metropoles.com

Verdadeiro ou falso: o que você sabe sobre a febre amarela?

Em parceria com a Fiocruz e epidemiologistas, a Agência Lupa checou frases encontradas em redes sociais sobre a doença. Veja o resultado

atualizado

Compartilhar notícia

Getty Images
Mosquito que causa a febre amarela aparece preso dentro de vidro. Dedo de uma pessoa indica o inseto-Metrópoles
1 de 1 Mosquito que causa a febre amarela aparece preso dentro de vidro. Dedo de uma pessoa indica o inseto-Metrópoles - Foto: Getty Images

O Ministério da Saúde anunciou nesta semana uma campanha de vacinação contra a febre amarela em São Paulo, no Rio de Janeiro e na Bahia. A decisão de intensificar a imunização se deu depois que regiões nos três estados tiveram mortes de macacos infectados por febre amarela. De junho de 2017 até 8 de janeiro deste ano, 4 mortes por febre amarela foram confirmadas no país, e há 92 casos em investigação.

O que você sabe sobre a doença? Em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e epidemiologistas, a Lupa checou frases sobre a febre amarela encontradas em redes sociais. Veja o resultado:

Divulgação

“A febre amarela é transmitida de pessoa para pessoa”

Só há uma forma de transmissão da febre amarela: a picada de um mosquito infectado. Esse tipo de transmissão é chamado vetorial. O mosquito se transforma em um agente transmissor quando pica uma pessoa ou um macaco que esteja com o vírus – e a partir daí, tal indivíduo é quem transmite a doença a um outro macaco ou a outra pessoa.

A febre amarela silvestre é transmitida pelos mosquitos Haemogogus e Sabethes, que vivem em matas e vegetações à beira de rios. Já a febre amarela urbana, pelo Aedes aegypti, o mesmo agente transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus. Ou seja: não há infecção de pessoa para pessoa, nem de macacos para pessoas, e sim apenas através do mosquito.

ISTOCK

“O diagnóstico da febre amarela é rápido e fácil”

Segundo a Fiocruz, o método de diagnóstico depende do estágio da doença no momento em que a pessoa procura o serviço de saúde e das amostras de sangue ou tecidos. Deve-se levar em conta os sintomas apresentados pelo paciente, mas também observar se ele já foi vacinado (e, se sim, há quanto tempo) e se vive em áreas de risco ou as visitou recentemente.

Mas a confirmação só é possível pelos exames clínicos. O diagnóstico das formas leve e moderada é difícil, pois pode ser confundido com outras doenças infecciosas do sistema respiratório, digestivo ou urinário. Formas graves devem ser diferenciadas de malária, leptospirose, febre maculosa, febre hemorrágica da dengue e dos casos fulminantes de hepatite.

A Fiocruz afirma que são usadas duas técnicas para o diagnóstico. Para a fase aguda (até sete dias após a contaminação), é utilizada a contagem do DNA do vírus a partir de fluidos e tecidos. Depois do sexto dia de contaminação ou após o fim dos sintomas, é aplicado o teste sorológico, que mede a presença de anticorpos ao vírus da febre amarela no organismo.

istock

“O macaco é um transmissor da febre amarela”

Os macacos são vítimas da febre amarela, assim como os humanos. A doença se prolifera em matas e vegetações próximas a rios, habitat de macacos. Mas eles não transmitem a doença entre si, nem para humanos. Os mosquitos – e somente eles – são os vetores de transmissão da febre amarela, tanto a silvestre quanto a urbana.

istock

“Os sintomas da febre amarela podem ser confundidos com os de outras doenças”

Os sintomas da febre amarela são febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengiva, nariz, estômago, intestino e urina). Eles são comuns a diversas outras infecções agudas, como as dos sistemas digestivo e urinário. Por isso, o diagnóstico da febre amarela é considerado difícil pelos serviços de saúde.

Metrópoles
“Entre dezembro de 2016 e junho de 2017, o Brasil registrou a pior epidemia de febre amarela da história”

A epidemia de febre amarela referida é a mais grave desde o início da disponibilização da série histórica da doença pelo Ministério da Saúde, em 1980. Entre dezembro de 2016 e junho de 2017, 777 casos e 261 mortes foram confirmados no país. No período atual, entre julho de 2017 e janeiro de 2018, foram 11 casos e quatro mortes. Ainda há 92 casos em investigação.

Reprodução/Flickr

“Não há um tratamento específico para febre amarela”

Não existe medicação específica para o vírus da febre amarela. O tratamento é, na verdade, para os sintomas, o que se chama de terapia suportiva. O objetivo é manter o estado geral do paciente sob controle. A recuperação da pessoa está principalmente relacionada à carga viral recebida na infecção e ao estado imunológico dela, segundo a Fiocruz. A observação de quem contrai a doença precisa ser constante, pois casos mais leves e moderados podem evoluir, e os casos mais graves chegam a óbito rapidamente.

Daniel Ferreira/Metrópoles

“Quem já teve febre amarela adquire imunidade permanente à doença”

Ministério da Saúde (página 16) afirma que, após ter febre amarela, a pessoa fica imune à doença. Mas, de acordo com a Fiocruz, estudos laboratoriais recentes demonstraram que nem todos os pacientes que se recuperaram apresentam imunidade duradoura.

*Por Natalia Leal

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?