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Vereadores tentam forçar entrada em hospital de campanha em Fortaleza

Episódio aconteceu na tarde desta sexta-feira (12/06), menos de 24 horas depois de Bolsonaro incentivar a população a invadir hospitais

atualizado

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Reprodução/Twitter
Grupo tentou invad9ir hospital de campanha em Fortaleza e polícia foi chamada para impedir
1 de 1 Grupo tentou invad9ir hospital de campanha em Fortaleza e polícia foi chamada para impedir - Foto: Reprodução/Twitter

Três vereadores tentaram nesta sexta-feira (12/06) entrar no hospital de campanha do estádio Presidente Vargas (PV), em Fortaleza (CE).

A ação aconteceu menos de 24 horas após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) incentivar a população a invadir hospitais e checar a ocupação de leitos.

Os vereadores que tentaram entrar no hospital são Reginauro Sousa, Julierme Sena e Márcio Martins. Todos eles do partido Pros.

Ao Metrópoles, a Prefeitura de Fortaleza informou que a entrada no hospital de campanha não foi autorizada, pois nenhum deles tinha permissão.

A prefeitura, no entanto, não soube informar qual o motivo apresentado pelos vereadores ao tentar entrar no estabelecimento.

Vídeo que circula em uma rede social mostra que a situação causou alvoroço e preocupação no local. Ao menos duas viaturas da polícia foram acionadas.

“Estão querendo entrar para ver como é que está a assistência aí dentro. Acho que é um pouco de política, em busca da verdade”, diz a autora do vídeo, que não se identifica.

Assista:

A fala de Bolsonaro

Na última quinta-feira (11/06), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recomendou, em transmissão ao vivo no Facebook, que as pessoas invadissem hospitais para verificar se os leitos estavam realmente ocupados.

“Tem um hospital de campanha perto de você, tem um hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente tá fazendo isso, mas mais gente tem que fazer, para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não”, incentivou o presidente.

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Outro incidente

Também na tarde desta sexta-feira, parte do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, referência no tratamento da Covid-19 no Rio de Janeiro (RJ), foi depredada por um grupo de pelo menos seis pessoas que exigia ver se os leitos estavam de fato ocupados na unidade. Eles eram parentes de uma vítima do novo coronavírus.

Segundo o jornal O Globo, profissionais da unidade relataram que uma mulher do grupo teria derrubado computadores, chutado portas da enfermaria e tentado inclusive invadir leitos. Eles gritavam que tinham direito de confirmar a ocupação de leitos.

Eles só foram contidos após a intervenção de guardas municipais. A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro afirmou, em nota, que todos os cinco envolvidos ficaram revoltados ao serem informados da morte de uma senhora de 56 anos, que estava internada na unidade.

“Entraram alteradas, quebraram uma placa de sinalização e bateram uma porta, causando danos”, diz a nota. Uma das mulheres que integrava o grupo chegou a ser medicada para se acalmar.

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