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Projeto de Damares contra exploração sexual em Marajó será substituído

Ilha de Marajó (PA) foi alvo de falas duvidosas de Damares sobre esquemas de prostituição. Medida alega baixa efetividade de antigo programa

atualizado

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Damares Alves - Metrópoles
1 de 1 Damares Alves - Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) oficializou, nesta quinta-feira (18/5), o lançamento do Programa Cidadania Marajó, direcionado para o combate à exploração e ao abuso sexual de crianças e adolescentes na Ilha de Marajó (PA). A medida substitui a iniciativa Abrace o Marajó, criada durante a gestão da ex-ministra Damares Alves (Republicanos), após alegações de baixa participação social no projeto.

A Ilha de Marajó é a região brasileira que abriga o município com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. A cidade de Melgaço apresenta o valor de 0,418 na medição, em um intervalo que vai de 0 a 1. O arquipélago se tornou alvo de polêmicas depois que Damares alegou, sem apresentar provas, que a área funcionava como sede de um largo esquema de tráfico e prostituição de menores de 18 anos.

Como uma forma de resposta ao baixo IDH de Marajó, o programa do MDHC se propõe a criar formas de combate às violações de direitos humanos que aconteçam na região em decorrência do cenário social-econômico da ilha.

Para isso, a pasta anunciou, por meio de portaria publicada no Diário Oficial, a equipagem de serviços públicos como os Conselhos Tutelares, Centros de Referência de Assistência Social e Conselhos de Garantia de Direitos das Crianças e dos Adolescentes.

Já entre as medidas que incluem a intermediação com outras frentes do Governo Federal, estão articulações para garantir melhorias no acesso à internet, ampliar a distribuição de equipamentos para atenção à população ribeirinha e instalar bases fluviais que possam abranger serviços de fiscalização e policiamento.

“Enviamos uma equipe intersetorial do Ministério para realizar um levantamento das várias complexidades da região”, explica Rita Oliveira, secretaria-executiva do MDHC, em nota. “Verificamos a necessidade de uma ampliação da presença do Estado brasileiro na região, por meio de uma rede integrada de garantia de direitos básicos. E vamos promover todas essas ações a partir do diálogo com as autoridades locais, integrantes do Sistema de Justiça e demais instituições públicas”.

Revogação de antigo programa

O ministério também anunciou, nesta quinta (18/5), que pretende revogar o Decreto 10.260/2020, responsável pelo Programa Abrace o Marajó na gestão de Damares Alves, ainda nos próximos dias.

O programa recebeu uma série de críticas de organizações civis e instituições públicas pela baixa atuação no arquipélago. Em 2021, o Ministério Público Federal (MPF), a Defensoria Pública da União (DPU), o Ministério Público do Pará (MPPA) e Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE) questionaram o governo pelo déficit de participação social no projeto.

Isso porque, na antiga formulação, o programa possuía um comitê gestor que não previa a integração de membros da sociedade civil. Representantes de ONGs chegaram a participar de discussões das políticas na iniciativa, mas não tinham poder de voto nas resoluções finais.

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