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Deputada do PSL lança campanha para Bolsonaro não ir à ONU

Carla Zambelli argumenta que o presidente precisa “se cuidar para cuidar do Brasil”. Quando foi presidente, Lula faltou ao encontro 2 vezes

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Zambelli
1 de 1 Zambelli - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) não quer que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) vá para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na próxima semana. Preocupada com a saúde do presidente, que se recupera da quarta cirurgia em decorrência da facada que tomou na campanha do ano passado, a aliada de Bolsonaro lançou uma campanha nas redes sociais para que a militância ajude a pressionar pelo cancelamento da ida a Nova York no próximo dia 23 de setembro.

“Peço pras pessoas que querem que o Brasil dê certo que me ajudem”, disse Zambelli em vídeo publicado no Twitter e no Facebook. “A gente precisa do presidente cuidando do Brasil, mas pra cuidar do Brasil ele precisa cuidar de si mesmo primeiro”, diz ela no vídeo.

A campanha parece ser uma iniciativa isolada da parlamentar, já que no governo o foco é em fechar os planos para a viagem. Bolsonaro já havia dito que pretendia viajar para a assembleia “nem que fosse de cadeira de rodas” para defender a atuação do Brasil no combate a incêndios e desmatamento na Amazônia.

A equipe de apoio ao presidente está ajustando a agenda para evitar que a recuperação médica seja prejudicada. O período da viagem já foi encurtado — a ida, que estava marcada para o dia 22, foi adiada para o dia seguinte e reuniões bilaterais de Bolsonaro com outros chefes de Estado foram canceladas.

Logo após o discurso na ONU, no dia 24 de setembro, o titular do Palácio do Planalto deve seguir para o estado do Texas, onde, segundo o porta-voz, terá encontro com empresários do setor armamentista e oficiais militares norte-americanos.

No último dia 8 de agosto, Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia para a correção de uma hérnia do abdômen. Essa foi a quarta intervenção relacionada ao atentado sofrido em Juiz de Fora (MG) no ano passado, durante campanha eleitoral. O procedimento durou aproximadamente cinco horas.

Lula “faltou” duas vezes
Caso Bolsonaro não consiga estar presente, o Brasil não deverá “perder” o direito de fazer o discurso de abertura da assembleia anual. Em um passado recente, em 2005 e em 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva não compareceu à assembleia e quem discursou – nas duas oportunidades – foi o então ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Ocupante do cargo no governo Bolsonaro, o chanceler Ernesto Araújo poderia, portanto, representar o presidente e discursar.

O ex-presidente Lula discursou na Assembleia Geral da ONU nos dois primeiros anos de sua gestão, 2003 e 2004, e defendeu mudanças na entidade, como ampliação do número de países membros do Conselho de Segurança. Em 2005, sofrendo pressões intensas por causa do escândalo do Mensalão, que havia estourado meses antes, o petista optou por não ir a Nova York.

Cinco anos depois, nos meses finais de seu segundo mandato, Lula também mandou seu chanceler e ficou no Brasil participando da reta final da campanha presidencial de sua sucessora, Dilma Rousseff.

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