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MPDFT quer manutenção da prisão de servidor que vazava informações a criminosos

MPDFT quer que seja mantido pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público contra servidor investigado

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Imagem colorida de um homem em pé usando terno e gravata- Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de um homem em pé usando terno e gravata- Metrópoles - Foto: Reprodução

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) expediu manifestação, nessa quarta-feira (27/12), solicitando que sejam mantidos o pedido de prisão preventiva e o mandado de busca e apreensão contra Suedney dos Santos (foto em destaque), 45 anos. O homem é analista do próprio MPDFT e foi alvo da Operação Old West, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) em 20 de dezembro. A investigação aponta que o servidor vazava informações sigilosas de processos judiciais para uma organização criminosa.

O servidor é considerado foragido da Justiça. Na manifestação, o promotor de Justiça Clayton da Silva Germano defende que a revogação da prisão preventiva seja negada. Na manhã da última terça-feira (26/12), uma equipe da 18ª DP (Brazlândia) tentou cumprir mandado de prisão preventiva contra o servidor público, mas não o encontrou.

Operação Old West

De acordo com as investigações da PCDF, a organização criminosa liderada pelo empresário Ronaldo de Oliveira, alvo central da Old West, contava com a participação estratégica de Suedney. O servidor, ainda segundo o que foi investigado pela Polícia Civil, advogava indiretamente para o “chefe” e o mantinha informado sobre dados sigilosos relacionados a processos que tramitavam na Justiça.

O analista é investigado por receber propina para repassar informações sigilosas indevidamente. Pelos atos de corrupção, o servidor começou a receber pagamentos feitos pelo empresário ainda em 2017, quando foram transferidos R$ 3 mil para a conta dele.

O servidor, segundo apurou a Polícia Civil, ainda receberia mais R$ 20 mil, pagos em 14 de março de 2018, exatamente na véspera da Operação Trickster, e mais R$ 140 mil.

À época, a força-tarefa apurou a existência de um esquema criminoso que desviou R$ 1 bilhão por meio de fraudes no sistema de bilhetagem eletrônica do extinto Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans). A organização criminosa era liderada por Ronaldo de Oliveira.

Veja imagens do analista Suedney dos Santos, braço do empresário no MPDFT:

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Relação próxima

A relação entre o analista do MPDFT e o empresário era tão próxima e frequente que os investigadores identificaram 122 ligações telefônicas entre os dois, até 24 horas antes de ser deflagrada a Operação Trickster.

As investigações ainda mapearam que uma empresa em nome de Ronaldo de Oliveira transferiu R$ 10 mil, entre janeiro e março de 2020, para a conta da esposa de Suedney.

No período dos depósitos, o empresário estava foragido, com mandado de prisão preventiva em aberto. Ronaldo foi preso em 28 de setembro de 2o20. Mesmo antes do desencadeamento da Operação Trickster, o analista do MPDFT continuou a prestar serviços advocatícios ao investigado, em troca de dinheiro, apontam as investigações.

“Dono de Brazlândia”

A investigação revelou ainda que, após ser investigado e preso no âmbito da força-tarefa, Ronaldo de Oliveira desenvolveu um esquema sofisticado para lavar mais de R$ 31 milhões.

Para isso, o empresário, apontado como “dono de Brazlândia”, usou um supermercado que funcionava sob diferentes CNPJs, sempre em nome de “testas de ferro”, para ocultar a origem do dinheiro.

O estabelecimento era de fachada, segundo a polícia, e tinha um dos filhos de Ronaldo como dono. O negócio era usado como empreendimento para ocultar a verdadeira propriedade e dissimular valores obtidos por meio do estelionato contra a administração pública e da corrupção de agentes públicos.

As investigações da 18ª DP mostraram que, além de Ronaldo de Oliveira, a organização criminosa conta com participação da companheira do empresário, dos filhos, de uma nora e de uma cunhada dele.

 

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