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Cabral teria pedido ações na Bolsa de NY para lavar dinheiro

É a primeira vez, desde o início da Operação Lava Jato, que os investigadores se deparam com transação envolvendo a compra de ações em bolsa

atualizado

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Memória EBC/Divulgação
sérgio cabral
1 de 1 sérgio cabral - Foto: Memória EBC/Divulgação

O esquema de corrupção e lavagem de pelo menos US$ 100 milhões do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), atualmente preso em Bangu, teria envolvido até a compra de ações da Petrobras, Vale e Ambev na Bolsa de Valores de Nova York.

As suspeitas foram levantadas pela força-tarefa da Operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato no Rio, ao pedir a prisão preventiva do empresário Eike Batista e outros investigados no esquema envolvendo o ex-governador em uma rede de propinas.

É a primeira vez, desde o início da Lava Jato, que os investigadores se deparam com este tipo de transação envolvendo a compra de ações em Bolsa. As empresas não são citadas na investigação. Sobre elas não recai nenhuma suspeita. Uma parte daquele montante, ou US$ 16,5 milhões, teria sido empregada na compra de ações.

A propina passou por uma conta de Eike no Panamá e acabou custodiada em favor de Cabral no Uruguai.

“Não foi possível transferir os US$ 16,5 milhões, aí Sérgio Cabral pediu aquisição de ações em Bolsa, ações da Petrobras”, disse o procurador da República Eduardo El Hage. “Acabou adquirindo ações da Ambev, Petrobras e da Vale. Após foi feita a transferência dos valores para a conta no Uruguai”.

Dos US$ 100 milhões identificados pela Operação Eficiência como supostamente transferidos para Sérgio Cabral no exterior, US$ 22 milhões foram ocultos à ordem de dois operadores de propinas do ex-governador – US$ 7 milhões de Carlos Miranda e US$ 15 milhões de Wilson Carlos. “O resto (US$ 78 milhões), de Sérgio Cabral”, disse o procurador El Hage.

Ao detalhar a operação financeira para o pagamento dos US$ 16,5 milhões de propina da conta de Eike no Panamá para uma conta dos operadores de Cabral no Uruguai, os delatores Marcelo Chebar e Renato Chebar (que são irmãos e receberam a quantia de Eike no exterior) revelaram que, por indicação do então governador, foram adquiridas ações na bolsa de valores que pertenceriam, de fato, a Cabral, apesar de não estarem em seu nome.

Delação
Segundo relataram os irmãos Chebar, o então assessor de Cabral, Carlos Miranda, e o então secretário do Rio Wilson Carlos os procuraram em 2010 para que eles viabilizassem o pagamento de propina de US$ 18 milhões de Eike ao peemedebista.

Os delatores não souberam contar o motivo do pagamento, mas detalharam como ele foi estruturado junto a executivos que trabalhavam com Eike, incluindo na época o hoje vice-presidente do Flamengo Flavio Godinho, também preso na Operação Eficiência nesta quinta-feira (26/1).

Em um primeiro momento, aponta o Ministério Público Federal, para dar aparência de legalidade à operação foi realizado em 2011 um contrato de fachada entre a empresa Centennial Asset Mining Fuind Llc, holding de Eike, e a empresa Arcadia Associados, dos irmãos Chebar, referente a uma falsa intermediação na compra e venda de uma mina de ouro de R$ 1,2 bilhão.

Os irmãos, contudo, tiveram dificuldade em abrir contas no TAG Bank, no Panamá, onde Eike mantinha a offshore Golden Rock, subsidiária da Centennial, e acabaram abrindo uma conta no banco Winterbotham, no Uruguai.

Diante dos indícios, a força-tarefa chamou Eike para depor, mas o empresário afirmou jamais ter pago propina a Sérgio Cabral. Com isso, os procuradores solicitaram ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal no Rio, decreto de prisão de Eike e de outros suspeitos, além de realizar buscas e aprofundar nas investigações sobre o esquema de Cabral, o que foi autorizado e deu origem à Operação Eficiência.

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