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Afinal, por que as crianças têm tanta cólica?

A fenômeno é caracterizado por um choro agudo, súbito e sem explicação aparente

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recém-nascido chorando
1 de 1 recém-nascido chorando - Foto: iStock

A gente passa nove meses preparando o corpo, a mente, o quarto do bebê. Lemos (pouco, é verdade) sobre a dificuldade dos primeiros dias do recém-nascido, tentamos nos fortalecer. Mas nada é capaz de nos deixar prontos, pais e mães, para a hora da cólica.

A ciência e os pediatras ainda não têm uma explicação conclusiva sobre o que é a chamada “cólica do lactente” e as causas para o fenômeno. Os estudos indicam que até 55% dos bebês sofrem com a misteriosa dor abdominal, em todos os países. Na minha casa, o índice fez sentido. Meu filho mais velho passou incólume. Quando veio o caçula, eu lá, me achando a mãe experiente, me vi às voltas com um choro desconsolado. E o pior: nada do que eu fizesse parecia acalmá-lo.

A cólica é caracterizada por um choro agudo, súbito e sem explicação aparente. “A criança fica irritada, vira a cabeça de um lado para o outro, estica e flexiona as perninhas, arrota e solta puns. Os pais ficam com a maior sensação de impotência”, resume José Gabel, membro do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

O diagnóstico é clínico, feito a partir do relato da família. Se não é fome, calor, frio ou fralda suja, é bem possível ser cólica.

Mas, por que isso acontece com os bebês? Alguns estudos indicam que a dor repentina seja causada pela imaturidade do sistema nervoso e digestivo. Outras hipóteses sugerem que os motivos estejam relacionados ao ambiente: quanto mais estresse e hiperatividade na casa, mais chance de a criança ter cólica.

Em um texto bem-humorado, o pediatra espanhol Carlos González propõe que a dor misteriosa possa ser causada pela falta de colo. Ansiosos em querer que as crianças sosseguem e durmam, acabamos por deixá-las irritadas.

Outras possibilidades aventadas mais recentemente tentam ligar a alimentação da mãe aos episódios. Não há, também, nenhuma conclusão sobre isso. “Algumas mulheres deixam de ingerir feijão, leite, couve-flor, e observam melhora. Mas não existe comprovação científica dessa relação, até porque mesmo bebês alimentados com fórmula podem ter cólica”, esclarece José Gabel.

Como sobreviver, então, às crises? O pediatra da SBP afirma que massagens, contato pele a pele com a criança, música e “fuga” para um ambiente com menos estímulos ajudam a acalmar. “É importante também que consideremos a crença de cada família. Mesmo que eu, como médico, não ache eficaz benzer o bebê, por exemplo, é possível que funcione. Precisamos respeitar esses rituais”, defende.

Ele alerta, entretanto, para a necessidade de se fazer uma investigação mais detalhada caso o choro desconsolado venha acompanhado de outros sintomas, como refluxo ou prisão de ventre. “A partir desse histórico e do exame clínico, o pediatra poderá fazer uma intervenção medicamentosa”, diz.

Na hora do aperto, também ajuda focar no mantra da maternidade/paternidade: força, vai passar.

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