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Flávio Bolsonaro parece Lula ao se dizer “perseguido” pelo MP

O filho de Jair Bolsonaro e seu pai querem transformar a história num “fato político”. Os petistas sempre fizeram isso

atualizado

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Foto: Igo Estrela/Metrópoles
Anuncio de Negociação para transferir o Formula 1 para o Rio de Janeiro.  Brasília(DF), 24/06/2019
1 de 1 Anuncio de Negociação para transferir o Formula 1 para o Rio de Janeiro. Brasília(DF), 24/06/2019 - Foto: Foto: Igo Estrela/Metrópoles

É uma doença comum, entre os figurões da política brasileira, achar que sabem se safar de problemas com a Justiça penal “confiando no seu taco”, na sua “popularidade”, nos seus “contatos” ou no “apoio da base”. Um cidadão normal, quando tem problemas com a Justiça, procura um advogado. Depois, segue as instruções técnicas que recebe e não se mete a construir a sua própria defesa.

Para completar, fica de boca fechada até o fim do processo, em vez de sair por aí brigando com promotor, com juiz, com desembargador, com Deus e com todo mundo. Mas o político não. Leva o seu caso para o meio da rua – onde, imagina, tem mais chance de embrulhar as coisas e escapar das consequências daquilo que fez.

O senador Flávio Bolsonaro e seu pai parecem estar nessa. Queixam-se de perseguição por parte do Ministério Público. Acham que os agentes da Justiça estão cometendo atos ilegais contra ele. Contestam a validade do que os investigadores apresentam como “prova”. Reclamam que até agora não foi apresentada uma denúncia formal contra ele. Dizem que estão fazendo um “processo político”.

Muito bem – se for assim mesmo –, tudo o que Flávio Bolsonaro deveria fazer é cuidar, com seus advogados, de manter a sua defesa rigorosamente na letra da lei. Jamais lhe aconteceria nada de ruim. Se já é difícil condenar alguém nesse país sem perseguição nenhuma, com provas de primeira classe, com respeito aos mínimos direitos do réu, imaginem fazendo o contrário de tudo isso – ainda mais para um cidadão que é senador da República e tem a proteção das “imunidades” parlamentares. É só ele ficar quieto. Não vai ser condenado nem daqui a 300 anos.

Mas parece que, em vez disso, Flávio e o pai querem transformar a história num “fato político”. Tudo bem. Um outro personagem conhecido quis fazer a mesma coisa há bem pouco tempo. Seu nome é Luís Inácio Lula da Silva.

* Este texto representa as opiniões e ideias do autor.

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