“Rachadinhas”: Justiça do Rio arquiva denúncia contra Flávio Bolsonaro
Ação atende a pedido do Ministério Público do Rio, que considerou o processo esvaziado após instâncias superiores anularem as provas
atualizado

Rio de Janeiro – O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro arquivou a denúncia contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das “rachadinhas“.
A decisão atende a pedido do Ministério Público do Rio, que considerou a investigação esvaziada após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anular as provas que sustentavam o processo.
Na petição encaminhada ao TJ, o procurador-geral, Luciano Mattos, indica que o cancelamento da acusação não inviabiliza a reabertura da investigação do caso.
A expectativa é que esse novo processo baseie-se no relatório do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), visto que este documento segue válido e deu origem às investigações.
Flávio Bolsonaro é acusado pelo MPRJ de enriquecimento ilícito ao se apropriar do salário de funcionários do gabinete dele na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no período em que era deputado estadual.
Denunciado à Justiça em novembro de 2020, o parlamentar responderia por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.

Reprodução

Flávio Bolsonaro entrou com ação popular conta Jorge Viana MATEUS BONOMI / AGIF

Ele foi o filho que mais visitou o então presidente no Palácio do Planalto Rafaela Felicciano/Metrópoles

Assim como outros membros do clã Bolsonaro, Flávio também é conhecido por falas polêmicas. Ele, inclusive, já foi acusado de homofobia por frases como: "duvido que algum pai tenha orgulho de ter um filho gay" e que "o normal é ser heterossexual" Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em 2018, a Polícia Federal investigava casos de corrupção dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) quando descobriu indícios de "rachadinha" dentro do gabinete de Flávio Bolsonaro. Relatórios apontaram movimentações suspeitas de parlamentares e servidores da Casa legislativa. Um deles era Fabrício Queiroz Reprodução/ Redes sociais

À época, o MPRJ descobriu, por meio de quebra de sigilo, que Queiroz movimentou milhões em dinheiro com envolvimento de assessores ligados ao gabinete do filho mais velho do presidente. Com isso, Queiroz e Flávio passaram a ser suspeitos de organizar o esquema. A investigação, no entanto, foi arquivada Rafaela Felicciano/Metrópoles

O vereador Carlos Bolsonaro é o filho "02" de Jair Bolsonaro Redes Sociais/Reprodução

Ele entrou 166 vezes no Palácio do Planalto para visitar o pai Hugo Barreto/Metrópoles

Ao longo dos anos, se envolveu em inúmeras brigas "online". Em uma delas, após o General Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, afirmar que há milícias digitais nas redes sociais. Com os ataques, Santa Cruz chegou a publicar um print insinuando que as redes sociais do presidente são, na verdade, comandadas por Carlos Alan Santos/Presidência da República

Após a exoneração de Santos Cruz, Carlos Bolsonaro passou a atacar o vice-presidente Hamilton Mourão. No Twitter, chamou Mourão de “traidor”, "queridinho da imprensa" e insinuou que ele queria tomar o lugar do chefe do Executivo Divulgação/Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Em setembro de 2019, o político foi duramente criticado ao afirmar que “por meios democráticos, as mudanças almejadas não aconteceriam na velocidade que se desejaria”. No mesmo ano, foi acusado de interferir nas investigações do caso Marielle Franco Reprodução

Carlos Bolsonaro havia deixado o comando das redes sociais do pai em abril Igo Estrela/Metrópoles

Eduardo Nantes Bolsonaro, nascido em 1984, é policial, advogado e político brasileiro. Natural do Rio de Janeiro, atualmente ocupa o cargo de deputado federal por São Paulo Igo Estrela/Metrópoles

Eduardo Bolsonaro Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em 2018, foi denunciado pela PGR ao STF por ameaçar a jornalista Patrícia Lelis. No ano seguinte, Eduardo e o presidente Jair Bolsonaro usaram as redes sociais para criticar uma matéria da revista Época e incentivar ataques a jornalistas Paulo Sergio/Agência Câmara

Eduardo Bolsonaro ainda está irritado com Luís Roberto Barroso, do STF André Borges/Metrópoles

Em abril do mesmo ano, zombou das torturas que a jornalista Miriam Leitão sofreu durante a ditadura militar. Além disso, foi acusado pelo PT, PDT, PSB e Psol de desrespeitar parlamentares mulheres Hugo Barreto/Metrópoles

Jair Renan, nascido em 1998, é filho de Bolsonaro com uma das ex-esposa dele, Ana Cristina Siqueira Valle. Também conhecido como 04, é o quarto dos cinco filhos Matheus Portugal/Estúdio Jota

Ele foi o filho que menos visitou Bolsonaro no Planalto Igo Estrela/Metrópoles

À época da inauguração da empresa, um dos sócios de Renan afirmou que ganhou um carro elétrico da Neon Motors. Segundo investigações da PF, o automóvel teria sido doado para que "portas fossem abertas” para a companhia dona da Neon no governo Igo Estrela/ Metrópoles

A empresa de Jair Renan também apareceu nas apurações da CPI da Covid. Isso porque a firma foi fundada com a ajuda de Marconny Faria, apontado pela comissão como lobista da Precisa Medicamentos na compra da vacina Covaxin Reprodução/Instagram

A caçula do presidente é Laura, fruto do casamento de Jair com Michelle. Em geral, aparece pouco nas redes sociais Reprodução
De acordo com a CNN, a defesa do senador diz que poderá recorrer à Justiça, caso a investigação seja retomada.
“Estariam perpetuando prova ilícita, teoria dos feitos da árvore envenenada, e caberia novo habeas corpus caso fosse deferida renovação de quebra de sigilo”, afirmou Luciana Pires, advogada do senador.
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