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Weintraub reafirma que há plantações de maconha em universidades

Ministro foi convocado para prestar esclarecimentos sobre o tema na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados

atualizado

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Gabriel Jabur/MEC
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1 de 1 abraham-weintraub2 - Foto: Gabriel Jabur/MEC

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, participa na manhã desta quarta-feira (11/12/2019) de audiência na Câmara dos Deputados para esclarecer acusações sobre supostas plantações extensivas de maconha em universidades.

Logo no início da sessão, o ministro disse que os laboratórios de química são usados para produção de drogas sintéticas. Segundo Weintraub, “o problema não é a plantação em si, mas o que ela reflete”. “As plantações são reflexo de um consumo exagerado, fora de controle, nas universidades”, disse.

O gestor da Educação no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi convocado pela Comissão de Educação da Câmara para prestar esclarecimentos sobre o tema.

“A convocação é um assunto extremamente delicado, sério, grave, que é o ambiente que os jovens têm quando chegam às universidades. Mais do que a frase solta ‘há plantação de maconha das universidade federais'”, afirmou.

O ministro apresentou aos parlamentares reportagens veiculadas entre 2017 e 2019 sobre casos específicos de produção ou tráfico de drogas nas universidades federais de Brasília (UnB), Minas Gerais (UFMG) e Goiás (UFG). Os casos, no entanto, foram investigados e não geraram processos contra as instituições.

Deputados da oposição não ficaram confortáveis com o conteúdo exibido. “Se a pauta vai ser exclusivamente esta diante de tudo que está se passando de crise nas universidades, é um desrespeito profundo à educação, e vou me retirar”, disse o deputado Marcelo Freixo (PSol-RJ). “É um insulto aos educadores.”

“O que vemos aqui é uma sequência de telejornais, de apresentações sensacionalistas, que tratam de forma indevida de eventos que já foram apurados na UnB e na UFMG”, alegou a deputada Margarida Salomão (PT-MG).

Para ela, não se pode tomar casos incidentais para exemplificar a situação das universidades federais em todo o Brasil. Weintraub rebateu: “Eu queria corroborar que não falo de casos isolados”.

O ministro ainda ressaltou que as polícias militares não podem entrar nas universidades e falou sobre a autonomia das instituições.

“Nas universidades, eles [usuários de drogas] encontram refúgio, a PM não pode entrar nos campi. Eu sou 100% a favor de total autonomia de pesquisa, de ensino nas universidades, você pode falar o que quiser e pesquisar o que quiser, mas roubo, estupro e consumo de drogas ilícitas não pode ter, e a PM tem que entrar nos campi”, declarou.

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