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Deixa ver se dá pra entender: a Seleção é 100%, mas é uma porcaria?

Contra a Venezuela, o Brasil semeou a dúvida (e desejo dos argentinos) de que perderia a invencibilidade

atualizado

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Nove jogos, 9 vitórias.  A julgar pelas Eliminatórias de 2018, podemos dizer que a Seleção Brasileira já está classificada para a próxima Copa do Mundo. Temos a mesma quantidade de pontos (27) que classificou  a Colômbia na disputa anterior. O Brasil somou 41, enquanto a Argentina entrou com 28 pontinhos.

Mas por que será que existe uma insatisfação generalizada em relação ao time de Tite? Ontem, o jogo com  a Venezuela  deixou a Globo em primeiro lugar na audiência, mas não repetiu os índices que o “Jornal Nacional” e a novela “Império” costumam marcar. De acordo com a pesquisa preliminar da Kantar Ibope Media, a transmissão anotou 25 pontos na Grande São Paulo, contra 12 da Record e 7 do SBT.

Nos jornais e sites esportivos, há um desencanto quase unânime:

“Esse sufoco diante da coitada da Venezuela, mesmo que sem Neymar, serviu para provar que o escrete canarinho tem pouquíssimas chances de passar da primeira fase da Copa do Mundo de 2022. O Mundial do Catar tem tudo para ser o pior da história da seleção brasileira!”, disse Milton Neves, no UOL.

“A Seleção Brasileira fez dos piores primeiros tempos de sua história ontem à noite em Caracas. Conseguiu ir para o intervalo perdendo por 1 a 0 da fraquíssima Venezuela, última colocada nas Eliminatórias… Reclamo da falta de um mínimo de futebol, porque pior que ontem só mesmo aquele primeiro tempo contra a Alemanha, no Mineirão, que acabou 5 a 0, lembra?”, completou Juca Kfouri, na Folha.

Na Argentina, o jornal “Olé” viu um “Brasil sonolento” e admitiu que estava torcendo contra:

“Avisaram ao Brasil que estava havendo um jogo em Caracas? Não se sabe, mas o líder dos Playoffs faz o que o que deveria ser feito. O time andou pelo jogo durante os 90 minutos, semeou a dúvida (e desejo de muitos) de que perderia a invencibilidade e, quando teve vontade, deu a volta por cima sem suar. Triunfo contra a Venezuela e nove vitórias em nove disputadas. Terrível”, diz a matéria sobre o jogo.

Os argentinos são bem mais ufanistas e passionais com a sua seleção. O time de Messi não passou de 0x0 com o Paraguai, mas, mesmo assim, o “Olé” ainda encontrou motivos para elogios:

“A marcha triunfal parou em Assunção. Além de merecer a vitória, de ter as opções de gols mais claras, a Seleção não saiu do empate contra o Paraguai por falta de precisão na área e porque nenhum jogador conseguiu fechar um jogo de primeira. Aí, esse 0 a 0 logo cairá no esquecimento, como um ponto que se soma na tabela, mas também mostra que a euforia pós-Copa América às vezes esbarra nas difíceis Eliminatórias”. 

Depois de um primeiro tempo horroroso, Tite revelou o que falou para os jogadores: “No intervalo, eu coloquei para eles. Quando uma equipe não está bem, é sempre o conjunto. Eu falei: ‘Vocês precisam melhorar o desempenho individual de vocês’. A estrutura e equilíbrio, são minhas”.

Sim, o time melhorou, correu mais e virou o jogo. Mas a verdade é que, apesar dos 100%, o que nos falta são adversários mais fortes como parâmetro. Vale relembrar aqui o nosso desempenho na Copa do Mundo de 2018 contra equipes européias: empatamos com a Suíça (1×1); ganhamos da Sérvia sem convencer (2×0); e depois a Bélgica nos mandou de volta pra casa (1×2) nas quartas de final.

Resumo da ópera: estamos classificados, sim, mas, na Copa de 2022, se tudo der certo, novamente estaremos “f*didos”.

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