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Março já é o mês mais letal da pandemia de Covid no Brasil

Em apenas 19 dias, o vírus Sars-CoV-2 vitimou 35.372 pessoas no país

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
mortes covid cemitério enterro
1 de 1 mortes covid cemitério enterro - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Março nem acabou e já indica que o pesadelo da Covid-19 no Brasil está longe de acabar. Em apenas 19 dias, o vírus Sars-CoV-2 vitimou 35.372 pessoas no país, tornando o terceiro mês de 2021 o mais letal da doença por aqui. 

Até então, os dias mais “trágicos” tinham ficado para trás, em julho de 2020, quando 32.881 brasileiros perderam a vida para o vírus, uma média de 1.060 por dia.

Veja gráfico:

Tarcísio Marciano da Rocha Filho, professor do Instituto de Física e um dos membros de um grupo de pesquisa interdisciplinar que abarca várias universidades brasileiras para estudar o avanço da Covid-19 no país, já havia alertado, em entrevista ao Metrópoles, para o aumento de óbitos e casos no primeiro semestre de 2021. “Vamos começar este ano com números preocupantes, e a tendência é crescer ainda mais. A previsão é um novo pico para março e abril, que vai ser ainda mais complicado do que já vivemos.”

Recordes sucessivos

A média móvel de mortes causadas por Covid-19 no Brasil bateu mais um recorde, chegando a 2.172 nesta sexta-feira (19/3). O indicador, em comparação com o verificado há 14 dias, sofreu acréscimo de 50,5%, mostrando tendência de alta nos óbitos.

Foram 2.815 mortes e 90.570 novos infectados nas últimas 24 horas. Os dados são do mais recente balanço divulgado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). No total, o Brasil já perdeu 290.314 vidas para a doença e computou 11.871.390 casos de contaminação.

Devido ao tempo de incubação do novo coronavírus, adotou-se a recomendação de especialistas para que a média móvel do dia seja comparada à de duas semanas atrás.

Variações na quantidade de mortes ou de casos de até 15%, para mais ou para menos, não são significativas em relação à evolução da pandemia. Já percentuais acima ou abaixo devem ser encarados como tendência de crescimento ou de queda.

Os cálculos são feitos pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, e se baseiam nos relatórios repassados pelo Ministério da Saúde. Essas informações também alimentam o painel interativo com notícias sobre a pandemia desde o primeiro caso da doença registrado no país.

Média móvel

Acompanhar o avanço da pandemia de Covid-19 com base em dados absolutos de morte ou de casos está longe do ideal. Isso porque eles podem apresentar variações diárias muito grandes, principalmente atrasos nos registros. Nos fins de semana, por exemplo, é comum perceber redução significativa dos números.

Para reduzir esse efeito e produzir uma visão mais fiel do cenário, a média móvel é amplamente utilizada ao redor do mundo. A taxa, então, representa a soma das mortes divulgadas em uma semana dividida por sete.

O nome “móvel” é porque varia conforme o total de óbitos dos sete dias anteriores.

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