Zeca Borges, criador do Disque Denúncia, morre aos 77 anos no Rio
Zeca Borges sofreu um infarto na noite de quinta-feira (2/12) e faleceu na madrugada desta sexta-feira. Ele criou o Disque Denúncia em 1995
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – Fundador do Disque Denúncia, Zeca Borges morreu aos 77 anos na madrugada desta sexta-feira (3/12), no Rio de Janeiro. Ele sofreu um infarto na noite de quinta-feira e foi internado em um hospital em Copacabana, na zona sul da cidade, segundo a assessoria do programa, que foi criado em 1995.
“É com grande pesar que informo que infelizmente no final da noite passada perdemos nosso mestre Zeca Borges. Lamentamos muito transmitir esta notícia. O Zeca se eterniza pela essência do que representava. Seguiremos fortes”, diz a nota oficial da assessoria.
zeca-borges-criador-disque-denuncia-morre-77-anos-no-rio.jpg
Zeca Borges, criador do Disque Denúncia, morreu aos 77 anos Reprodução/Instagram
zeca-borges-criador-disque-denuncia-morre-77-anos-no-rio-02.jpg
Zeca Borges fundou o programa Disque Denúncia em 1995 Reprodução
zeca-borges-criador-disque-denuncia-morre-77-anos-no-rio-03.jpg
Zeca Borges se vacinou contra a Covid-19 no Rio e postou uma foto Reprodução/Instagram
Ainda não há informações sobre o velório e o sepultamento. O fundador e coordenador do projeto deixa a esposa e um casal de filhos.
Em 2021, o Disque Denúncia comemorou 26 anos de existência. O programa já ajudou a prender mais de 20 mil criminosos e soma mais de 2,7 milhões de denúncias.
O projeto de sucesso no Rio de Janeiro se expandiu para outros estados do Brasil e inspirou outros países como Argentina e Chile, que ganharam versões do Disque Denúncia. Zeca comemorou a permanência do programa e as conquistas desde 1995.
“Mais de 2,7 milhões de denúncias e 218 mil horas de serviço em mais de 9 mil dias de trabalho, ajudaram as polícias a combater o crime no Rio de Janeiro. Ajudamos a autuar a prender mais de 20 mil criminosos. Participamos de apreensões de armas e drogas, atuamos no desmantelamento de quadrilhas de roubos de cargas, auxiliamos na localização de pessoas desaparecidas, lutamos contra os crimes ambientais e até mesmo contra o coronavírus. Em todos esses momentos nós estávamos lá. E sempre estaremos.”
Grandes denúncias
Foi através do Disque Denúncia que grandes casos e crimes foram resolvidos no Rio. Entre eles está a prisão do traficante Nem da Rocinha em novembro de 2011.
Naquele mês, houve também um recorde de denúncias em um só dia: 26 de novembro de 2011, com 1.136 ligações de pessoas com informações sobre a situação no Complexo do Alemão. Na época, a região foi ocupada por forças policiais.
Anos antes, em 2002, a Polícia Civil prendeu, por intermédio do Disque Denúncia, o traficante Elias Maluco, autor do assassinato do jornalista Tim Lopes. O bandido foi preso sem qualquer tiro 109 dias depois da morte do repórter investigativo.
O governador do Rio, Cláudio Castro, lamentou a morte de Zeca e exaltou a “iniciativa pioneira e inestimável para a segurança pública”.
“O Rio perdeu um dos maiores defensores da paz e da justiça em nosso estado. Zeca Borges criou e coordenou o Disque-Denúncia, uma das mais poderosas ferramentas à disposição da sociedade, que ajudou a prender mais de 20 mil criminosos. Uma iniciativa pioneira e inestimável para a segurança pública tão bem sucedida que foi levada a outros estados e países. Expresso minha gratidão pelo trabalho fundamental e pelo legado que Zeca nos deixou e minha profunda solidariedade à família e aos amigos”, disse Castro.
