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Secretária da Saúde foi responsável por difusão de cloroquina no AM

Ao MPF, Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitã Cloroquina”, afirmou que coordenou todas as ações da pasta em Manaus

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Fotografia colorida de Mayra Pinheiro
1 de 1 Fotografia colorida de Mayra Pinheiro - Foto: Reprodução / Facebook

A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação no Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, afirmou ao Ministério Público Federal (MPF) que foi a responsável por coordenar ações de difusão de medicamentos como hidroxicloroquina e azitromicina em Manaus (AM).

O depoimento de Mayra Pinheiro foi obtido com exclusividade pelo jornal O Globo, e divulgado nesta quinta-feira (6/5). A secretária é uma das seis pessoas investigadas pelo MPF no Amazonas por improbidade administrativa.

O ex-ministro Eduardo Pazuello e outros secretários da pasta também são investigados ouvidos pelo órgão, que apura omissão no enfrentamento à crise de saúde em Manaus no começo de 2021. Mayra Pinheiro também foi convocada para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado Federal.

Ao Ministério Público, a secretária disse que foi designada para coordenar todas as ações do Ministério da Saúde em Manaus. Ela afirmou que a competência foi “delegada pelo ministro da Saúde”, Eduardo Pazuello, que comandava a pasta à época.

“Nós fizemos uma série de ações que foram planejadas inicialmente por mim. A função das visitas era conversar com os colegas médicos, tentar orientá-los sobre o atendimento precoce nas unidades, sobre todos os recursos que eles poderiam fazer para que a gente pudesse salvar mais vidas”, justificou.

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“Kit Covid”

Sobre os remédios do chamado “Kit Covid”, como hidroxicloroquina, cloroquina e azitromicina, que não têm eficácia comprovada cientificamente, Mayra disse que os médicos têm “autonomia” para prescrever os fármacos.

Essa foi a recomendação do ministério, afirmou a secretária.

“A orientação do Ministério desde maio [foi de disponibilizar] uma orientação para os médicos brasileiros. Para que, de acordo com a autonomia que foi dada a eles pelo Conselho Federal de Medicina, a sua autonomia de prescrever, e a autonomia do paciente de querer, [os profissionais da saúde] pudessem receitar medicamentos com doses seguras, como a cloroquina, a hidroxicloroquina e a azitromicina”, disse.

A secretária afirmou que, atualmente, existem referências científicas de que os fármacos têm efeito positivo no combate à Covid-19, mas não citou pesquisas específicas.

“Naquela época, só tinha comprovação in vitro. Hoje tem mais de 250 referências mostrando o potencial efeito dessas medicações com estudos já em elevada fase de evidencia de que eles podem diminuir”, ressaltou.

Veja o trecho do depoimento de Mayra Pinheiro, obtido pelo jornal O Globo:

“Capitã Cloroquina”

Mayra Pinheiro é defensora do uso dos medicamentos citados no combate à Covid-19. Conhecida popularmente como “Capitã Cloroquina”, a secretária é uma das gestoras mantidas no Ministério da Saúde mesmo após a saída de Eduardo Pazuello da pasta.

Apesar de ser um defensor do uso de evidências científicas para o combate ao coronavírus, o atual ministro Marcelo Queiroga manteve Mayra Pinheiro no comando da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde.

Em março deste ano, Mayra foi contaminada pelo coronavírus. Em uma rede social, a secretária relatou sintomas como dor de cabeça, prostração e dor de garganta, e afirmou que teve melhora no quadro após utilizar ivermectina, hidroxicloroquina, azitromicina, zinco e vitamina D.

“Alguém ao ler esse relato perguntará: por que tantos medicamentos antivirais? Porque todos têm mecanismos de ações diferentes e podem abortar a doença na fase viral”, escreveu no dia 21 de março, sem citar fontes científicas de que os fármacos são eficazes.

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