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“Viramos uma ameaça global”, diz infectologista brasileira

Segundo Denise Garrett, o Brasil é um exemplo de tudo que podia dar errado numa pandemia

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Manaus Covid-19 falta de oxigênio 2
1 de 1 Manaus Covid-19 falta de oxigênio 2 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Denise Garrett, infectologista ex-integrante do Centro de Controle de Doenças (CDC) do Departamento de Saúde dos EUA e atual vice-presidente do Sabin Vaccine Institute, falou sobre a pandemia no Brasil, em entrevista à BBC e afirmou que o Brasil se tornou uma ameaça global, com alta taxa de transmissão e baixos índices de vacinação.

Essa combinação, segundo Garrett, torna o país um “caldeirão para novas variantes”. “Precisamos de planejamento e estratégia. Mas, infelizmente, não tenho esperança quanto ao governo federal sobre isso”, disse.

A infectologista, que trabalhou no CDC por mais de 20 anos e atuou como conselheira-residente do Programa de Treinamento em Epidemiologia de Campo (FETP) no Brasil, como líder da equipe no Consórcio de Estudos Epidemiológicos da Tuberculose (TBESC) e como conselheira-residente da Iniciativa Presidencial contra a Malária em Angola, alertou sobre o trato que a doença vem recebendo no país.

“Um ano depois, estamos no pior lugar em que poderíamos estar, com uma transmissão altíssima, com uma variante extremamente alarmante e com sistema de saúde à beira de colapsar”, afirmou. 

Garrett ressaltou como a falta de rigor do governo federal em relação às medidas restritivas, como distanciamento social e uso de máscaras, teve uma influência direta sobre o alastramento da doença, no Brasil. “Temos um país com uma liderança que, além de não implementar medidas de controle, minou as medidas que tínhamos”, disse a infectologista.

A especialista ainda falou sobre o chamado “tratamento precoce”, instituído como protocolo pelo Ministério da Saúde. Segundo Garrett, a crença de que a hidroxicloroquina e a ivermectina seriam medicamentos eficazes na prevenção da Covid-19 fez com que parte da população não obedecesse às outras medidas restritivas, como o distanciamento social.

A falta de um plano nacional de vacinação também é uma das preocupações da infectologista. “Precisamos de planejamento e estratégia. Mas, infelizmente, não tenho esperança quanto ao governo federal sobre isso.” Sem uma população vacinada, Garrett afirma que o perigo de que uma nova cepa que não responde às vacinas se desenvolva no país é grande.

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Para a infectologista, além da vacinação em massa, o país precisa de um lockdown a nível nacional, com medidas duras que proíbam a circulação não-emergencial de pessoas.

“O país inteiro está à beira do colapso. Não adianta fechar um Estado e os outros continuarem abertos. E as pessoas transitando de um para outro”, afirmou.  

A especialista ressaltou que o Brasil representa uma ameaça global, com alta taxa de transmissão e baixos índices de vacinação. Essa combinação, continuou Garrett, torna o país um “caldeirão para novas variantes”. “Precisamos de planejamento e estratégia. Mas, infelizmente, não tenho esperança quanto ao governo federal sobre isso”, disse Garrett.

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