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Meningite B: saiba mais sobre a doença e a vacina liberada pela Anvisa

Doença é grave e pode levar à morte; ainda não há previsão para a chegada do novo imunizante no Brasil

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
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1 de 1 vacinação - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

No final do mês passado, uma nova vacina contra a meningite B teve o registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O imunizante, chamado Trumenba, poderá ser aplicado em pessoas de 10 anos a 25 anos de idade para prevenir a doença meningocócica causada pelo sorotipo B da bactéria Neisseria meningitidis.

“Os Estados Unidos estão usando e ela foi capaz de evitar surtos entre adolescentes. É uma vacina que promete ajudar o Brasil contra uma doença grave”, diz Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

A doença é um processo inflamatório que atinge as meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, e pode ser causada por infecções por bactérias, vírus, fungos ou parasitas. A meningite é uma doença grave e que pode levar à morte.

Em maio de 2015, foi lançada no Brasil a primeira vacina contra a meningite B, chamada Bexsero, que pode ser tomada por pessoas de 2 meses a 50 anos. Ele é oferecida apenas na rede particular.
Apesar da aprovação, ainda não há previsão de quando a nova vacina vai começar a ser aplicada no país. Mesmo assim, a nova vacina é vista como positiva por profissionais do setor, principalmente para oferecer opções caso tenha desabastecimento de estoque, algo que já ocorreu no ano em que a vacina disponível no Brasil foi lançada.

“É sempre bom tanto para as clínicas como para os pacientes mais opções de imunizantes, já que minimiza as dificuldades de abastecimento”, afirma Sandro Artur Ostrowski, diretor da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVac).

Onde a vacina já é aplicada e quando vai chegar ao Brasil?
Nos Estados Unidos e na União Europeia, mas a data para lançamento no Brasil não foi definida. “Todo novo medicamento licenciado, antes de ser comercializado, tem de ter o seu preço aprovado pelas autoridades governamentais. No Brasil, o estabelecimento de critérios para a definição dos preços dos medicamentos é de responsabilidade da Câmara de Regulação de Mercado de Medicamento (CMED), um órgão interministerial. De acordo com a legislação, o preço do medicamento inovador deve ter como referência o menor preço internacional entre uma cesta específica de países (tais como Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Espanha e Estados Unidos). Com base nessa análise, os órgãos competentes decidem o valor final, já com as taxações necessárias. Apenas após essa definição é que o produto poderá ser comercializado no Brasil”, explica Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer.

Quantas doses devem ser tomadas?
Segundo a Pfizer, fabricante do imunizante, duas doses com um intervalo mínimo de seis meses entre elas.

Há contraindicações?
“Por ser uma vacina inativada, que utiliza apenas uma proteína da bactéria, pode ser administrada com segurança. De forma rara pode provocar uma reação alérgica (anafilaxia) após a primeira dose do esquema”, diz Márjori.

Qual vacina contra a meningite B está disponível atualmente no mercado?
O imunizante Bexsero, que foi lançado em 2015 e é oferecido em clínicas particulares.

Qual o preço médio da dose?
Custa entre R$ 500 e R$ 700, de acordo com a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVac).

Quantas doses devem ser tomadas da vacina contra a meningite B disponível no Brasil?
A indicação é que as doses sejam aplicadas aos 3 , 5 e 7 meses, além de um reforço depois de 1 ano. A partir de 1 ano, são duas doses com intervalo de dois. Para adultos, duas doses com intervalo de um mês. “Mas quem mais adoece e corre risco é quem está no primeiro e no segundo ano de vida”, alerta Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Por que o Sistema Único de Saúde (SUS) não oferece a vacina contra a meningite B?
Segundo o Ministério da Saúde, desde 2007, o sorogrupo C é o predominante do Brasil e, desde 2010, houve a opção de utilizar a vacina contra esse tipo no País. “Em 2017, dos 1.138 casos de doença meningocócica registrados, 145 foram do subtipo B”, diz o ministério. Ainda não há pedido de incorporação da vacina no SUS.

“Em termos de país, a melhor escolha é fazer a vacinação do tipo C. É claro que a gente quer que o SUS passe a vacinar contra o tipo B, mas tem vários fatores na saúde pública que vão nortear essas determinações, inclusive, ter a vacina, porque precisa ter a quantidade suficiente”, avalia Isabella.

Quais vacinas que são oferecidas gratuitamente e que protegem contra a doença?
O Ministério da Saúde oferta quatro imunizantes contra as principais causas de meningite bacteriana, que é a mais grave. São elas:
BCG, que protege contra a meningite turberculosa, com uma dose ao nascer;
Pentavalente, que protege contra as infecções invasivas, entre elas a meningite, causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo b, com doses que devem ser aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de vida;
Meningocócica C, que protege contra a doença meningocócica causada pela Neisseria meningitidis sorogrupo C, com doses aos 3 e 5 meses e um reforço aos 12 meses de idade. Os adolescentes de 12 e 13 anos também deve ser vacinados, com dose única que serve também como reforço;
Pneumocócica 10, que protege contra as infecções invasivas, entre elas a meningite, causadas por dez sorotipos do Streptococcus pneumoniae, com doses aos 2 e 4 meses de idade e um reforço aos 12 meses.

Qual meningite é mais perigosa? A viral ou a bacteriana?
A doença causada por bactérias, como a meningite pneumocócica e a meningite meningocócica, costuma se apresentar de forma mais grave, principalmente se causar infecção generalizada. Nesse caso, ela pode levar o paciente à morte em poucas horas. Quando é viral, a evolução é mais leve.

Quais são os sintomas da meningite?
No caso da infecção bacteriana, febre, dor de cabeça e rigidez do pescoço começam de forma súbita. Os pacientes também podem apresentar: mal-estar, náuseas, vômito, aumento da sensibilidade à luz, confusão mental. Em casos mais graves, convulsões, delírio, tremores e coma. Na meningite viral, além desses sintomas, a pessoa também pode ter falta de apetite, irritabilidade, sonolência ou dificuldade para acordar e falta de energia.

O que é a meningocemia?
Também chamada de septicemia meningocócica, é uma infecção causada pela bactéria Neisseria meningitidis na corrente sanguínea, que acaba se espalhando pelo organismo. Os sintomas são: fadiga, mãos e pés frios, calafrios, dores nos músculos, articulações, peito ou região abdominal, respiração acelerada, diarreia e manchas vermelhas pelo corpo.

Como a doença é transmitida?
O tipo bacteriano é transmitido de pessoa para pessoa por gotículas e secreção do nariz e da garganta, mas também há bactérias passadas pelos alimentos. As virais dependem do tipo de vírus. Há casos de contaminação por contato com pessoas e objetos infectados e até por picada de mosquitos, de acordo com o Ministério da Saúde.

Como é feita a prevenção?
Embora a meningite possa ser causada por diferentes agentes infecciosos, é possível evitar os principais tipos por meio da vacinação.

Como a meningite é diagnosticada?
Por meio de exames de sangue e do líquido cerebroespinhal (líquor). A partir da identificação do agente causador da infecção, o médico indica o tratamento adequado. O líquor deve estar límpido e incolor. Quando há infecção, ele fica turvo.

Como é o tratamento para a doença?
Pessoas com a suspeita de meningite sempre são internadas, tendo em vista a gravidade da doença. As meningites bacterianas são tratadas com antibiótico e as virais, com antivirais. De acordo com o fungo detectado em quem tem essa forma da doença, são recomendados antifúngicos. O parasita também deve ser identificado para o tratamento de quem tem a meningite causada por parasita, que inclui medicamentos para dor de cabeça e febre – esses sintomas podem ser fortes.

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