Filha do historiador e conde russo Nikolai Tolstoy, Alexandra desfrutou de uma vida de princesa por anos. Dois jatos privados à disposição, passeios em iates luxuosos, casa à beira-mar em St. Barths, apartamento em Mônaco, sem contar o castelo na França. O que deveria ser motivo de orgulho para a condessa transformou-se em infelicidade. Dona de uma fortuna poderosa, ela precisou vender quase tudo o que tinha e, durante a pandemia, chegou a ser despejada da casa onde morava.

A história de vida de Alexandra se assemelha a um enredo de filme. Não só parece, como deu origem ao documentário da BBC Two, A Condessa e o Bilionário Russo, lançado em abril de 2019. A trama continua a ganhar novos episódios. Recentemente, a britânica abriu mão do guarda-roupa grifado e de joias valiosas. Os móveis antigos foram à leilão. Entretanto, a ordem de despejo da casa avaliada em 10 milhões de euros ganhou o título de “maior humilhação”. Ela e os três filhos precisaram sair da residência, situada em Chelsea.

Mas como a milionária pertencente à alta sociedade britânica chegou a essa situação? Os primeiros capítulos da narrativa tiveram início quando a condessa tinha 25 anos. Na ocasião, Alexandra deixou o ofício de corretora no Crédit Suisse, em Londres, para colecionar aventuras pelo mundo com três amigas. Em um dos destinos, mais precisamente na Ásia Central e China, a jovem apaixonou-se pelo cavaleiro Shamil Galimzyanov. Em 2003, os pombinhos se casaram e foram morar em um apartamento em Moscou, na Rússia.

No maior país do globo, Alexandra começou a ensinar inglês a renomadas personalidades políticas. Entre os alunos, estava Sergei Pugachev, senador conhecido como “o banqueiro do Kremlin” e próximo ao presidente russo Vladimir Putin. Ambos casados, a britânica e o político iniciaram um romance em 2009. Não demorou muito até ela engravidar do primeiro filho, Alexei. Ao saber que não era o pai da criança, Galimzyanov e Alexandra se divorciaram em um longo processo litigioso.

À época, Pugachev detinha um patrimônio de 1,5 bilhão de euros, o equivalente a R$ 9,3 bilhões. Ele era proprietário da maior mina de carvão do mundo, de estaleiros navais e até de um banco privado. O magnata chegou a comprar uma empresa de design de iates e de interiores, e o mobiliário do lorde Linley, sobrinho da rainha Elizabeth II. Doze anos mais nova que o senador, Alexandra teve mais dois filhos com o marido, Ivan, em 2010, e Maria, em 2013.

“Foi incrível, ele [Pugachev] me dava o cartão de crédito e eu ia às compras, tinha um jato particular. Só precisava arrumar minha mala e poderia ir”, contou Alexandra, sobre a fase boa do relacionamento, em entrevista ao Daily Mail.

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Alexandra Tolstoy desfrutou de uma vida de princesa @alexandratolstoy/Reprodução/Instagram

Natalia Vodianova e Alexandra Tolstoy

A modelo Natalia Vodianova e Alexandra Tolstoy em 2008 Chris Jackson/Getty Images

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Atualmente, a condessa mora em uma casa de campo @alexandratolstoy/Reprodução/Instagram

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A condessa é guia de viagem N. Baris Acarli/Getty Images

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Alexandra Tolstoy casou-se com o senador russo Sergei Pugachev @alexandratolstoy/Reprodução/Instagram

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Até 2014, a família levou uma vida impecável. Contudo, o testa de ferro de Putin não esperava ser acusado de desviar dinheiro do estado russo por meio de seu banco. Os bens do político foram congelados, inclusive em outros países, como a Inglaterra. Para evitar ser extraditado à terra natal, resolveu ficar exilado no castelo da França. Em 2017, Alexandra e os três filhos se juntaram a Pugachev. Infeliz com a decisão, a condessa tentou voltar à Inglaterra, mas o marido a agrediu fisicamente, trancou as crianças em um quarto e guardou os passaportes em um cofre.

Parente distante do escritor Leo Tolstoy, Alexandra conseguiu fugir com os filhos. Desde então, Pugachev nunca deu um centavo aos herdeiros e lamenta ter “apenas” 60 milhões de euros. Para sobreviver, a condessa tornou-se guia de viagens de longa distância, a cavalo. Antes da atual vida, ela e as crianças se mudaram para a residência da família em Chelsea. Por ser propriedade do político, o governo russo pediu a ordem de despejo, acatada pela justiça britânica durante a pandemia. Ela só foi informada sobre o pedido de desocupação com 12 dias de antecedência.

Diante de tanta turbulência, a britânica vendeu tudo o que tinha e, hoje, aos 46 anos, mora com as três crianças em uma casa de campo em Oxfordshire. “Hoje, odeio todas essas coisas. Estão associadas à vida de que não gostava”, disse Alexandra no documentário da BBC Two. Em entrevista ao Daily Mail, a condessa contou que se desfazer de todos itens marcou o “início de um novo capítulo” de sua história.

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