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Marcas de luxo têm lojas saqueadas em protestos nos EUA contra o racismo

Grifes como Marc Jacobs, Hermés, Fendi, Chanel e Gucci foram alvos de ataques durante as manifestações

atualizado

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@MarcJacobs/Instagram/Reprodução
Placa Marc Jacobs
1 de 1 Placa Marc Jacobs - Foto: @MarcJacobs/Instagram/Reprodução

No último fim de semana, as ruas dos Estados Unidos foram palco para manifestações antirracistas. Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda recomenda o distanciamento social, a necropolítica não para. Em algumas cidades, como Los Angeles, os atos tomaram proporções mais radicais e algumas lojas foram depredadas e até saqueadas.

Placa Cartier
A marca de alta joalheria Cartier teve a placa de entrada pichada

 

Loja Chanel
A loja da Chanel em Los Angeles também foi atingida

 

Loja Laperla
A grife italiana La Perla recebeu a frase “A revolução está chegando!” (em tradução livre)

 

Loja MCM
A vitrine da MCM foi marcada com frase atacando a política americana

Os protestos começaram a tomar forma após o assassinato do ex-segurança negro George Floyd. Ele foi asfixiado até a morte por um policial branco. A agressão levou manifestantes a marcharem contra o racismo e a brutalidade das autoridades de segurança. Enquanto milhares de americanos aderiram aos atos nas últimas semanas, o movimento Black Lives Matter tornou-se global. Nova Zelândia, Berlim, Dublin, Londres e Amsterdã viram as ruas serem tomadas por passeatas.

Em Los Angeles, não foi diferente. A rua Rodeo Drive é famosa por reunir as principais lojas de grifes luxuosas na cidade da Califórnia. Por lá, prédios e empreendimentos foram atacados no último domingo (31/05), por manifestantes que pediam justiça no caso de George Floyd.

Imagens e vídeos dos estabelecimentos sendo invadidos começaram a circular nas redes sociais. Vitrines foram quebradas e algumas lojas saqueadas. Nos atos, fachadas das marcas foram pichadas, registrando palavras de repúdio ao governo e contra a polícia norte-americana. “Faça a América pagar por seus crimes contra os negros” foi uma delas.

 

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Uma boutique da Marc Jacobs foi um dos alvos que chamaram a atenção na internet. O nome da marca foi riscado na placa de entrada da loja e os nomes Sandra Bland e George Floyd foram escritos com caneta preta. Bland foi outra vítima negra em 2015, seu corpo foi encontrado com sinais de enforcamento em um presídio do Texas.

Outras grifes também sofreram, como Hermés, Alexander McQueen, Fendi, Chanel e Gucci. A repercussão dos protestos na mídia gerou reflexão na moda. Algumas marcas que foram alvo dos protestos estão se posicionando.

Entre os nomes, o estilista Marc Jacobs é um dos diretores criativos que se declararam a favor do movimento. Outra adepta é a etiqueta esportiva Nike, que se colocou contra o racismo, apoiando as manifestações e cobrando posicionamento do público.

Loja Hermes
A rua Rodeo Drive concentra as principais marcas de luxo e restaurantes em Los Angeles

 

A loja física da grife Alexander McQueen foi saqueada

 

Loja Fendi
A Fendi chegou a instalar tapumes de madeira na entrada da loja, mas não escapou das pichações

A Louis Vuitton foi uma das lojas atingidas, mas, enquanto os atos físicos ganhavam força, a etiqueta francesa estava investindo na divulgação da nova bolsa, a LV Pont 9. Após ser pressionada pela legião de fãs, composta de 38,2 milhões de seguidores do Instagram, a marca compartilhou um vídeo com um homem negro andando a cavalo na rede social, legendada pelos dizeres: “Faça uma mudança. #BlackLivesMatter”.

Veículos de comunicação também estão apoiando os protestos.“Devemos lutar contra o racismo e precisamos fazer isso juntos. A moda tem a responsabilidade e o poder de formar opinião. Eu imploro para marcas de moda e publicações que se posicionem, é a maneira atual de fazer uma mudança real. Precisamos de pessoas negras integradas à infraestrutura da indústria da moda. Essas pessoas precisam de oportunidades”, afirmou o estilista e editor-chefe da Vogue Inglesa, Edward Enninful, em publicação no site da revista.

 

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Entenda o caso

George Floyd foi morto por um policial branco durante uma abordagem, em 25 de maio, nos Estados Unidos. A causa da morte do ex-segurança negro foi asfixia. A brutalidade do assassinato desencadeou protestos antirracistas por todo o mundo. Os atos que ocupam as ruas, em meio à pandemia, pedem justiça pela violência contra a população negra de vários países.

Colaborou Sabrina Pessoa

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