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Repórteres são agredidos em cobertura da tragédia no litoral de SP

Moradores de condomínio de luxo em Maresias empurraram repórter e tentaram arrancar câmera de fotógrafo do jornal O Estado de S. Paulo

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
Tragédia em SP chuvas em SP deixam mortos desalojados e desabrigados 13
1 de 1 Tragédia em SP chuvas em SP deixam mortos desalojados e desabrigados 13 - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Uma repórter e um fotógrafo do jornal Estado de S. Paulo foram agredidos por moradores de um condomínio de luxo em Maresias, em São Sebastião (SP), durante a cobertura dos desdobramentos das fortes chuvas que castigam o litoral norte paulista. O caso ocorreu nessa terça-feira (21/2).

A jornalista Renata Cafardo, 45, e o repórter fotográfico Tiago Queiroz, 46, estavam dentro do condomínio Vila de Anoman, registrando os alagamentos e prejuízos causados pelas fortes chuvas. Foi quando um grupo de moradores começou a atacá-los fisicamente e verbalmente.

De acordo com a reportagem, a equipe do jornal foi autorizada a entrar no local por um funcionário do condomínio e por outros moradores.

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Segundo o relato, os repórteres estavam trabalhando quando começaram a ser xingados com palavrões e chamados e “comunistas” e “esquerdistas”.

Em seguida, Queiroz foi cercado pelo grupo de moradores, que o obrigaram a apagar as fotos que tinha feito do local. Um dos homens do grupo tentou arrancar a câmera fotográfica dele.

Renata avisou que iria filmar a agressão, e outro morador tentou arrancar o celular da mão dela. Como não conseguiu, empurrou a jornalista para um alagamento, e ela caiu em uma poça de lama. O agressor só parou ao ser contido por vizinhos, que passaram na rua.

A reportagem do Estadão conseguiu fotografar o grupo, composto por cinco homens e uma mulher. Um deles se identificou como sub síndico do condomínio.

Tragédia em SP

Fortes chuvas atingiram o litoral de São Paulo no fim de semana, deixando 46 mortos até o momento, segundo a Defesa Civil. Pelo menos 1.730 pessoas estão desalojadas e outras 766 desabrigadas no litoral norte paulista.

As cidades mais afeitadas foram São Sebastião, onde ocorreram a maioria das mortes; Ubatuba, que registrou a morte de uma menina de 9 anos; além de Caraguatatuba, Ilha Bela, Bertioga e Guarujá. Todas decretaram estado de calamidade pública.

Nesta segunda, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR) anunciou a liberação de R$ 33,7 milhões para ações da Defesa Civil nas 54 cidades atingidas por desastres. A medida do governo federal ocorre após chuvas extremas atingirem o litoral paulista no último fim de semana.

Além disso, o Governo Federal também vai antecipar o Bolsa Família para os atingidos.

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