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Primeiro do governo a se pronunciar, Mourão defende apoio à Ucrânia

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro preferiu não comentar invasão russa. Vice-presidente defendeu “uso da força” em vez de sanções

atualizado

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Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
Hamilton Mourao
1 de 1 Hamilton Mourao - Foto: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

Primeiro membro do alto escalão do governo a se manifestar oficialmente sobre o ataque da Rússia à Ucrânia, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse, na manhã desta quinta-feira (24/2), que “tem que haver uso da força e apoio à Ucrânia”. O presidente do país russo, Vladmir Putin, decidiu, nesta madrugada, invadir a Ucrânia.

“A história se repete, ora como farsa ora como tragédia. Nesse caso, ela está se repetindo como tragédia”, lamentou Mourão, parafraseando uma célebre frase do filósofo Karl Marx. “Tem que haver um uso da força, realmente um apoio à Ucrânia, mais do que está sendo colocado. Essa é a minha visão”, completou.

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De acordo com o militar, o Brasil tem tomado posicionamento de respeito aos princípios básicos do direito internacional dentro da Organização das Nações Unidas (ONU), de não intervenção e de assegurar a soberania. “Mas, por enquanto, nós não temos nenhuma outra coisa a fazer além disso aí. Vamos ver o que vai emergir das reuniões do conselho de segurança da ONU, porque, senão, a ONU também perde sua razão de ser”, opinou Mourão.

Questionado se o Brasil abandonará a posição de neutralidade, Mourão respondeu: “Não sei. O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com a invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade”, disse.

Primeiro a se manifestar

Além da ausência de uma posição imediata do ministério das Relações Exteriores após a decisão de Vladmir Putin de atacar a Ucrânia, em sua primeira fala do dia, o presidente Jair Bolsonaro, também ignorou o conflito. Em vídeo de conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, ele preferiu tecer críticas à vizinha Argentina.

Bolsonaro esteve em Moscou na semana passada, onde se encontrou com Vladimir Putin e causou problemas diplomáticos ao Brasil depois de expressar solidariedade com a Rússia e dizer que Putin buscava a paz.

Bolsonaro: “Leitura que tenho de Putin é de alguém que busca a paz”

Em nota divulgada após a declaração do vice-presidente, o Itamaraty disse o que o Brasil acompanha “com grave preocupação” a deflagração das operações militares pela Rússia contra o país vizinho.

A pasta ainda apelou para a suspensão imediata das hostilidades e defendeu uma solução diplomática.

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