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Testemunha diz que “Dr. Bumbum” ficou pouco com vítima em hospital

Enfermeiro falou na Justiça que Denis Furtado passou poucos minutos ao lado de Lilian Calixto, que morreu após procedimento estético no Rio

atualizado

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Daniel Castelo Branco/Agencia O Dia/AE
Dr. Bumbum  preso
1 de 1 Dr. Bumbum preso - Foto: Daniel Castelo Branco/Agencia O Dia/AE

Uma testemunha ouvida pela 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro nessa terça-feira (16/04/19) afirmou que Denis Furtado, conhecido como “Dr.Bumbum”, ficou poucos minutos com a bancária Lilian Calixto, 46 anos, no hospital para onde ela foi levada. Lilian morreu após uma bioplastia nos glúteos feita pelo médico. As informações foram apuradas pelo jornal Extra.

O homem é enfermeiro na unidade de saúde para onde a mulher foi levada após passar mal. Lilian chegou ao hospital com náuseas, pressão arterial muito baixa e dificuldade de respirar. Um policial civil que viu o médico fugindo também prestou depoimento.

Denis Furtado chegou ao Tribunal de Justiça do Rio por volta das 13h30 e não falou com os jornalistas. Também foram ouvidas mais duas testemunhas de acusação e uma de defesa.

Lilian morreu na madrugada de 15 de julho de 2018, após sofrer uma embolia pulmonar. A complicação no estado de saúde se deu um dia após Denis ter injetado em seus glúteos a substância PMMA, derivada do acrílico.

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A bancária passou pelo procedimento estético na cobertura de “Dr. Bumbum”, na Barra da Tijuca. A partir de uma denúncia, a Polícia Militar do Rio de Janeiro acionou o setor de Inteligência e prendeu o médico logo depois. O cirurgião e a mãe dele, Maria de Fátima Barros Furtado, estavam em um centro empresarial do mesmo bairro.

O médico atendia em Brasília e no Rio. Denis é alvo de, ao menos, 15 ocorrências policiais registradas no Distrito Federal entre 2011 e 2018. A maioria das denúncias refere-se à falsidade ideológica, a crimes contra o consumidor e ao exercício ilegal da profissão.

Os registros foram feitos nas delegacias do Lago Sul, da Asa Norte e na Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, à Ordem Tributária e à Fraude (Corf). De acordo com um dos inquéritos instaurados na 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), Denis Furtado cobrava caro por consultas e procedimentos, mas não emitia notas fiscais. Ainda com base nas diligências, o médico também adquiria veículos de luxo para, possivelmente, ocultar os rendimentos.

Em novembro do ano passado, o suspeito foi alvo de uma operação da 10ª DP e acabou preso por posse e porte de três armas de fogo. Duas foram apreendidas na casa onde o médico morava. A terceira ele carregava para uma clínica clandestina localizada na QI 23 do Lago Sul.

Os investigadores comprovaram que “Dr. Bumbum” alugou a residência para atender e operar as clientes. O local não tinha alvará, licença da Vigilância Sanitária e autorização no CRM. Maria de Fátima também atuava na casa. Mãe e filho respondem pela morte de Lilian em liberdade.

 

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