Médica cita alimentos que evitam o bloqueio dos vasos sanguíneos
A coluna conversou com a cardiologista Rafa Weiber para entender como a alimentação pode ajudar a saúde dos vasos sanguíneos
atualizado
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O corpo humano pode ser descrito como uma engrenagem composta por diversas “peças”, que funcionam e se encaixam perfeitamente. Quando algo opera de forma errada, há interferência em outros “fragmentos”.
É o caso dos vasos sanguíneos, responsáveis por transportar o sangue. Entretanto, quando esses canais estão obstruídos, desencadeados pelo excesso de açúcar ou gordura, os resultados são infarto, AVC e até doença arterial periférica.
Para entender sobre a condição dos vasos sanguíneos entupidos — artérias, veias e capilares — e como a alimentação pode contribuir com uma “possível limpeza” desses tubos, a coluna Claudia Meireles contou com a orientação da cardiologista Rafa Weiber, de Brasília.
De acordo com a médica, quando um indivíduo consome industrializados e ultraprocessados de modo “desregrado”, o sangue tende a ficar gorduroso e, consequentemente, ocasiona inflamação e acúmulo.
“O açúcar, por exemplo, tem um mecanismo inflamatório, no caso, irrita as paredes internas dos vasos sanguíneos provocando pequenas lesões, rachaduras. Nessas microlesões, a gordura em forma de colesterol se torna capaz de acumular na tentativa de promover reparo, e é isso que provoca os entupimentos dos vasos sanguíneos. Essa é a maneira de agressão à saúde dos vasos que ocorre pelo excesso de açúcares e gorduras”, explica a especialista.
Alimentos
Segundo a cardiologista, não existe alimento “capaz de dissolver uma placa de gordura já formada”. A médica argumenta que a alimentação possibilita encontrar “moléculas com superpoderes”, eficazes em evitar as formações da ateromatose, ou seja, as placas de gordura; ou “dar estabilidade a estruturas antigas”, não deixando que as substâncias danosas avancem a ponto de obstruir o vaso sanguíneo.
Questionada sobre os alimentos que ajudam a “limpar” os vasos sanguíneos, a especialista salienta: “Vou dividir em classes fundamentais: ricos em boas gorduras; com propriedades antioxidantes; e fontes de proteínas de alto valor biológico.”
“A alimentação natural, rica em antioxidantes, tende a reduzir os radicais livres e a inflamação, além de melhorar o perfil de colesterol e equilibrar o açúcar no sangue. Todas essas ações são aliadas da saúde cardiovascular”, ressalta Rafa Weiber.
1. Ricos em boas gorduras
Conforme a médica, os alimentos ricos em gorduras boas incluem o azeite de oliva, peixes e castanhas. “Essas opções trazem na composição o ômega 3, um nutriente que favorece o aumento do nível do colesterol bom, o HDL; e reduz o ruim, o LDL, no sangue”, discorre. A especialista menciona que essa “melhoria no perfil” do composto gorduroso contribui com a circulação sanguínea e previne a aterosclerose.
2. Com propriedades antioxidantes
Para obter os benefícios dos alimentos antioxidantes, a cardiologista aconselha comer frutas com coloração roxa, a exemplo do açaí, mirtilo e uvas roxas. “Nessas frutas, podemos encontrar resveratrol, polifenóis, taninos e antocianinas, que são compostos bioativos com potente ação antioxidante e anti-inflamatória”, garante Rafa.
3. Fontes de proteínas com alto valor biológico
Entre as opções com fontes de proteínas com alto valor biológico, constam clara de ovos, carnes magras, peixes, leite, queijo e derivados. “São essenciais para promover a saciedade; auxiliar na manutenção de peso adequado; reduzir gordura corporal; e melhorar a massa magra, o nível de energia e a disposição. Esse conjunto de benefícios beneficiam o controle do açúcar no sangue”, justifica a médica.
Perigos
Rafa reforça que, com o tempo, as placas de gordura tendem a aumentar de tamanho, tornando-se calcificadas e rígidas. Esse resultado leva a uma redução do fluxo sanguíneo, que são as obstruções, divididas em parcial ou completa da artéria. “As complicações causam, no coração, o infarto; no cérebro, o AVC, popularmente conhecido como derrame cerebral; e nos membros inferiores, a doença arterial periférica”, lista.
“Enquanto não houver a obstrução completa do vaso, a aterosclerose é uma doença que não apresenta sintomas, mas isso não significa que o quadro não deva ser tratado e acompanhado por um especialista”, conclui Rafa.
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