Certamente, cuidar da casa se tornou uma atividade bastante comum em tempos de pandemia. Com o isolamento social colocado em prática, muita gente começou a prestar mais atenção em detalhes, como limpeza, decoração, reformas, entre outros afazeres, e investir tempo e dinheiro no “lar doce lar”.

Alguns dados comprovam uma conexão mais forte entre os moradores e suas residências, como o crescimento de 802% nas vendas do aspirador de pó robô, item de auxílio nas tarefas domésticas.

Pensando no fato de que estamos passando mais tempo em domicílio, a coluna Claudia Meireles questionou a especialista Vandinha Riccioppo que táticas podemos adotar para dar um “up” em nossas moradias.

Para você, como é um lar acolhedor?

É aquele que te abraça quando você chega. Ele tem que estar limpo, arejado e com as janelas abertas para o sol entrar e alegrar. Quando a noite chegar, gosto da iluminação direta de abajures e luminárias de designers, pois trazem mais aconchego. As velas também são sempre bem-vindas. Salpicadas pela sala, dão um  toque de magia ao ambiente. As perfumadas trazem sensação de bem-estar para os quartos e os banheiros.

Obras de arte também acolhem. Vale investir em coisas que você goste de observar. Deve ser uma arte que encante e distribuída pela casa, para que você sempre se depare com algo bonito e que te faz bem.

As flores são fundamentais, arranjos, pequenas flores do campo ou da estação, orquídeas, folhagens ou vasos com plantas de verdade… Elas trazem vibração, energia boa e a natureza para dentro do lar.

Quais objetos oferecem mais conforto?

Livros, sem dúvida. Ele te tiram da “prisão” que é o confinamento e te levam para lugares incríveis. São excelentes companhias, assim como a televisão, que também tem seu valor. Você pode curtir um filme, ver séries ou assistir a um show, fazer cursos e se divertir. Vale a pena ter uma tevê com uma boa imagem.

Música, com certeza. Uma boa playlist te faz cantar e dançar. Vale ouvir músicas que te levem ao passado e que produzam euforia.

Uma cozinha bem equipada para facilitar no preparo e muitos livros de receitas. Aprender coisas novas é um prazer maravilhoso. Ter passatempos que você curta por perto, como instrumentos, baralhos, jogos, telas de pintura. Tudo isso vai preencher o seu tempo de maneira agradável.

Em qual canto da residência vale a pena começar a mudança?

O quarto, que é primordial. É onde você relaxa, sonha, descansa, ama… É seu ninho restaurador. Ele deve ser aconchegante, gostoso e bonito. Começar por ele vai te dar ânimo para completar o restante da casa.

De preferência, opte por tons suaves para te dar um sono tranquilo, uma luminária legal para ter uma boa leitura, bons travesseiros, um ótimo colchão, lençóis macios, edredons fofos, uma poltrona confortável, um quadro para admirar, espelho grande para se arrumar e que ele seja bem silencioso.

Qual é a melhor tipagem de travesseiro?

Eu amo os da Nasa. Eles salvaram a minha vida por conta da dor na coluna. Além disso, são agradáveis e mais higiênicos. A pena de ganso, além de ser anti-ecológica, pode dar alergia.

Qual é o seu maior conforto?

É poder manter o lar arrumado e limpo com facilidade. É não ter uma casa entulhada com coisas que eu não uso. Ela tem que fluir e ser descomplicada.

Qual é o momento certo para trocar o colchão da cama?

Os estudos dizem que devemos trocar entre sete e 10 anos de uso, ou quando algo irregular aparecer. Para ele durar bem, deve ser virado semanalmente ou de 15 em 15 dias, para que continue uniforme.

A quantidade de fios dos lençóis faz, realmente, diferença?

Faz a maior diferença. Depois que você conhece os lençóis egípcios com mais de 500 fios, você entende. A partir de 400 fios já é legal. Você sente o contato com a pele. É o prazer. É muito agradável e gostoso.

Quais marcas de perfumes de ambiente você considera mais cheirosas?

A Jozefina Mesa Posta, que tem difusores e velas deliciosos. Tem a essência Bamboo, que é a minha predileta. Você entra na casa e não quer sair nunca mais.

E as mantas? Podem ser utilizadas em quais cômodos?

Nesse frio, é ideal. Tanto no sofá, na poltrona do quarto, no pé da cama, quanto na varanda. Gosto das marcas Trussardi, Zara Home e outras.

Como você faz para dar uma repaginada em uma residência?

Eu começo pelos tecidos. Se trocarmos os estofados, vai dar uma cara nova ao lar, um frescor. Alterar cores, texturas, reformular o design do sofá e tirar alguns detalhes também transforma o visual.

Nas paredes, você pode fazer um revestimento e uma pintura nova, como aplicar um fulget ou uma parede de madeira. No lavabo, coloque um tecido lindo, assim como no quarto. Opte por um tecido que combine com a colcha da cama ou que traga alegria. Isso já é novidade.

Nos detalhes, mude as almofadas. Se eram lisas, jogue um floral. Elas darão uma cara nova. Gosto também de mudar as cúpulas dos abajures e luminárias e fazer personalizadas, com tecidos diferenciados e cores inusitadas. Assim, a casa fica parecida com você.

Você tem que descobrir o que tem a ver com o astral e o estilo de vida do dono da casa. E, de repente, colocar uma peça reverente e que traga uma surpresa adorável, como um cocar indígena, um cavalo de carrossel, um espelho grande que amplie o ambiente. Isso te faz sentir renovado.

Pode-se, também, instalar uma luz especial para os objetos importantes e nos quadros. Mudar a iluminação faz uma diferença muito grande. Ela mostra o que precisa ser visto.

Qual é a sua casa ideal?

Ela não deve ser muito grande e, de preferência, térrea. Deve ter vista para muitas árvores e um céu lindo, como o de Brasília.

Eu gostaria de um projeto de arquitetura limpo, com luz natural, espaços amplos, um grande jardim e barulhinho de nascente, muitos pássaros, borboletas e flores.

Uma mistura de móveis contemporâneos, antigos e orientais, com muitos quadros, tapetes que aquecem, luminárias, lustres, artesanato brasileiro e detalhes com cores vibrantes que remetem alegria.

Deve, por fim, ser uma casa com mesa farta, bons vinhos e música. E, o mais importante, que receba pequenos grupos de grandes amigos. Aí fica perfeito.

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