PF apreende notebook, dados e arquivos digitais em endereços de Ibaneis
Autos obtidos pela coluna revelam o que a PF apreendeu durante operação em endereços ligados ao governador afastado
atualizado
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A Polícia Federal apreendeu um notebook e um dispositivo para armazenamento de dados e arquivos digitais nos endereços ligados ao governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), nesta sexta-feira (20/1).
Os autos circunstanciados de busca e apreensão, obtidos pela coluna Grande Angular, revelam que os policiais levaram do cômodo identificado como escritório de Ibaneis, na residência dele, no Lago Sul, um notebook Samsung e o carregador. O governador afastado não estava em casa porque havia viajado para a fazenda dele.
Já no escritório Ibaneis Advocacia e Consultoria, onde Ibaneis atuava como advogado antes de se licenciar da profissão para assumir o cargo de governador, a PF apreendeu um SSD de computador (dispositivo semelhante a um HD, que armazena dados) do escritório identificado como do emedebista, além de dados extraídos da pasta com nome “Ibaneis”, no compartilhamento da rede interna nomeada como “usuários”.
Veja os autos da PF sobre o que foi apreendido nos endereços ligados a Ibaneis:
Busca e Apreensão Escritóri… by Metropoles
Busca e Apreensão Casa de I… by Metropoles
Segundo fontes da coluna, diferentemente do que ocorreu no caso de Anderson Torres, ocasião em que acharam documento vinculado a um plano de golpe, não foram encontrados, aparentemente, conteúdos similares na casa de Ibaneis. Claro que, no caso dos computadores, apenas a apuração dos dados descartará a hipótese de cometimento de crime.
Na operação feita no escritório de advocacia, a busca e apreensão foi acompanhada por dois representantes da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Distrito Federal (OAB-DF): Thiago da Silva Passos e Newton Rubens de Oliveira.
A PF também cumpriu mandado de busca e apreensão no gabinete do governador, no Palácio do Buriti.
Entenda
Por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a PF fez busca e apreensão em três endereços relacionados a Ibaneis, na tarde desta sexta-feira (20/1), e na casa de Fernando de Sousa Oliveira, que era o secretário-executivo de Segurança Pública do DF no dia que terroristas invadiram e depredaram o Congresso, STF e Palácio do Planalto.
O pedido de busca e apreensão foi feito pelo Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em nota, a PGR informou que o objetivo da operação é buscar provas a fim de instruir o inquérito instaurado para apurar condutas de autoridades públicas que teriam se omitido na obrigação de impedir os atos violentos registrados em 8 de janeiro, em Brasília.
Afastamento
Moraes afastou Ibaneis Rocha do cargo no dia dos atos terroristas. Na mesma semana, o plenário do Supremo confirmou o afastamento, por maioria dos votos.
O ministro avaliou, na decisão, que “a omissão e conivência de diversas autoridades da área de segurança e inteligência ficaram demonstradas com a ausência do necessário policiamento, em especial do Comando de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal”.
Ibaneis nega ação ou omissão que teriam contribuído para a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.