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RJ: quadrilha que sequestrava caminhões para transportar droga é presa

Nesta terça-feira (22/3), a Polícia Civil e o Ministério Público deflagraram a operação Carga Pesada. Foram cumpridos 9 mandados de prisão

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
infiltrados, caminhoneiros
1 de 1 infiltrados, caminhoneiros - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Rio de Janeiro – Sob a mira de fuzis, sem água e comida durante 24 horas, dois caminhoneiros ficaram em cárcere privado em Maricá, região metropolitana do Rio de Janeiro, em abril do ano passado. A ação de traficantes era para roubar as carretas para serem usadas no transporte de drogas de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, para as favelas cariocas.

Os bandidos “contratavam” as vítimas em aplicativos de frete para suposto abastecimento de pneus e borrachas em galpões que sequer existiam no Rio. Quando chegavam para receber a carga, os motoristas eram capturados pelos criminosos.

Na operação Carga Pesada, deflagrada pela Polícia Civil e Ministério Público nesta terça-feira (21/3), nove pessoas foram presas e 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Os agentes apreenderam drogas e munições. Sete acusados de envolvimento com o tráfico de drogas foram presos em flagrante.

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“As vítimas ficaram ao todo cinco dias em cativeiro para que não registrassem o roubo do veículo. Os criminosos deixavam eles atenderem o celular com ligações de familiares para o plano não ser descoberto”, disse o promotor Sérgio Luís Lopes Pereira, do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público.

De acordo com as investigações, duas ações dos criminosos do Rio foram abortadas em Ponta Porã (MS) porque os caminhões foram apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal por irregularidades na documentação e equipamentos danificados. Cada veículo tem capacidade de transportar uma tonelada de drogas.

Agora, a Polícia Civil e o MP-RJ vão mapear os registros de roubos para apurar quais motoristas de caminhões foram vítimas da quadrilha, mas não registraram o fato.

“Muitos caminhoneiros não denunciaram o esquema com medo de represálias. Isso porque, os bandidos pegavam nos celulares das vítimas informações, como fotos de mulheres e filhos, para garantir que após os caminhões serem usados, o registro do roubo não constasse dados sobre a ação da quadrilha”, explicou Sérgio Luís Lopes Pereira.

Carga Pesada

A operação aconteceu no conjunto habitacional Minha Casa Minha Vida, em Inoã, e na comunidade do Mutirão, em São José do Embassaí, Maricá. Dos nove mandados de prisão, cinco foram cumpridos no sistema penitenciário.

De acordo com as investigações, a organização criminosa era dividida em núcleos. No comando do sequestro dos motoristas, ficavam os traficantes Marcos Vinícius Dias Laurindo, o Lobo Mau, chefe do tráfico na comunidade do Mutirão, e Wesley Gomes Toledo, o Pitbull.

“Usavam até advogados para liberar caminhões apreendidos em Ponta Porã por questões, como falta de documentos. Há informações de que os motoristas assinaram procurações para os supostos defensores do cativeiro. Os que ficavam na guarda vítimas davam até tiro seco para intimidá-las”, exemplificou Sérgio Luís Lopes Pereira.

Do Mato Grosso do Sul, a droga era levada para a comunidade do Salgueiro, em São Gonçalo, região metropolitana. O local, segundo a polícia, era o principal entreposto dos bandidos da facção criminosa Comando Vermelho (CV) e depois distribuída para outras favelas do Rio e de Niterói.

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