metropoles.com

Peeling de fenol: vale a pena o sofrimento? Experts explicam a técnica

A coluna conversou com os dermatologistas Luanna Caires e Gustavo Carneiro para compreender o método com resultados visíveis por 15 anos

atualizado

Compartilhar notícia

Group4 Studio/Getty Images/ Arte sobre imagem: @draluannacairesportela e @drgustavocarneiro/Reprodução/Instagram
Design sem nome
1 de 1 Design sem nome - Foto: Group4 Studio/Getty Images/ Arte sobre imagem: @draluannacairesportela e @drgustavocarneiro/Reprodução/Instagram

Imagine rejuvenescer a pele em anos com um único procedimento? Parece improvável, mas o peeling de fenol, também conhecido como resurfacing químico, faz acontecer.

A técnica baseia-se na aplicação de solução de fenol nas camadas mais profundas da pele. Dessa forma, auxilia no crescimento de uma derme mais lisa, rejuvenescida e uniforme. É indicada principalmente para quem apresenta rugas mais acentuadas, cicatrizes, manchas, flacidez e efeitos da radiação solar que não desaparecem com botox e demais intervenções estéticas.

Diferente de outros peelings químicos, esse é mais agressivo, intenso e necessita do acompanhamento atento de um profissional. Pensando nisso, a Coluna Claudia Meireles conversou com dois dermatologistas para entender o método, bem como as contraindicações e os resultados extremamente duradouros dele.

Os resultados do peeling de fenol podem durar mais de 15 anos

A médica Luanna Caires Portela explica que, quando o procedimento é realizado sem modificações na fórmula do ácido, ele deve ser executado no hospital.

“Como ele atinge a camada mais profunda da pele, exames prévios devem ser realizados somente por médico, em centro cirúrgico. Porém, existem versões do peeling de fenol modificadas em que o pós será menos doloroso e mais suave. No entanto, o resultado também será menor”, elucida a profissional.

A médica atende nas cidades de Brasília e São Paulo

Especialista no método e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Gustavo Carneiro Nogueira acrescenta que o processo é individual, com fórmulas específicas para cada tipo de cútis e região do rosto.

“Isso torna o tratamento mais seguro. Além disso, a evolução desse procedimento nos possibilita variar as concentrações da fórmula e, de acordo com o tipo de pele do paciente, atingir a profundidade desejada”, esclarece.

O pós-cirúrgico

Após a aplicação, o tempo de cicatrização varia de nove a 14 dias. A pele fica avermelhada por algumas semanas e leva de dois a seis meses para evidenciar os resultados. Como a técnica é mais agressiva, alguns efeitos colaterais podem causar incômodo.

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Especialista Peeling de fenol (@drgustavonogueira)


“Ocorre edema, que implica em dificuldade de abrir os olhos por até três dias. O paciente ainda pode sentir dor intensa nas oito horas seguintes à aplicação. Esses detalhes devem ser informados ao paciente, que mesmo assim pode sofrer com a aparência inicial.”

Luanna Caires

Lembrando que o ácido deve ser aplicado apenas por um médico especializado sob condições cuidadosas de monitoramento.

Na imagem, paciente três dias após a aplicação do ácido
Resultado na mesma paciente 10 dias após o peeling de fenol

Gustavo elucida que, após o período estabelecido para recuperação, o indivíduo pode voltar à rotina normal, pois “a vermelhidão poderá ser facilmente coberta com o uso de filtro solar com cor ou maquiagem”. Mas ele alerta: “A exposição excessiva ao sol deve ser evitada até a melhora completa da cor da pele”.

Imagem mostra a paciente antes de realizar o peeling e o resultado surpreendente três anos depois.

“Entendemos todo o processo e sabemos tratar o pós-peeling para evitar complicações. Sendo assim, não há sofrimento. O desconforto após o procedimento existe, mas é bem controlado com analgesia.” 

Gustavo Carneiro Nogueira, dermatologista

Contraindicações

Indicado para peles mais claras, o peeling de fenol pode ser feito em todo o rosto, em centro cirúrgico, ou em áreas específicas, como ao redor da boca e dos olhos, em consultório médico.

Ambos os profissionais entrevistados pela coluna reforçam a necessidade de uma avaliação criteriosa, pois, como a maioria das intervenções cirúrgicas, o peeling tem contraindicações.

Segundo Luanna Caires, dermatologista que atende nas cidades de Brasília e São Paulo, o método não é recomendado para pacientes com:

  • Doenças autoimunes graves, cardíacas, renais e hepáticas;
  • Fototipo alto;
  • Propensão a cicatrizes queloidianas;
  • Diabetes não controlada;
  • Gravidez detectada ou em processo de aleitamento;
  • Infecções ou lesões recentes sobre a cútis;
  • Estresse físico ou mental grave.

“O peeling de fenol clássico é um dos procedimentos que tem resultado mais expressivo no rejuvenescimento e na melhora da textura da pele. No entanto, pode-se obter excelentes resultados com outras tecnologias, mas com menos complicações”, conclui a dermatologista.

A radiofrequência agulhada, o CO2 e o laser de picossegundos são algumas das opções de tratamento citadas pela médica para aqueles que não podem fazer ou não sintam-se confortáveis em realizar esse tipo de intervenção.

Para saber mais, siga o perfil da coluna no Instagram.

Compartilhar notícia