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TSE: depoimento de Filipe Barros em ação contra Bolsonaro dura 2 horas

Jornalista Augusto Nunes e cientista política Ana Paula Henkel vão depor na terça (28/3). Guilherme Fiuza não falará mais

atualizado

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Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Filipe Barros – Cleia Viana – Câmara dos Deputados
1 de 1 Filipe Barros – Cleia Viana – Câmara dos Deputados - Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

O depoimento do deputado federal Filipe Barros (PL-PR), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), durou cerca de 2 horas, nesta segunda-feira (27/3). O parlamentar participou de oitiva como testemunha do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), em ação que tramita na Corte e pode levar à inelegibilidade do ex-presidente. Ele foi ao TSE, em Brasília, presencialmente para falar no processo.

Na ação, Bolsonaro é investigado por suposto abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em decorrência do desvio de finalidade da reunião promovida pelo ex-presidente com embaixadores a fim de favorecer a candidatura à reeleição.

Na ocasião, ele levantou suspeitas sobre as urnas eletrônicas e atacou o processo eleitoral. Também repetiu outros argumentos que haviam sido desmentidos por órgãos oficiais diante da comunidade internacional.

Também está dentro do processo a investigação sobre vazamento de dados sigilosos sobre ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte investiga se há relação entre os fatos para desmerecer o sistema eleitoral.

Filipe Barros foi chamado pela defesa de Bolsonaro para falar de sua atuação em live de 2021, na qual foram divulgados dados sigilosos. Em 2022, a Polícia Federal concluiu que elementos colhidos em investigação apontam que o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve “atuação direta, voluntária e consciente” na prática do crime de violação de sigilo funcional.

No inquérito, a PF considerou que Bolsonaro, em conjunto com o deputado bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR), na condição de funcionários públicos, revelaram conteúdo de inquérito policial que deveria permanecer em segredo até o fim das diligências.

Barros era relator da PEC que tratava do voto impresso no Congresso Nacional e, ainda segundo a PF, há provas de que o parlamentar obteve as informações sigilosas para auxiliar o ex-presidente na “narrativa de vulnerabilidade do sistema eleitoral”.

Outros depoimentos

O ex-deputado Major Vitor Hugo (PL) também concluiu o depoimento. Ele falou ao TSE por cerca de uma hora. Havia a previsão de mais três pessoas prestarem depoimento nesta segunda, mas as oitivas do jornalista Augusto Nunes e da cientista política Ana Paula Henkel foram adiados para terça-feira (28/3), às 14h, por videoconferência.

O jornalista Guilherme Fiuza também foi chamado pelos advogados de Bolsonaro para falar na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) em tramitação na Corte eleitoral, mas desistiu de falar.

É nessa ação que foram ouvidos o ex-ministro das Relações Exteriores Carlos França; o ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro Ciro Nogueira (PP); e o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres.

As hipóteses são de que, além do abuso de poder, durante a reunião com embaixadores de países estrangeiros, no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado, Bolsonaro esteja ligado à incitação de suspeitas sobre as urnas eletrônicas e dos atos de 8 de janeiro em Brasília. É dentro dela que está a “minuta do golpe” encontrada na casa de Anderson Torres.

Provas

As oitivas dessas novas testemunhas fazem parte de uma série de pedidos da defesa de Jair Bolsonaro, acatadas pelo TSE e pelo ministro Alexandre de Moraes, no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 23 de março, Moraes autorizou, inclusive, o compartilhamento de provas colhidas em inquéritos da Corte contra o ex-presidente Jair Bolsonaro com o TSE e determinou a remessa dos termos de depoimento do ex-ministro da Justiça Anderson Torres ao corregedor-geral do TSE, ministro Benedito Gonçalves.

Em relação à minuta do golpe, contudo, o magistrado pontuou que o laudo ainda não foi concluído; por isso, não será possível enviar as informações neste momento.

O ministro disse não ter qualquer óbice em compartilhar as provas colhidas no documento, mas lamentou não poder atender ao pedido neste momento, pois a Polícia Federal ainda não concluiu os laudos.

“No que diz respeito à minuta de decreto apreendida com Anderson Gustavo Torres, a Polícia Federal ainda não concluiu a elaboração do laudo pericial correspondente, tendo sido ‘requisitado ao Núcleo de Identificação da Polícia Federal, conforme Ofício nº 232571/2023 — CINQ/CGRC/DICOR/PF, a elaboração de análise papiloscópica no documento’, de modo que, quanto ao ponto, não é possível atender, neste momento processual, à solicitação do Corregedor-Geral Eleitora”, afirmou o ministro em sua decisão, publicada na quinta-feira (23/3).

Na última segunda-feira (20/3), o corregedor-geral do TSE pediu ao STF que disponibilizasse à Corte e à defesa de Jair Bolsonaro dados da investigação e perícia realizada na minuta do golpe.

Confira os nomes das pessoas que já prestaram depoimento no âmbito da Aije:

Testemunhas pedidas pela defesa de Bolsonaro, em 15/9/2022:

1. Ciro Nogueira
2. João Henrique Nascimento de Freitas (posteriormente, em 7/2/2023, a própria defesa desistiu da oitiva)
3. Carlos Alberto Franco França
4. Flávio Augusto Viana Rocha

Testemunhas requisitadas pelo ministro Benedito Gonçalves, em 9/3/2023:

1. Eduardo Gomes da Silva
2. Ivo de Carvalho Peixinho
3. Mateus de Castro Polastro
4. Anderson Torres

Testemunhas requisitadas pedidas pela defesa de Bolsonaro, em 15/3/2023:

1. Deputado Filipe Barros
2. Ex-deputado Major Vitor Hugo

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