São Paulo – O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou nesta quinta-feira (20/1) que, após investigações concluírem que a parada cardíaca em uma menina de 10 anos no interior do estado não tem relação com a vacina contra a Covid-19, “é fundamental que os pais levem seus filhos para serem imunizados”.
Gorinchteyn explicou que, a partir do momento em que a secretaria foi informada de que a criança teve uma parada 12 horas após a dose da Pfizer, nessa quarta (19/1), a pasta instalou um comitê técnico-científico para avaliar as condições da menina.

A Anvisa aprovou, em 16 de dezembro, a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Para isso, será usada uma versão pediátrica da vacina, denominada Comirnatybaona/Getty Images

A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anosIgo Estrela/ Metrópoles

A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármacoAline Massuca/Metrópoles

Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no BrasilER Productions Limited/ Getty Images

Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizaçõesGetty Images

De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenosVinícius Schmidt/Metrópoles

Contudo, desde o aval para a aplicação da vacina em crianças, a Anvisa vem sofrendo críticas de Bolsonaro, de apoiadores do presidente e de grupos antivacinaHUGO BARRETO/ Metrópoles

Para discutir imunização infantil, o Ministério da Saúde abriu consulta pública e anunciou que a vacinação pediátrica teria início em 14 de janeiro. Além disso, a apresentação de prescrição médica não será obrigatóriaIgo Estrela/ Metrópoles

Inicialmente, a intenção do governo era exigir prescrição. No entanto, após a audiência pública realizada com médicos e pesquisadores, o ministério decidiu recuar Divulgação/ Saúde Goiânia

De acordo com a pasta, o imunizante usado será o da farmacêutica Pfizer e o intervalo sugerido entre cada dose será de oito semanas. Caso o menor não esteja acompanhado dos pais, ele deverá apresentar termo por escrito assinado pelo responsável Hugo Barreto/ Metrópoles

Além disso, apesar de não ser necessária a prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais procurem um profissional da saúde antes de levar os filhos para tomar a vacinaAline Massuca/ Metrópoles

Segundo dados da Pfizer, cerca de 7% das crianças que receberam uma dose da vacina apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% os eventos tinham relação com o imunizante. Nenhum deles foi graveIgo Estrela/Metrópoles

Países como Israel, Chile, Canadá, Colômbia, Reino Unido, Argentina e Cuba, e a própria União Europeia, por exemplo, são alguns dos locais que autorizaram a vacinação contra a Covid-19 em criançasGetty Images

Nos Estados Unidos, a imunização infantil teve início em 3 de novembro. Até o momento, mais de 5 milhões de crianças já receberam a vacina contra Covid-19. Nenhuma morte foi registrada e eventos adversos graves foram raros baona/Getty Images

A decisão do Ministério da Saúde de prolongar o intervalo das doses do imunizante contraria a orientação da Anvisa, que defende uma pausa de três semanas entre uma aplicação e outra para crianças de 5 a 11 anosRafaela Felicciano/Metrópoles
“Foram 10 especialistas envolvidos, em contato constante com a equipe médica de Lençóis Paulista e com o hospital particular em Botucatu, e se concluiu que não se trata de um evento adverso da vacina“, disse.
Veja a íntegra do documento:
Nota Informativa by Grasielle Castro on Scribd
O secretário, que também é médico, afirmou que “de forma alguma” os pais devem se preocupar com este caso.
“O que se descobriu é que está criança tem uma doença rara, e agora chegou ao conhecimento dos familiares. As vacinas, tanto da Pfizer quanto a Coronavac, são absolutamente seguras, são vacinas liberadas não só pela Anvisa mas por outras agências reguladoras pela sua segurança e eficácia, ou seja, são seguras e protegem contra a Covid”, explicou ao Metrópoles.
Gorinchteyn lembrou que existem crianças no estado com sintomas graves de Covid. Entre 15 de novembro e 17 de janeiro, houve um aumento de 61% na internação de menores de 18 anos pela doença em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), segundo o governo.
“A única forma de evitarmos isso é com a vacinação, é muito importante que os pais levem seus filhos para vacinar”, falou.