Fiocruz alerta para alta de casos de síndrome respiratória em crianças
Por outro lado, população adulta ainda registra mais casos de síndromes respiratórias agudas graves por Covid-19
atualizado
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O novo boletim InfoGripe, produzido pela Fiocruz e divulgado nesta quinta-feira (11/11), chama atenção para a alta de síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) causadas por outros vírus em crianças até 9 anos. Neste público, infecções por vírus respiratórios como adenovírus ou rinovírus sobem desde julho.
Das 118 macrorregiões brasileiras, dezesseis apresentam nível muito alto de SRAGs. Os estados que registram aumento são: Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Distrito Federal. Os indicadores apontam nível alto ou muito alto de infecções respiratórias em quase todas as capitais do país, com melhora gradativa.
Na população acima de 20 anos, os casos de SRAG ainda são, predominantemente, de Covid-19. A análise da Fiocruz diz respeito à Semana Epidemiológica (SE) 44, que compreende os dias 31 de outubro a 6 de novembro.
De acordo com o relatório, há tendência de estabilização nos casos de SRAG no Brasil a longo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas). Ainda é necessário cautela neste momento de flexibilização: sete unidades federativas têm sinal de crescimento a longo prazo (Bahia, Pará, Espírito Santo, Amazonas, Acre, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte).
As capitais que registram crescimento na tendência a longo prazo são quatro: Curitiba, Salvador, Manaus e Natal. A capital do Rio Grande do Norte é a única que deve ser observada com atenção, de acordo com os pesquisadores.
Atenção às crianças
No boletim InfoGripe de outubro, a alta de casos de SRAG entre crianças já acendia alerta. As SRAG podem ser causadas por uma série de micro-organismos que acometem o sistema respiratório, como o coronavírus e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Ao Metrópoles, o pesquisador Marcelo Gomes, que coordena o InfoGripe, explicou que os dados estão elevados devido à maior exposição das crianças aos vírus em 2021.
O especialista afirma que o começo da volta às aulas, mesmo em modelo híbrido (com parte das turmas em casa enquanto outra parte está na escola) e a flexibilização de outras atividades explicam os índices de SRAG nesta faixa etária.