O medo briga com o desejo de Tite em rejuvenescer a Seleção Brasileira

Nunca poderemos falar em renovação se a lista de convocados não incluir, obrigatoriamente, Vinícius Júnior e Rodrygo

atualizado 31/10/2021 12:15

Neyma e tite durante Argentina x Brasil, válido pela final da Copa América 2021 no Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro 14 Aline Massuca/Metrópoles

Quando o Brasil ganhou este ano em Tóquio a sua segunda medalha Olímpica, o técnico Tite, de repente, foi acometido por um desejo de rejuvenescer a Seleção Brasileira. Há tempos ele pensa nisso, mas cadê coragem para colocar em prática um bom plano de renovação?

A conquista olímpica foi um empurrão no nosso treinador. Ele viu que estava na hora mexer um pouco no grupo. E, logo de cara, teve a sorte de “descobrir” Raphinha, um ilustre desconhecido que estava jogando bem no Leeds United, de Marcelo Bielsa. Dos jovens medalhistas de ouro, ele chamou o lateral esquerdo Arana e o atacante Antony. São dois talentos, sem dúvida.

Mas Tite cometeu um ato falho quando pensou em aproveitar os campeões de Tóquio: incluiu o quarentão Daniel Alves, que, embora seja indiscutivelmente um bom lateral, já deu o que tinha de dar. Seu tempo passou.

A Seleção Brasileira de hoje não tem problemas de goleiros. Alisson, Ederson e Weverton são top de linha. E ainda tem outro nome para qualquer eventualidade, o também medalhista Santos, do Athletico-PR.

Tite tem problemas nas laterais. No fundo, ele não confia plenamente em Danilo e Alex Sandro, a preço de hoje, os titulares. Ele gostaria de ter jogadores indiscutíveis para estas posições, como tem para o meio da zaga, como Marquinhos, Militão e Lucas Veríssimo.

No meio de campo, o único nome certo é o de Casemiro. O técnico já testou meia dúzia de companheiros para o jogador do Real Madrid (Fred, Gerson, Fabinho, Edenilson, Douglas e até Paquetá mais recuado) e nenhum convenceu.

Sentimos muita falta de um meia de armação com potencial para causar medo nos adversários. Não diria que precisamos de “um 10” porque, como sabemos, o dono da camisa 10 é Neymar, o único fora-de-série de toda essa geração. Mas precisaríamos de alguém como Rivaldo, Gerson, Rivelino, Alex, Dirceu Lopes… Aí já seria sonhar demais.

No ataque é que está o maior quebra-cabeça para o nosso treinador, que procura desesperadamente um craque para dialogar com Neymar. A regra é clara: craque só se conecta com craque.

Será que Raphinha vai emplacar? Estamos todos apostando nessa possibilidade. Mas o certo é que cansamos de Firmino e Gabriel Jesus. Nem Richarlisson é um nome que desperte entusiasmo. Tampouco Gabigol. 

Por isso mesmo, nas últimas 48 horas o técnico da Seleção Brasileira vem sendo bombardeado pela mídia internacional pelo fato de ter esnobado Vinícius Jr., o o craque do Real Madrid e do campeonato espanhol.

Não podemos falar em rejuvenescimento de uma Seleção Brasileira se a lista de convocados não incluir, obrigatoriamente, Vinícius e Rodrygo. Entendeu, Tite?

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