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Rio torna opcional uso de máscaras em locais abertos e sem aglomeração

Boates e casas noturnas também podem funcionar com 50% da capacidade, assim como eventos em locais abertos para até mil pessoas

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Imagem colorida mostra máscara obrigatória em aviões e aeroportos - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra máscara obrigatória em aviões e aeroportos - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Rio de Janeiro – O uso de máscaras deixou de ser obrigatório na cidade do Rio de Janeiro a partir desta quarta-feira (27/10). A flexibilização, de acordo com a Prefeitura do Rio, só foi possível por conta da alta adesão dos cariocas ao programa de vacinação contra a Covid-19. O decreto desobrigando a utilização da proteção facial foi publicado nesta quarta-feira, em Diário Oficial.

O município alcançou o índice de 65,6% da população total vacinada na tarde de terça-feira (26/10), sendo 99,8% da população adulta (acima de 18  anos) com uma dose ou dose única ou 83,8% dos adultos com duas doses e a dose única. A vacinação em massa possibilitou, por exemplo, zerar filas de espera por leitos.

Atualmente, há apenas 161 pacientes internados em toda a rede municipal de saúde, o que é 3% do total de hospitalizados nos hospitais municipais. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que  este cenário permite a liberação do uso de máscaras em locais abertos e sem aglomeração, segundo os especialistas do Comitê Científico.

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Mesmo em ambientes abertos, o decreto estabelece que é preciso manter o distanciamento social e, caso haja necessidade de aglomerar, o cidadão deve colocar sua máscara facial. De acordo com a legislação estadual, atualizada nesta terça-feira (26/10), o estado deverá estipular distância mínima de 1 metro entre pessoas sem máscaras.

Boates liberadas

Em espaços fechados, a obrigatoriedade do uso do item de proteção seguirá valendo. Em vídeo publicado nas redes sociais, o prefeito Eduardo Paes (PSD) comemorou o avanço e classificou a adesão do carioca à vacina contra Covid-19 como uma vitória da ciência frente ao negacionismo.

A decisão também traz outros avanços na retomada dos serviços da cidade, como a liberação para o funcionamento das boates e casas noturnas com 50% de público. Outra mudança está na permissão de eventos em locais abertos para até mil pessoas.

O público seguirá obrigado a apresentar o passaporte da vacina, comprovando a situação de imunização do frequentador do local. Na terça-feira, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou o projeto de lei sobre a flexibilização do uso das máscaras no Estado.

O secretário de estado de Saúde, Alexandre Chieppe, comemorou a aprovação do projeto de lei pela Alerj.

“Foi uma decisão acertada. Chegou a hora de fazermos a flexibilização de algumas medidas, com responsabilidade. Ainda estamos chegando aos termos finais da norma técnica, mas os patamares de imunização necessários para a flexibilização devem girar em torno de 65% das populações totais ou de 75% dos públicos-alvo (pessoas com 12 anos ou mais) com duas doses ou dose única”, disse.

Especialistas apoiam a decisão

“A transmissão é feita por aerossol (secreções respiratórias expelidas ao tossir, falar, espirrar e durante alguns procedimentos médicos). Temos dados que comprovam que  essa transmissão é muito baixa em ambientes abertos, arejados, com grande circulação de ar. Com a taxa de transmissão que temos hoje, é total mente viável essa liberação, desde que a gente lembre que ainda estamos em pandemia e que os cuidados não devem ser abolidos”, avalia o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo.

Já o médico epidemiologista Danilo Klein dia que também aprova o momento, mas pede cautela e vigilância no monitoramento dos efeitos da medida.

“Com esta cobertura vacinal, temos mais segurança em avançar neste sentido, em especial para aqueles que estão praticando exercícios sem aglomeração, banhistas sozinhos, pessoas em ambientes em que estejam apenas seu grupo familiar, e cidadãos sozinhos, com distanciamento de outras pessoas, em ambientes abertos. Mas, pessoalmente, também acho que a a liberação pode ser precipitada”, diz o médico, lembrando que o carioca pode não estar preparado para a mudança.

O argumento é o mesmo que preocupa a faxineira Vânia Silva, 47 anos. Moradora de Campo Grande, ela utiliza o sistema BRT para trabalhar na Barra da Tijuca, bairros da zona oeste da cidade.

“Eu acho isso muito prematuro. As pessoas não têm esse entendimento de que é apenas para os locais abertos. Hoje, que é obrigatório, já tem gente à beça que pega o ônibus sem a máscara. Imagina se puder ficar sem máscara. mesmo só nos lugares abertos, muitos vão circular nos ambientes fechados alegando que esqueceram a máscara ou que acharam que não precisava mais”, argumenta.

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