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Sem apoio do MDB, Tebet diz que independência do Senado está comprometida

Parlamentar rejeitou o apelido de “candidatura avulsa” e defendeu ser a melhor opção para uma Casa independente

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Simone Tebet
1 de 1 Simone Tebet - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Candidata à presidência do Senado Federal, Simone Tebet (MDB) oficializou, nesta quinta-feira (28/1), que irá concorrer ao pleito – mesmo sem o apoio formal de seu partido. A senadora, contudo, rejeitou o termo “candidatura avulsa” e reafirmou que seu compromisso é com a independência da Casa.

“Recebi a ligação do líder da bancada do MDB, Eduardo Braga, me liberando de qualquer compromisso. Deixo de ser candidata à presidência pelo MDB e passo a ser independente. Agradeço ao líder da bancada por me liberar. Esteve comigo até o último minuto, tentando construir nossa candidatura e já declarou como senador o seu voto a mim no dia 1°  de fevereiro”, disse a senadora, em coletiva de imprensa.

A parlamentar alega que não se coloca como uma candidata avulsa por entender que as eleições para a Mesa Diretora do Senado deste ano são de “foro íntimo”. “Cada senador leva em conta convicções pessoais. Não me considero uma candidata avulsa porque represento um grupo de senadores, independente de estar vinculada a um partido.”

Tebet defendeu o simbolismo de ser a primeira candidata ao pleito. “Orgulho de estar aqui como a primeira mulher candidata da história de 200 anos do Senado Federal. Me move a continuar essa luta. O caminhar não significa necessariamente buscar a vitória nas eleições. Já é uma vitória a mulher brasileira ter uma representante candidata à presidência do Senado Federal.”

“Independência comprometida”

Durante sua fala, a parlamentar criticou as recentes tentativas do governo federal de interferir no comando da Casa. Nas palavras da senadora, a “independência do Senado está comprometida”.

“A independência está comprometida, porque temos um candidato oficial do governo federal e isso é visível. Nos momentos mais difíceis, foi o Senado que achou as saídas para graves crises que o Brasil enfrentava. Não é possível darmos uma saída correta se não tivermos a absoluta independência”, enfatizou, referindo-se ao senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que é o candidato de Davi Alcolumbre (DEM-AP) com o apoio do Palácio do Planalto.

A parlamentar voltou a dizer que sua candidatura é “objetiva” e defendeu que, se eleita, pautará matérias como o retorno do auxílio emergencial e reformas estruturantes.

“Temos que discutir imediatamente o retorno de um auxílio, ainda que dentro dos limites da responsabilidade fiscal e da âncora fiscal. Nem que pra isso tenhamos que cortar da nossa carne. Também defendo reformas estruturantes, especialmente a tributária, que garanta justiça social, onde quem ganha menos pague menos, proporcionalmente”, ressaltou.

“Jogo está pesado”

Questionada sobre se teria se sentido traída pelo movimento do partido em decidir apoiar a candidatura de Rodrigo Pacheco ao pleito em troca de cadeiras na Mesa Diretora, a senadora afirmou que entende e respeita a decisão do MDB e classificou o movimento da sigla como “jogo da política”.

“Fiz um gesto sem querer nada em troca, a favor de um projeto que me pareceu ser o ideal para a Casa Alta da democracia. Eu nunca fui candidata de nenhum partido. O jogo está pesado e sabemos que todos têm independência para decidir quem avaliam como candidato ideal”, avaliou Simone Tebet.

A parlamentar também negou desgaste com o MDB, mas deixou o futuro em aberto. “Nasci dentro do MDB e me apego a essa corrente partidária. Não posso dizer da minha permanência ou não. Tenho só gratidão ao senador Eduardo Braga. Está do meu lado como senador, não como líder. Não sou candidata do MDB.”

Na véspera da eleição, Tebet voltou a se reunir com parlamentares do Podemos e reforçou o apoio de parte de senadores do PSDB. A parlamentar, agora, deve retomar as conversas com a senadora Leila Barros (PSB-DF).

Candidatura avulsa

Pela manhã, o líder do MDB no Senado, senador Eduardo Braga, afirmou ao Metrópoles que a decisão ocorre diante da vontade de outros parlamentares do partido em escolher outro candidato para a presidência.

“Simone vai se posicionar como candidata avulsa em função de que ela ontem, na reunião de bancada, percebeu que há alguns senadores que defendem uma outra alternativa. Decisão que acho correta”, explicou o líder do MDB, por telefone.

O descolamento de Simone Tebet ocorre diante da possibilidade de o MDB entrar no bloco de apoio ao senador Rodrigo Pacheco, que é o candidato de Davi Alcolumbre, responsável por intermediar as conversas entre as siglas. Alcolumbre teria prometido ao MDB cadeiras na Mesa Diretora.

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