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Billie Eilish sobre seu estilo: “Me sinto presa nessa persona que eu criei”

Cantora revelou que começou a usar roupas folgadas por não se sentir desejada e, devido a isso, muitas pessoas não a vêem como mulher

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Jo Hale/Redferns via Getty Images
Billie Eilish
1 de 1 Billie Eilish - Foto: Jo Hale/Redferns via Getty Images

Ao vencer cinco categorias do Grammy 2020, Billie Eilish se firmou como a maior estrela do mercado fonográfico. Os talentos da artista vão além das letras profundas e melancólicas, e a popularizaram entre a geração Z. Suas produções, marcadas por roupas largas em cores vibrantes, a tornaram um dos grandes símbolos da moda adolescente, levando grifes como Gucci, Louis Vuitton, Burberry e Chanel a investirem pesado na norte-americana.

A parceria com grandes marcas de luxo, no entanto, tem deixado a popstar insegura na hora de se vestir.  Em entrevista à GQ britânica, a cantora de apenas 18 anos confessou se sentir presa aos traços de estilo que a consolidaram no mercado têxtil. Vem comigo entender!

Desde que explodiu nas rádios do mundo inteiro com a música Bad Guy, no ano passado, Billie Eilish já teve que explicar o motivo de investir em roupas folgadas por diversas vezes. Inicialmente, ela sustentava o discurso de que as silhuetas amplas impediam a sexualização de sua imagem.

“Eu não quero que o mundo saiba tudo sobre mim. É por isso que uso roupas grandes e largas. Ninguém pode ter uma opinião, pois eles não podem ver o que tem por baixo. Ninguém vai ficar falando ‘ela é magra, ela não é magra, ela tem pouca bunda, ela tem bunda grande’. As pessoas não podem falar essas coisas, porque elas não sabem”, revelou a artista durante uma campanha para a Calvin Klein, em maio de 2019.

@wherearetheavocados/Instagram/Reprodução
Billie Eilish chegou ao mercado causando barulho entre os adolescentes

 

@wherearetheavocados/Instagram/Reprodução
Suas roupas largas e coloridas encantaram a Geração Z

 

@wherearetheavocados/Instagram/Reprodução
Ela sempre defendeu que a silhueta mais ampla era uma fuga da sexualização

 

Em campanha para Calvin Klein, ela afirmou que as pessoas não poderiam falar mal daquilo que não vêem

 

Agora, um ano depois, a vencedora do Grammy resolveu se aprofundar mais nos motivos que a levaram a fugir das peças justas. “Eu nunca me senti desejada. Meus antigos namorados nunca me fizeram sentir assim. Nenhum deles. Isso se tornou uma parte da minha vida. Então, eu me visto da maneira como me visto porque eu não gosto de pensar que vocês, meninos, estão julgando meu corpo ou o tamanho dele”, comentou à GQ britânica.

Na entrevista à publicação masculina, Eilish ainda revelou que nem sempre essa escolha a deixa satisfeita. “Às vezes, eu me visto como um garoto. Às vezes, eu me visto como uma garota swaggy. E, às vezes, eu me sinto presa nessa persona que eu criei, porque sinto que as pessoas não me enxergam como mulher“, afirmou.

Os problemas relacionados à estética não binária da artista já foram abordados em outras ocasiões. “Se eu fosse um homem e estivesse usando essas roupas largas, não chamaria atenção de ninguém. Tem gente dizendo: ‘vista-se como uma menina, pelo menos uma vez! Se você usasse roupas apertadas, seria muito mais bonita e sua carreira seria muito melhor’. Não, não seria. Literalmente, não seria”, concluiu ela em conversa com o NME, em 2019. Porém, parece que esse tópico tem estado mais presente na vida da cantora.

Segundo a artista, as peças largas entraram em cena depois que ela passou a não se sentir desejada

 

Todavia, a estética que adotou tem consequências

 

Billie Eilish
Algumas pessoas não enxergam a estrela como uma mulher, de acordo com sua percepção

 

Billie Eilish no Grammy 2020 usando look completo da Gucci
Billie entregou que muita gente já comentou que sua carreira teria sido melhor se ela se vestisse “como uma menina”

 

Ainda que as maiores casas de moda estendam seus acervos à norte-americana, ela se vê refém do estilo que a popularizou

 

Há duas semanas, a artista divulgou no Youtube um vídeo chamado Not My Responsibility, no qual aparece criticando os padrões físicos impostos às mulheres. “Você gostaria que eu fosse menor? Mais fraca? Mais frágil? Mais alta? Gostaria que eu ficasse quieta? Meus ombros te provocam? Meus seios? Minha barriga? Meus quadris? O corpo com o qual eu nasci não é o que você queria? Se eu vestir o que é confortável, não sou mulher. Se eu mostrar algumas camadas, sou uma vagabunda. Mesmo que você ainda não tenha visto meu corpo, você me julga. Por quê?”, questiona a jovem de 18 anos, enquanto se despe.

Ainda assim, a mensagem não parece ter surtido efeito entre alguns fãs da norte-americana. “O que eu alcancei com isso? Meus seios ficaram nos Trending Topics do Twitter. Mas isso ainda é algo positivo. Houve pessoas que disseram não gostar mais de mim, porque eu me tornei uma prostituta. Tipo, eu nunca vou vencer essa batalha”, disse ao site Dazed.

Os comentários negativos direcionados à estrela também foram abordados na conversa com a GQ. À revista, ela relatou que mensagens de ódio quase a fizeram tirar a própria vida em 2018. “É inacreditável. Eu quase me matei por conta de um tuíte há alguns anos atrás. Eu já estava sentada na janela quando o Brian, que trabalha comigo desde os 14 anos, bateu na minha porta, fez algumas piadas e me fez sair dali”, lembrou a artista.

Para ela, é muito difícil ignorar esse tipo de situação quando a fama alcança escala global. “Eu tento evitar, mas sempre acabo vendo algo. O Instagram coloca os comentários de quem você segue no topo, mas, se desço um pouco mais, isso destrói meu mundo. É tão difícil não se deparar com o ódio. Até mesmo os fãs, sem querer, acabam fazendo eu ver algumas coisas ao me defenderem”, desabafou.

Colaborou Danillo Costa 

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