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Weintraub escolhe ex-partido de Daciolo – e que apoiou Haddad em 2018

Mesmo rechaçado por legendas ligadas a Bolsonaro, como o PTB, ex-ministro da Educação insiste em costurar candidatura ao governo de SP

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, chega na Superintendência da Polícia Federal, na zona oeste de São Paulo
1 de 1 O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, chega na Superintendência da Polícia Federal, na zona oeste de São Paulo - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Bolsonarista “raiz”, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub segue articulando uma candidatura ao governo de São Paulo à revelia do presidente da República (que escolheu lançar o ministro Tarcísio Freitas ao cargo), e indicou, nesta quinta-feira (10/2), que escolheu uma legenda para apoiá-lo no projeto. Trata-se do Brasil 35, pequena sigla sem representação na Câmara dos Deputados e que ganhou esse nome em 2021, após deixar de ser o Partido da Mulher Brasileira (PMB).

Em postagens em suas redes sociais, Weintraub postou convite para evento da sigla no próximo sábado, em São Paulo, com a presença também de seu irmão, Arthur Weintraub, da presidente nacional do partido, Suêd Haidar Nogueira, e do presidente estadual, Laercio Benko.

No convite, o Brasil 35 é tratado pelo ex-ministro como “o partido do conservadores” e ainda há uma provocação ao Centrão (que fechou aliança com o presidente Jair Bolsonaro e o afastou de militantes radicalizados, como o próprio Weintraub). Veja o convite:

Esse “conservadorismo” todo da sigla nanica, porém, é recente. Na eleição presidencial passada, em 2018, o então PMB apoio o petista Fernando Haddad no segundo turno e justificou a decisão com uma mensagem que previa que Bolsonaro poderia “afundar o Brasil em um caos sem precedentes”.

A postagem de apoio a Haddad ainda está no perfil oficial da sigla no Instagram, junto a outros posts críticos ao governo e defesas de pautas progressistas, como a luta contra o racismo. Veja:

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Com a vitória do atual presidente, a sigla anunciou “oposição consciente”, mas os ventos foram mudando e o partido chegou a negociar a filiação do próprio Bolsonaro entre 2020 e 2021 – a mudança de nome para Brasil 35 era parte da estratégia para convencer o presidente, que acabou se filiando a uma legenda consolidada do Centrão, o PL.

Frustradas as negociações com Bolsonaro, o partido, já de nome novo, mudou de planos e filiou o ex-candidato à presidência Cabo Daciolo, que ficou em 6º lugar na disputa de 2018. Daciolo foi lançado pré-candidato ao Planalto pelo partido, mas também acabou mudando de ideia, largou o Brasil 35 e mergulhou na campanha do ex-adversário Ciro Gomes à presidência, inclusive tendo se filiado ao PDT em janeiro deste ano.

A aproximação com os irmãos Weintraub marca, portanto, um novo momento do partido nanico. Mostra também que o ex-ministro ficou com poucas opções após radicalizar no campo da direita. Ele chegou a negociar com o PTB, um partido maior e que tenta atrair candidatos do campo conservador, mas suas críticas ao governo Bolsonaro (em especial às alianças e escolhas políticas do governo nos últimos meses) foram consideradas muito pesadas para uma sigla que se mantém próxima ao presidente.

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