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Laudo detalha sofrimento de Genivaldo durante abordagem fatal da PRF

A perícia da Polícia Federal aponta que Genivaldo inalou monóxido de carbono e, em maior quantidade, ácido sulfídrico

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Policiais rodoviarios federais fechando porta de viatura com homem dentro. Há gás saindo do veiculo - Metrópoles
1 de 1 Policiais rodoviarios federais fechando porta de viatura com homem dentro. Há gás saindo do veiculo - Metrópoles - Foto: Reprodução

Uma perícia realizada pela Polícia Federal (PF) a partir de imagens e reconstituição do caso revela o passo a passo da abordagem de três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que causou a morte de Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, em Umbaúba (SE).

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Genivaldo foi abordado enquanto pilotava uma motocicleta na cidade do interior de Sergipe, em 25 de maio de 2022. O policial William de Barros Noia pediu para Genivaldo descer da moto e ele, prontamente, atendeu a solicitação. Filmagens feitas por populares mostram que, mesmo assim, o homem foi atingido por spray de pimenta no rosto.

Segundo a perícia, revelada pelo Fantástico neste domingo (9/10), um outro integrante da PRF, Kleber Nascimento Freitas, jogou o spray contra Genivaldo ao menos cinco vezes.

Dois policiais pressionaram o rosto e o pescoço de Genivaldo contra o chão. Depois, o jogaram no porta-malas da viatura da PRF, mas Genivaldo tentou impedir que os policiais fechassem a porta. O policial Paulo Rodolpho Lima Nascimento, então, jogou uma bomba de gás lacrimogênio dentro do local. Paulo Rodolpho e William Noia pressionaram a porta, prolongando o efeito do gás.

A PF fez a reconstituição da cena e concluiu que houve a liberação de gases tóxicos, como monóxido de carbono e, em maior quantidade, de ácido sulfídrico. Esses gases são capazes de provocar convulsões e incapacidade de respirar.

Segundo a perícia, o esforço físico e o estresse da abordagem resultaram em respiração acelerada, o que pode ter intensificado ainda mais os efeitos dos gases, levando Genivaldo a ter um colapso de pulmão. A causa da morte foi asfixia.

A vítima tinha esquizofrenia e fazia tratamento. Laudo toxicológico feito após a morte apontou a presença do medicamento que Genivaldo usava continuamente. Não havia no organismo do homem sinais de droga ou de bebida alcoólica. A perícia da PF apontou que Genivaldo não estava em surto no momento da abordagem.

Indiciamento

A Polícia Federal concluiu o inquérito sobre a morte de Genivaldo e os policiais envolvidos na ação foram indiciados por abuso de autoridade e homicídio qualificado (asfixia e sem possibilitar meios de defesa).

Durante a investigação, a PF ouviu testemunhas, investigados, realizou perícias e laudos. Em 26 de setembro, o resultado do inquérito foi encaminhado ao Ministério Público Federal, que vai analisar as providências em relação aos envolvidos.

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