimoAgência Brasil

Fabrício e a esposa chegaram a ser presos preventivamente após mandado de prisão e de busca e apreensão, mas tiveram a prisão revogada pelo STJ em 2021Reprodução/Redes sociais

Recentemente, surgiram informações de que Queiroz estaria interessado em se candidatar para as eleições de 2022. Ele, inclusive, afirmou ter recebido convites de filiação de quatro partidos Reprodução/ Redes sociais

“Ainda não tem nada certo, mas ainda bem que as pessoas estão vindo me procurar e eu tenho espaço e oportunidades”, disse Queiroz sobre a possibilidade de se lançar como candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro nas eleições deste anoReprodução/ Redes sociais

Além disso, postagem feita nas redes sociais no início de 2022 reforça indícios de candidatura. As imagens, nas quais Fabrício aparece em manifestações bolsonaristas e ao lado de Bolsonaro, trazem marca com o nome Queiroz sobre as cores verde e amarela e a inscrição “estamos juntos nessa luta”Reprodução/ Redes sociais

Segundo o colunista Guilherme Amado, Queiroz esteve em Brasília e se reuniu com a presidente do PTB, mas disse que nada foi definidoReprodução