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Uber diminui mortes no trânsito em até 10%, segundo pesquisa

Os dados estão ligados ao perfil dos usuários de Uber (mais jovens), ao tipo de viagens (inclusive para lazer) e ao consumo de álcool

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Motorista com celular na mão
1 de 1 Motorista com celular na mão - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Um estudo inédito revela como a entrada da Uber no mercado de transporte brasileiro mudou índices de mortes no trânsito e hospitalizações causadas por acidentes. Segundo a pesquisa Uber e segurança no trânsito: evidências de cidades brasileiras, dos economistas Yuri Barreto, Raul Silveira Neto e Luís Carazza, os óbitos caíram 10% e as internações, 17%.

Baseados em dados trimestrais de 2011 a 2016, os pesquisadores concluíram que “os efeitos têm aumentado” desde o lançamento do aplicativo, com a crescente “popularidade do aplicativo ao longo do tempo”, medida por buscas no Google pelo termo Uber.

“O Uber reduziu as taxas gerais de mortalidade e hospitalização no trânsito nas cidades brasileiras. Os resultados são robustos para diferentes especificações e testes de falsificação, e no melhor de nosso conhecimento são as primeiras estimativas desse efeito em um país em desenvolvimento”, ressaltam.

Os autores pontuam que os dados podem ajudar a traçar políticas públicas para melhorar o trânsito. Eles citam dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo. Em 2016, a taxa de mortes no trânsito no Brasil chegou a 19,7 mortes por 100 mil habitantes — mais alto que nos Estados Unidos, no Canadá e na Alemanha.

Eles pontuam que entre 2000 e 2012 o número de veículos no país saltou de 19,9 milhões para 40 milhões. “Este contexto destaca a relevância de estudar as intervenções de transporte urbano no Brasil. O país é o segundo maior mercado do mundo para a Uber, atrás apenas dos EUA”, explicam.

Os dados, segundo os economistas, estão ligados ao perfil dos usuários da Uber (mais jovens), ao tipo de viagens (inclusive para lazer) e à associação entre consumo de álcool e acidentes de carro no Brasil.

“O conjunto de resultados lança luz sobre os efeitos de novas tecnologias sobre mobilidade urbana nos países em desenvolvimento. Especificamente, nossos resultados sugerem que, contrariamente às reivindicações de certos setores da sociedade, além de proporcionar uma alternativa de mobilidade urbana para uma parcela da população, aplicativos de transporte podem contribuir para melhorar a segurança no trânsito das cidades brasileiras”, concluem.
Vínculo empregatício
Na próxima semana, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgará uma ação de vínculo empregatício que envolve um motorista e a Uber. Em setembro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que os motoristas não têm vínculo empregatício e, por isso, não podem reivindicar direitos na Justiça trabalhista.
Um estudo acadêmico liderado pelo professor Cristiano Oliveira mostra que o rendimento dos taxistas nos meses anteriores e posteriores à entrada da Uber, com base na Pnad Contínua, pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não reduziu. As corridas dos taxistas nas cidades em que a empresa passou a operar seguiu o mesmo padrão.

O estudo levantou dados dos motoristas de táxi que participaram da Pnad em todo o país, em dois períodos: 2014/2015, quando a Uber entrou em operação no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Belo Horizonte, e 2015/2016, quando chegou a Goiânia, Recife, Salvador e Fortaleza.

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