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Amiga de Calabresa acusa Melhem de “distorcer” seu depoimento sobre festa do “Zorra”

Psicóloga Maíra Perazzo fala pela primeira vez sobre o caso; humorista Marcius Melhem é investigado por assédio sexual

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
Maíra Perazzo
1 de 1 Maíra Perazzo - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

A primeira acusação de assédio sexual contra o humorista Marcius Melhem, feita pela atriz Dani Calabresa ao compliance da TV Globo em janeiro de 2020, tinha como um de seus principais episódios uma comemoração dos 100 episódios do “Zorra”, um dos programas do núcleo de humor que Melhem dirigia. Naquela festa, ocorrida em 2017, Melhem teria tentado agarrar Calabresa e beijá-la à força e, em um momento em que a imobilizava, teria colocado o pênis para fora. Melhem nega tudo e, ao fazê-lo, na Justiça e em entrevistas, trouxe a público uma amiga de Calabresa, a psicóloga Maíra Perazzo, que estava na festa e, na visão de Melhem, seria sua testemunha de defesa.

A citação de Melhem tragou Perazzo para o centro da história, embora ela não seja do meio artístico e não tenha um papel relevante para determinar se o diretor assediou ou não a atriz — como a própria esclarece nesta entrevista à coluna, a primeira que dá sobre o caso.

Perazzo decidiu falar pela primeira vez por, segundo ela, ter visto Melhem mais uma vez “distorcer” em uma entrevista o que ela disse no depoimento que, a pedido da defesa dele, prestou à Justiça.

“Me pareceu que ele tava tentando ficar com a Dani e ela estava se esquivando. O Marcius distorceu o que eu disse na audiência. Eu não disse que não houve assédio, eu falei que nós duas não conversamos sobre isso”, afirmou Perazzo à coluna.

A festa dos cem episódios do “Zorra” foi em 4 de novembro de 2017, no bar Vizinha 123, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, e reuniu cerca de 80 pessoas, entre elenco, direção e equipe técnica. Calabresa estava com Perazzo, que havia viajado de São Paulo ao Rio para acompanhar a amiga.

Segundo reportagem da revista piauí, Calabresa esquivou-se de Melhem em diferentes momentos da noite, entre eles enquanto diversos amigos cantavam no karaokê. Nesse momento, ainda de acordo com a piauí, o humorista forçava o corpo contra o dela.

Maíra Perazzo

Depois de um tempo, Melhem a teria surpreendido e tentado agarrá-la. Ao tentar desviar, a atriz teria batido a própria cabeça contra a parede. Melhem a teria imobilizado e novamente tentado beijá-la, sem sucesso. O humorista teria lambido Calabresa e, na sequência, tirado o pênis para fora. Ao tentar se desvencilhar do chefe, a comediante contou ter encostado o braço no pênis dele.

Em algum momento, Dani teria puxado Perazzo e a jogado para Melhem, segundo ela com o objetivo de conseguir se livrar do humorista. A psicóloga e ele se beijaram e ficaram por cerca de 10 minutos.

A versão de Melhem é outra. Em entrevistas, ele negou que tenha feito algo contra a vontade de Calabresa. Negou o ataque e disse que não tentou agarrar a atriz. Uma reportagem da revista Veja, com a narrativa dele sobre os fatos, afirmou que ele e Dani se beijavam numa área reservada da festa quando a atriz teria puxado Perazzo para junto dos dois, formando um trio. Tanto Calabresa quanto Perazzo negam que isso tenha ocorrido. A psicóloga confirma ter beijado o humorista, mas nega que os três tenham ficado. Segundo Melhem, tudo teria ocorrido de forma consensual.

A despeito da amizade com Dani, Perazzo foi chamada ao processo como testemunha de Melhem para confirmar a história. Na entrevista à coluna, publicada no último dia 24, o humorista citou o fato de Calabresa não ter mencionado a amiga no primeiro depoimento à Ouvidoria do Conselho do Ministério Público como um indício de que a atriz mentia. Nesta entrevista, Perazzo revela ter pedido à amiga para que não a envolvesse no episódio, por medo da exposição. E critica Melhem por a ter exposto.

Leia abaixo a entrevista.

O que você viu na festa de comemoração dos 100 episódios do Zorra?
Eu moro em São Paulo e fui para o Rio de Janeiro para acompanhar a Dani na festa. Quando estávamos lá, eles exibiram o centésimo episódio do Zorra e depois começou uma festa com karaokê. Quando a Dani estava em cima do palco para cantar, eu percebi que ela estava se esquivando do Marcius quando ele tentava beijá-la. Eu vi também que ela tentava ficar em grupos de pessoas em que ele não estava. Bem no final da festa, já de madrugada, a Dani me puxou para uma área que era um pouco mais reservada — eu acho que o espaço era usado em outras festas como a cabine do DJ. Mas, naquela noite, o DJ se instalou em outro lugar. Essa área era um pouquinho mais escura e reservada, não tinha tanta gente. Ela me puxou, o Marcius estava ali e eu beijei ele naquele momento.

A Dani e o Marcius se beijaram também?
Não. Ela só me puxou e saiu dessa área. Eu não entendi nada, eu achei que ele tinha pedido para ela me puxar para ficar comigo, alguma coisa assim. Eu tinha bebido na festa e não estava entendendo muito bem o que tinha acontecido. A gente se beijou durante uns 10 minutos naquela área reservada. Quando eu voltei para a pista, não tinha muita gente lá. Estava o Luís Miranda, a Dani e talvez o Paulo Mathias Jr. Logo em seguida, fomos embora eu, Dani e Luís. Talvez a gente tenha parado para comer no McDonald´s, eu não lembro direito. Faz seis anos.

Quando você chegou nessa área reservada e viu o Marcius e Dani juntos, o que te pareceu olhando de longe?
Me pareceu que ele estava tentando ficar com a Dani e ela estava se esquivando. Todas as vezes que eu vi eles juntos na festa, era isso que estava acontecendo. Na área reservada, ela só me puxou e saiu. Eu achei na hora que ele tinha falado alguma coisa para ela que ele queria ficar comigo. Depois em uma outra conversa, outro dia, depois de um outro fato que aconteceu, ela veio se abrir. Só então, eu soube de tudo que estava acontecendo, mas até então naquele momento eu não sabia.

O que aconteceu depois da festa, quando vocês chegaram à casa da Dani?
A gente chegou na casa da Dani de madrugada e dormimos. No dia seguinte, ela foi trabalhar. Conversamos pouco sobre a festa. O Marcius distorceu o que eu disse na audiência. Eu não disse que não houve assédio, eu falei que nós duas não conversamos sobre isso. Nós não falamos sobre esse assunto, nós só falamos coisas boas da festa. Eu acredito — e eu disso isso na audiência — que ela deve ter tido algum tipo de bloqueio. Eu acredito que ela pode ter sido uma mulher que foi assediada na festa e depois só falou coisas boas sobre a noite. Nós comentamos sobre fatos engraçados, quem estava divertido e ela me contou que tinha beijado o Pedro. Eu imagino que a Dani e o Pedro ficaram no início da festa porque depois que eu beijei o Marcius, o evento acabou e a gente foi embora. Ele disse que eu falei que ela ficou com o Pedro depois disso. Não. A gente se beijou e eu fui embora. Não tinha mais festa acontecendo. No dia seguinte, a Dani foi gravar cedo, eu fiquei sozinha e depois eu voltei para São Paulo.

Você encontrou o Marcius depois da festa?
Depois que ficamos, ele começou a me seguir no Instagram e passou a comentar várias postagens que eu fazia nos Stories. Ficamos conversando, ele estava querendo me encontrar. Uma vez ele veio para São Paulo e queria me ver, mas não deu porque eu estava trabalhando. Mas na verdade, eu não quis encontrá-lo. Um mês depois da festa, eu fui para o Rio trabalhar. Eu quero deixar isso claro porque ele já disse que eu fui para o Rio ficar com ele. Como um bom machista, ele adora expor as mensagens das mulheres. Ele já expôs até Whatsapps meus e eu nunca o denunciei de assédio. Ele fez questão de mostrar um conversa comigo que eu digo apenas: “Hoje eu não posso encontrar porque vou trabalhar”. Ele responde: “Então vamos nos ver amanhã”. E nós combinamos de nos encontrar no dia seguinte. Inclusive, era aniversário do Luís [Miranda]. Eu falei para o Marcius que eu estava em um hotel no Centro e ele insistiu muito que o local era perto da casa dele. Ele disse que eu teria que passar na frente do prédio dele para ir na festa do Luís. O Marcius me pediu para subir rapidinho porque se eu não fosse, eu nunca mais iria ver ele e tal. Eu passei um pouquinho lá e a gente ficou. Ele fez questão de me expor e dizer que transamos. Fiquei um pouco com ele e logo fui embora.

Você já tinha comentando com a Dani que você tinha interesse no Marcius?
Não consigo te explicar o que aconteceu. Acho que eu estava com baixa autoestima, bem fraca na época, eu estava passando por alguns problemas. Nessas situações, a gente fica com pessoas que não nos atraem. Eu não tinha atração por ele. Era um momento muito ruim da minha vida. Acabei ficando com ele, porque ele estava me mandando mensagem, tentando me conquistar. Eu nem posso dizer que fiquei encantada, porque eu não fiquei, mas em um momento de fraqueza a gente pensa: “Por que não?”. Logo depois desse evento no Rio, eu contei para a Dani que ele estava me mandando mensagens e eu tinha ficado com ele. Nesse momento, a Dani se confidenciou comigo, chorou e disse que se sentia culpada de ter me jogado para ele na festa porque ela fez isso para se livrar dele.

Essa conversa aconteceu em 2018?
Eu falei para ela no final de 2017, logo depois que eu fiquei com o Marcius no Rio. Um mês depois da festa do Zorra. Era comecinho de dezembro. Nós conversamos, ela disse que tinha se sentido muito culpada de me jogar para ele, porque ela tava tentando se livrar dele. A Dani disse ainda que naquela festa ele não tinha sido apenas insistente, mas que o Marcius tinha sido tarado e que agarrou ela a força ao ponto de ela precisar virar a cabeça. Eu fiquei muito assustada, por isso nunca mais falei com o Marcius, nem em mensagem de Instagram, nem em foto, nada, zero. Depois da festa, acredito que por ele ter se sentido renegado por ela, ele foi ficando cada vez pior e ela foi confidenciando mais as coisas que ele fazia. Ela contou que o Marcius boicotava ela de trabalho, que toda mensagem tinha um duplo sentido, que ele nunca marcava reuniões na empresa, era sempre na casa dele. A Dani me disse que essas reuniões tinham ritmo de festa, pessoas bebendo, e ela ficava superincomodada de ir. Ela confidenciava muito essas coisas comigo. Até um dia em que ela me ligou, saindo da casa dele, chorando muito. O Marcius tinha humilhado a Dani na frente dos outros roteiristas. Ele falava que ela era difícil e estava impossível trabalhar com ela. A Dani foi embora e me disse: “Para mim não dá! Para mim chega. Cheguei no meu limite”. Depois disso, ela decidiu denunciar ele no compliance.

Maíra Perazzo

Isso já era 2019?
Sim. Ela marcou de denunciar, mas demorou um pouco para agendar a entrevista. Logo em seguida, ela conseguiu falar no compliance o que tinha passado. Depois, veio a matéria da piauí. O juiz da audiência me perguntou se a Dani tinha falado para mim que ia falar no compliance. Sim, ela me contou. Ela me contou o dia que ela foi, com quem ela falou, contou tudo. Ele me perguntou também se algum dia ela ela me contou que foi na mídia. Ela nunca me contou se algum dia foi na mídia. Quando saiu a piauí, inclusive, ela ficou muito assustada. Depois dessa matéria, o Marcius começou a fazer diversas entrevistas me citando, me usando como estratégia de defesa dele.

A linha de defesa do Marcius questiona a versão de vocês da história porque seria muita estranho uma mulher empurrar a amiga para ficar com um homem assediador. Mas foi exatamente isso que aconteceu. Na hora, eu só senti que ela me puxou para ficar com ele e saiu. Eu pensei: “Ela continua se esquivando dele e me puxou para ficar com ele”. Na primeira matéria que ele me expôs, ele diz que nós dois estávamos nos beijando durante a festa e eu puxei a Dani para formarmos um trio. Não sei se foi um delírio ou se foi uma estratégia antiga de defesa e depois ele mudou. Porque isso nunca aconteceu. Inclusive, só fiquei com ele em um momento da festa: quando a Dani me puxou naquela área reservada. Eu beijei o Marcius, acabou a festa e eu fui embora com a Dani. Em outro momento ele disse que ele estava ficando com a Dani e ela me puxou e ficarmos em trio. Nós nunca ficamos em trio. Isso nunca aconteceu. A Dani me puxou e saiu. Isso foi extamente o que aconteceu.

Quando você observava o Marcius e a Dani na festa, você sentia que ele estava tentando beijá-la, como uma paquera normal, ou que ele estava tentando agarrá-la?
Nas horas em que eu os vi no palco, eu não vi ele a agarrando, mas o vi insistindo. Onde ela ia, ele estava. Ela ia dançar e ele ia para o mesmo lugar. Eu fiquei com a impressão de um cara insistente, insistindo para ficar com ela. Mas a gente não entende as coisas no momento que elas acontecem, né? Acho que a Dani também não tinha atinado para a gravidade de ele ter batido a cabeça dela numa parede, tentado beijar ela a força, ela teve que se rebater e tal. Eu não vi isso também. Eu só vi um cara tentando ficar com uma menina. Depois, é claro você começa a pensar em milhões de coisas: não era um cara tentando ficar com uma menina, era o chefe tentando ficar com uma com uma funcionária. Eu fiquei com ele porque eu quis, ele não me assediou, mas ele não tem nenhum poder de subordinação sobre mim. Eu não sou nada dele. Eu não fui assediada, mas isso não quer dizer que ele não assediou outras tantas mulheres. Eu nunca denunciei ele de assédio, mas eu acredito que um assediador não é assediador 24 horas por dia. Ele não foi assediador comigo. Isso não quer dizer que não é ou não foi com outras. Eu não acredito que o Maníaco do Parque matou todas as mulheres que ele ficou, né? Se eu tivesse achado que ele havia me assediado, eu falaria. Mas eu tive a infelicidade de ficar com ele no pior momento da minha vida. Mas eu nunca o denunciei de assédio. Eu só não quero que ele distorça as minhas palavras e diga que eu falei que a Dani não foi assediada.

O Marcius distorceu outros pontos que você falou no seu depoimento?
Eu nunca falei que a Dani não foi assediada. Eu nunca falei isso. Eu falei que a gente não falou sobre isso depois da festa, que a gente só falou coisas boas da festa. Esse é dos pontos. Depois, quando ele fala: “Como assim a melhor amiga dela ficou comigo?”. Sim, eu fiquei. Mas eu não sabia da gravidade do que tinha acontecido. A Dani só atinou do assédio, acredito eu, depois de uma terapia. A mulher que já foi assediada não tem um padrão de comportamento. “Eu vou fazer isso e aquilo”. A gente vai sobrevivendo. Depois de que a gente é assediada, a gente sobrevive. Depois que a Dani atinou sobre a gravidade e me contou, eu nunca mais fiquei com ele.

Depois de tudo que saiu sobre a festa do Zorra, você acha que Dani mentiu sobre algum detalhe dessa história?
A Dani nunca mentiu. Ele expôs uma mensagem enviada por ela em que ela brinca sobre mim: “Vou te mandar a minha amiga embalada”. Eu entendo ela respondê-lo e continuar uma conversa normal com ele depois da festa. Ele não ainda não tinha deixado de ser o chefe dela. Ela também não tinha tomado gravidade da situação. Ela continuou convivendo com o Marcius e a Dani brincou com ele. Não foi uma surpresa para mim. Eu imaginei que eles continuaram conversando normalmente. Ela não pediu as contas depois da festa. A Dani continuou trabalhando. Inclusive, no dia seguinte, ela foi gravar com ele, né? Tem que viver.

De acordo com a revista Veja, a Justiça tentou algumas vezes te entregar a intimação. Por que isso aconteceu?
Ele [Melhem] disse que tentou por diversas vezes me encontrar para eu poder dar o depoimento e que eu fugia. Isso nunca foi verdade. Não sei por que os advogados dele não acharam o endereço da minha casa, eles só mandaram a notificação para o meu trabalho. Eu estava trabalhando híbrido. No dia que eu peguei a notificação, já tinha acontecido a primeira audiência. Quando eu recebi o oficial de justiça, eu fui na audiência e tinham mais duas testemunhas que também não conseguiram estar na primeira. Não teve polícia me buscando, não teve nada perto disso. Eu fui notificada, eu fui para a audiência e dei meu depoimento.

A Dani não mencionou você no primeiro depoimento que ela prestou para o Ministério Público. Na visão de Melhem, ela omitiu o seu nome porque ela tem algo a esconder. Você sabe por que a Dani não falou sobre a sua presença na festa?
Eu não tenho nenhuma relevância para esse processo. Eu só fiquei com ele. Se for assim, a gente teria que chamar todas as mulheres que ficaram com ele no Brasil. Eu também não queria ser exposta, né? A minha amiga me protegeu. Logo que saiu a piauí eu disse: “Putz, eu não quero ser exposta em nada disso”. Eu trabalho em um lugar em que eu preciso ser superdiscreta, eu não sou do meio artístico. A gente não tinha falado com nenhum veículo de imprensa. Eu pedi: “Dani, pelo amor de Deus não fala de mim. Eu não quero ser exposta em lugar nenhum”.

Você pediu, então?
Sim. Tanto é que meu nome não saiu em lugar nenhum por causa dela. Ele é quem me usa, ele me colocou como parte da estratégia de defesa dele. Como se isso mudasse tudo. Eu só sou uma pessoa que fiquei com ele. Se eu tivesse visto a Dani sendo empurrada no banheiro, por exemplo, óbvio que eu ia ser a primeira a me oferecer para testemunhar a favor dela. Mas eu não estava lá nessa cena. Eu só estou sendo exposta desnecessariamente: ele expôs mensagem, me expôs, tentou me desqualificar também como mulher. Ele faz questão de falar que eu fui transar na casa dele, ele poderia ter usado qualquer outra palavra. Ele quis obviamente me expor. Um padrão que só comprova o machismo, né? Eu acredito que eu nunca fui citada porque eu não tem menor relevância para esse processo.

Por que você decidiu falar depois de tantos anos da festa do Zorra e após dois anos da publicação da reportagem da piauí?
Porque faz dois anos que ele vem falando o meu nome e mentindo. Ele está distorcendo tudo que eu falei na audiência. Ele está tentando me usar como estratégia de defesa, o que não faz nenhum sentido porque nunca aconteceu um beijo em trio. Eu ter ficado com ele, não anula em nada ele ter assediado a Dani. Eu não fui assediada, mas isso não quer dizer que a Dani não foi assediada. Eu não ter visto a Dani ter sido assediada, não quer dizer que ela não foi assediada. Eu não minto em audiência, nem para você e nem para ninguém. Enfim, o que eu vi, eu falei. A audiência foi baseada no processo de calúnia dele contra a Dani. Então, o juiz me perguntou os fatos que saíram na piauí. “Você viu ele no palco tentando beijar a Dani?”. Sim, eu vi. “Você viu o Marcius batendo a cabeça na parede?”. Não, eu não vi. “Você viu a Dani beijando o Marcius?”. Não, eu não vi. Ela me puxou e saiu. Eu só respondi as perguntas que o juiz me perguntou. O que eu vi, eu vi. O que eu não vi, eu não vi. Eu não vou mentir. Ela é minha amiga, mas eu não vou mentir para nada. E eu não preciso mentir, ela não precisa de estratégia, ela está com a verdade. Quem precisa de estratégia é quem tá mentindo, né?

Em entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, Marcius disse que se arriscou ao te convocar para depor, pois você e Dani ainda são amigas. Ele disse ainda que não entrou em contato com você antes de te convocar a prestar depoimento.
Ele nunca entrou em contato comigo. Eu só sei o que ele acha por meio das entrevistas que ele dá. Só no dia da audiência que eu soube que estava sendo ouvida no processo dele contra a Dani. Hoje, pela primeira vez, eu estou falando da minha boca e não da boca dele ou de outras pessoas que ele coloca para falar sobre mim. Ele coloca meu nome, meu sobrenome, minha foto. Ele me expõe, expõe minhas fotos, minhas mensagens de intimidade com ele. E nem tem nada nessas mensagens, eu só sou uma pessoa que fiquei com ele. Se pudesse, eu queria que colocassem o meu vídeo da audiência ao vivo na Paulista para que as pessoas vissem tudo que ele está distorcendo.

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