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Rodoviários: proposta de suspensão da greve será votada em assembleia

A greve dos rodoviários foi deflagrada nesta segunda-feira (6/11), mesmo após decisão judicial proibir a paralisação dos trabalhadores

atualizado

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Fotos: Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
Imagem colorida da Rodoviária do Plano Piloto durante a greve dos rodoviários- Metrópoles
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Os representantes dos rodoviários vão levar a proposta de suspensão da greve deflagrada nesta segunda-feira (6/11) à assembleia da categoria, que será realizada ainda hoje.

Após audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), o Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal, as empresas de ônibus e os representantes do Governo do Distrito Federal (GDF) chegaram à proposta de retomada da mesa de negociação, com supervisão do Ministério Público do Trabalho, até o dia 19 de novembro.

“A negociação estabeleceria uma trégua entre as categorias até domingo, dia 19 de novembro”, disse o presidente do TRT-10, desembargador Alexandre Nery de Oliveira. Caso os rodoviários aceitem suspender a greve, a negociação seria retomada nesta quarta-feira (8/11).

Uma das empresas de ônibus que atrasou o salário dos funcionários se comprometeu a pagar as remunerações nesta terça-feira (7/11).

A categoria patronal autorizou ao TRT-10 a apresentação de dissídio coletivo, caso as futuras negociações não avancem.

A Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) solicitou a volta da circulação dos ônibus ainda nesta segunda-feira. A proposta acordada na audiência estabelece o retorno parcial dos rodoviários, a partir das 19h, e a retomada das atividades integrais a partir da 0h desta terça. Os rodoviários seriam autorizados a trabalhar, excepcionalmente nesta segunda, sem uniforme.

“Greve irresponsável”

Rodoviários e donos de empresas participaram de uma mesa de negociação para o fim da greve do transporte coletivo no DF, nesta segunda-feira (6/11), no TRT-10.

Durante a audiência na Corte, o presidente criticou a forma como a greve ocorreu. “Paralisou a cidade inteira”, afirmou o desembargador Nery.

Os rodoviários reivindicam melhorias salariais. Eles aprovaram, nesse domingo (5/11), o início da greve para a manhã desta segunda-feira.

Na noite desse domingo, o presidente do TRT-10 atendeu a um pedido do Governo do Distrito Federal (GDF) e proibiu a greve, sob pena de multa de R$ 10 mil aplicada a cada hora de paralisação. Mesmo com determinação judicial, os trabalhadores cruzaram os braços, e o transporte público ficou prejudicado na manhã desta segunda-feira.

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A categoria reivindica reajuste salarial
No centro de Taguatinga, diversas pessoas aguardavam nas paradas de ônibus desde antes das 6h
Usuários do transporte público enfrentam dificuldades desde as primeiras horas do dia em longas filas
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O brasiliense enfrenta bastante trânsito e metrô lotado no caminho do trabalho na manhã desta segunda-feira (6/11)

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A categoria reivindica reajuste salarial

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No centro de Taguatinga, diversas pessoas aguardavam nas paradas de ônibus desde antes das 6h

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Usuários do transporte público enfrentam dificuldades desde as primeiras horas do dia em longas filas

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Durante a negociação, o desembargador Nery disse que “greve irresponsável e abusiva não vai ser tolerada”. O magistrado criticou a falta de atenção à população: “Nenhum ônibus circulou”.

Segundo o magistrado, não é razoável que a paralisação tenha sido deflagrada, mesmo com decisão judicial contrária. “O Tribunal nunca foi contra a greve, mas a greve tem que ser utilizada de maneira devida”, completou.

Para o magistrado, a greve foi usada “covardemente” e prejudicou a população. “Todos foram surpreendidos”, assinalou.

Segundo o presidente do TRT-10, em caso de profissionais que prestam serviços essenciais, a comunidade tem que ser respeitada. “A lei de greve manda que as categorias se resolvam no mínimo para atender à população. Todo mundo foi pego de surpresa”, comentou.

“Não é razoável que nenhum ônibus tenha saído da garagem. (…) É fora de padrão não aceitar um pedido de trégua”, disparou o magistrado. Nery afirmou que houve “relatos de pessoas que foram levadas pela polícia” por estarem na rodoviária.

“Minha decisão deveria ter sido respeitada. Mas desrespeitar a decisão do Tribunal eu nunca vi”, ressaltou. Segundo Nery, a greve feita com bom senso e dentro dos limites legais é um direito sagrado, mas o movimento paredista não pode ser abusivo e prejudicial à população, da forma como foi.

O desembargador apresentou duas propostas de solução: a continuidade da greve com respeito aos limites legais — ou seja, mantendo os percentuais mínimos de serviço para a população —, ou a abertura de dissídio coletivo. As empresas de ônibus propuseram a suspensão da paralisação e a retomada da mesa de negociação.

Os representantes do Sindicato dos Rodoviários afirmaram que não foram levianos e que a greve seguiu uma decisão da categoria, conforme estabelecido em assembleia.

Segundo os sindicalistas, a entidade enviou ofício para as empresas com comunicado da greve e solicitação de informações para a manutenção do percentual mínimo de ônibus que circulariam enquanto durasse a paralisação, mas não recebeu retorno.

Reivindicação

Na semana passada, os trabalhadores receberam uma proposta prevendo reajuste de 5,33% nos salários, no plano de saúde e no plano odontológico, além de reajuste de 8% no vale-alimentação e de 10% na cesta básica.

No entanto, em assembleia nesse domingo (5/11), a categoria considerou que os índices não foram satisfatórios e optou pela paralisação. Os trabalhadores afirmaram que uma das empresas teria atrasado o pagamento dos salários.

Durante a audiência o TRT-10, as empresas alegaram que a mesa de negociação estava aberta. Também destacaram que a proposta patronal chega a 80% de recomposição da inflação de ganho real, apesar de o setor ainda enfrentar uma grave crise financeira.

O procurador regional do Trabalho Adélio Justino Lucas disse que o bom senso deve prevalecer neste momento, em busca de um caminho que minimize os transtornos para a população.

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