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Nada é para sempre: Forever 21 pode estar com os dias contados

Após usar empréstimo para cobrir prejuízos, rede californiana busca ajuda de consultores na tentativa de reabastecer os estoques

atualizado

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American fashion retailer Forever 21 logo is seen on an
1 de 1 American fashion retailer Forever 21 logo is seen on an - Foto: Miguel Candela/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Com mais de 700 lojas no mundo todo, a Forever 21 pode estar com seus dias contados. Segundo o Wall Street Journal, a gigante do varejo contratou consultores para reestruturar as operações da empresa e conseguir um financiamento para reabastecer seus estoques. De acordo com a publicação, a companhia californiana precisaria de US$ 150 milhões nessa “operação resgate”.

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Depois de atingir etiquetas como Victoria’s Secret, Abercrombie & Fitch, Gap, Guess, Macy’s, Michael Kors, Diesel, Aéropostale e American Apparel, a crise no varejo norte-americano alcançou a Forever 21.

Após rápida expansão, que incluiu a abertura de lojas gigantes em Nova York e Las Vegas, as vendas na rede de fast fashion caíram, seguindo o fenômeno comercial que assola os EUA.

A ascensão dos e-commerces tem reduzido o fluxo de clientes nos pontos físicos, gerando grandes prejuízos às etiquetas. De acordo com um relatório da Coresight Research, empresa especializada em pesquisas de mercado globais, mais de 6,3 mil lojas já estão programadas para fechar neste ano, com vários pedidos de falência recebidos no primeiro trimestre de 2019.

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A Abercrombie & Fitch fechou centenas de lojas nos últimos anos, ao mesmo tempo em que foca no comércio on-line. Para 2019, a rede perderá 40 unidades

 

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A American Apparel encerrou todos os seus 110 pontos físicos nos EUA após declarar falência. A marca foi adquirida pela Gildan Activewear, que comprou sua propriedade intelectual em um acordo de US$ 88 milhões

 

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Com as vendas despencando, a grife de luxo disse que acabaria com cerca de 125 lojas

 

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A Guess anunciou planos para fechar 60 de suas lojas nos EUA: foco será no mercado internacional

 

Com a redução da receita da Forever 21, o fundador da rede, Do Won Chang, começou a liquidar seu patrimônio e recorrer a empréstimos. Em fevereiro, por exemplo, o sul-coreano vendeu sua sede em Los Angeles, por US$ 166 milhões, mas a quantia não foi suficiente para cobrir os prejuízos de sua companhia.

Nem mesmo um financiamento cedido pelo banco JPMorgan Chase bastou para tirar da instabilidade a gigante do vestuário. Segundo fontes do Wall Street Journal, Do Won teria usado o dinheiro que conseguiu para cobrir prejuízos, em vez de comprar mercadorias.

“A Forever 21, que divulga pouco sobre suas finanças, previu que as vendas subiriam 10% este ano, para US$ 4,7 bilhões, mas pessoas familiarizadas com a rede dizem que os lucros diminuíram depois de anos de forte crescimento”, afirmou o Wall Street Journal.

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Do Won vendeu sua sede em Los Angeles e pegou empréstimo no JPMorgan Chase, mas o valor não foi suficiente para tirar a empresa do vermelho

 

Se o empresário não conseguir quitar seus débito, bem como comprar novas mercadorias, a rede pode fechar em breve

 

Vendendo tops a US$ 5 e vestidos a US$ 20, a Forever 21 consegue reduzir seus preços com investimentos em grandes lotes de peças, mas boa parte dos itens tem ficado encalhada, gerando perdas de produtos.

Agora, sem grana para fazer novos pedidos, a empresa teria contratado a Latham & Watkins para renegociar as locações dos pontos físicos com os proprietários e a Alvarez & Marsal, na tentativa de reformular as operações da companhia.

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Criada em 1984, a Forever 21 surgiu após Do Won Chang juntar US$ 11 mil trabalhando como lavador de pratos e frentista

 

O débito total da Varejista, com vencimento em 2022, ultrapassa US$ 500 milhões. Representantes da Latham & Watkins, Alvarez & Marsal e JPMorgan se recusaram a comentar o caso, bem como os executivos que dirigem a marca.

Segundo a Bloomberg, as operações internacionais da etiqueta também estão em crise, mas serão reparadas após o negócio voltar a se estabilizar. Em abril, a rede anunciou que deixaria o mercado chinês ainda em 2019.

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Loja de Shanghai já fechou suas portas

 

Colaborou Danillo Costa

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