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Sob novo risco de desabamento, parte da Rodoviária é interditada

Laudos técnicos emitidos por órgãos como o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil detectaram fissuras irreversíveis na estrutura

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Risco de desabamento na plataforma da Rodoviária do Plano Piloto – Brasília(DF), 10/10/2018
1 de 1 Risco de desabamento na plataforma da Rodoviária do Plano Piloto – Brasília(DF), 10/10/2018 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O governador Ibaneis Rocha (MDB) determinou, nesta quarta-feira (26/06/2019), o fechamento da plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto. A intervenção ocorrerá para evitar o desabamento da estrutura. Laudos técnicos detectaram fissuras irreversíveis.

A licitação para a reconstrução do local já está na rua e a previsão é de que a área seja liberada em até 90 dias. A saída norte/sul será totalmente interditada. Já na saída sul/norte, veículos pesados ficam impedidos de circular.

“O risco de desabamento iminente não nos deixa alternativa. Vamos fazer todo o esforço para que os transtornos sejam os menores possíveis e a reabertura ocorra rapidamente”, afirmou Ibaneis ao Metrópoles.

Segundo nota técnica da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), ao longo dos últimos meses, “diversas manifestações patológicas” foram identificadas na estrutura da rodoviária, sendo que algumas fissuras apresentaram crescimento acentuado recentemente.

“Algumas foram classificadas como críticas e verificou-se que as fissuras estruturais são as de maior relevância e podem trazer maior risco à segurança estrutural da Rodoviária, inclusive com risco de colapso estrutural/desabamento, exigindo ações imediatas”, diz trecho do documento.

Ainda de acordo com a Novacap, foram identificados, na laje de cobertura da plataforma inferior, “o rompimento de cabos de protensão de longarinas por corrosão, movimentação anormal com abertura de frestas em vigas de encabeçamento do caixão perdido da plataforma superior, problemas de infiltração, problemas com estrutura do reservatório de incêndio, corrosão nos guarda-corpos dos viadutos, fissuras de vigas e lajes”, entre outros problemas.

A companhia ressalta ainda que o fluxo acima de 700 mil pessoas por dia dificulta qualquer tipo de ação preventiva ou corretiva sem causar transtornos à operação do terminal. “Hoje, a Rodoviária já se encontra em obras, com contrato de recuperação e revitalização sob responsabilidade da empresa Concrepoxi e fiscalização da Novacap”, acrescenta.

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Licitação

Segundo Ibaneis, foi encontrada fissura de 1,5 centímetro na estrutura, sendo que uma de 0,7 milímetro já é considerada de altíssimo risco. Os acompanhamentos feitos pelo governo mostraram que as rachaduras evoluíram de 0,6mm para 1,5cm em três meses.

“A ideia era fazer uma licitação com o trâmite normal, que terá de ser emergencial dada à gravidade da situação. O processo deve ser concluído até esta sexta- feira (28/06/2019) ou, no mais tardar, no início da próxima semana. Todos os órgãos ligados à engenharia de trânsito e à infraestrutura, além do Tribunal de Contas do DF, estão envolvidos”, informou o governador.

Ainda de acordo com o emedebista, se não houver recurso perante o TCDF e a Justiça, as obras começam imediatamente após a assinatura do contrato. Em 30 dias, o escoramento estará concluído e a obra está prevista para durar 90 dias.

Os reparos, conforme Ibaneis, custarão R$ 6 milhões, com possibilidade de ter o valor acrescido, pois o governador pretende ter operários trabalhando na empreita nos três turnos. Como esse gasto não estava previsto, recursos terão de ser realocados de outras fontes orçamentárias do GDF, de acordo com estudos elaborados pela Secretaria de Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão.

No fim da noite, as deputadas federais Celina Leão (PP) e Flávia Arruda (PR) se dispuseram a destinar emendas no valor de R$ 3,5 milhões cada uma para a realização da obra – uma folga de R$ 1 milhão em relação ao total previsto por Ibaneis.

Neste caso, o GDF fica liberado da despesa e o valor será arcado pela União. A liberação do dinheiro, no entanto, depende de trâmites do governo federal, e o prazo, neste caso, é imprevisível. O governador, contudo, comemorou a saída e faz previsões otimistas de que a quantia pode estar disponível em questão de dias.

Mudanças no trânsito

O sentido norte-sul, que passa em frente ao Conjunto Nacional, ficará completamente interditado. No trecho sul-norte, em frente ao Teatro Nacional, apenas veículos leves poderão transitar. Ônibus e caminhões terão de trafegar pelo anel que circunda a plataforma inferior.

O estacionamento da Rodoviária ao lado do Conjunto Nacional também será fechado. O Departamento de Trânsito (Detran) estuda a liberação de outro espaço para acomodar os carros.

Para garantir o acesso dos motoristas que vêm da Asa Norte para a Sul, a via que passa ao lado do Teatro Nacional e do antigo Touring terá uma das faixas invertida.

Susto em outubro

O caso ocorre pouco mais de oito meses após o terminal ser alvo de interdição, também por risco de desabamento. Naquela ocasião, uma empresa de telefonia rompeu cabos de sustentação durante obra. Trechos da Rodoviária do Plano Piloto ficaram semanas fechados para os reparos, prejudicando a circulação de passageiros e de veículos.

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