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Presidente Bolsonaro não quer “encrenca” com árabes

Brasileiro termina viagem a Israel, marcada por proximidade com premiê Netanyahu, tentando reconstruir relação com Palestina

atualizado

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Alan Santos/PR
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1 de 1 visita bolsonaro israel3 - Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) encerrou sua visita a Israel nesta quarta-feira (3/4) dizendo que não quer “encrenca” com os países árabes. “Não estamos procurando encrenca com ninguém. Quero é solução”, disse, antes de embarcar para Brasília.

No domingo, primeiro dia de sua viagem a Israel, Bolsonaro anunciou a abertura de um escritório comercial na cidade de Jerusalém, disputada por israelenses e palestinos. A Autoridade Palestina condenou a decisão e prometeu contactar seu embaixador no Brasil, Ibrahim Al-Zeben.

O Hamas, grupo extremista islâmico que controla a Faixa de Gaza, também criticou a visita de Bolsonaro a Israel. Em nota, o grupo afirmou que a viagem não apenas contradiz a histórica atitude do povo brasileiro de apoio à causa palestina, como também viola leis internacionais.

Em resposta, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente que o acompanhou na viagem, mandou um recado ao Hamas, considerado uma organização terrorista por Israel e Estados Unidos. “Quero que vocês se explodam”, escreveu em sua conta no Twitter – mais tarde, ele apagou a mensagem.

Em seu último dia de visita a Jerusalém, Bolsonaro tentou reconstruir a relação com os árabes, que importam carne e açúcar do Brasil. “Respeito o povo palestino, não posso concordar com grupos terroristas. Aí complica, né? Se não, estaria contra a minha biografia, eu que combati esse pessoal da esquerdalha desde 70”, afirmou o presidente.

O embaixador palestino no Brasil disse ao Estado na segunda-feira (1º) que deve permanecer no Brasil pelo menos até o retorno de Bolsonaro. Ele ainda esperava conseguir uma audiência com o presidente após o retorno, solicitada por ele e outros embaixadores de países árabes há mais de 15 dias.

O embaixador criticou o anúncio da criação do escritório em Jerusalém e sugeriu que o Brasil abra uma representação similar em Jerusalém Oriental, região que os palestinos almejam como capital de um futuro Estado. A área foi ocupada por Israel em 1967.

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