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Porta-voz: “diretrizes” para propagandas estatais não é intervenção

Planalto nega ainda querer interferir na política de juros do Banco do Brasil. Bolsonaro sugeriu baixar taxas do crédito rural

atualizado

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Marcos Corrêa/PR
porta voz presidência Marcos Corrêa-PR
1 de 1 porta voz presidência Marcos Corrêa-PR - Foto: Marcos Corrêa/PR

Após o Banco do Brasil estar no centro de duas polêmicas, com o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), determinando diretamente ações da instituição, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, negou interferência do Planalto no banco. 

No fim da semana passada, Bolsonaro barrou a veiculação de uma propaganda da instituição financeira que destacava a diversidade. Nesta segunda-feira (29/04/2019), sugeriu que o BB reduzisse os juros para produtores rurais. A mais recente opinião de Bolsonaro fez com que as ações da instituição caíssem ao longo do dia. O Banco do Brasil é uma instituição de economia mista, com a maior parte das ações sendo controladas pelo governo federal.

“Diretrizes”
O porta-voz do governo disse haver uma “diretriz”, aprovada pela Presidência da República e a Secretaria de Comunicação (Secom). Segundo ele, os órgãos ligados ao governo devem, a partir dessas linhas, estabelecer “os pressupostos para contratação de suas propagandas”. Ele, entretanto, não comentou quais seriam as diretrizes estabelecidas.

Questionado se estabelecer regras para as peças publicitárias não seria uma intervenção, Rêgo Barros negou: “Ao contrário. Quando você estabelece políticas e estratégias é porque você confia na ponta”. Ele justificou que as políticas são “estratégia ampla”, deixando a execução a cargo de cada órgão do governo.

Política de juros
O outro episódio envolvendo o BB e uma suposta intervenção do Planalto ocorreu na manhã desta segunda, quando Bolsonaro pediu ao presidente do banco redução dos juros ao agronegócio, o que causou uma queda nas ações da instituição durante o dia.

Para o porta-voz, as críticas sobre o pedido são infundadas, e Bolsonaro não tem intenção de intervir na gestão do Banco do Brasil. “Sinceramente, se foi criticado foi uma falta de oportunidade de evitar a crítica”, disse. Segundo Rêgo Barros, o comentário sobre os juros do banco foi feito por Bolsonaro em “ambiente muito amigável”.

“Obviamente que o presidente não quer e não intervirá em qualquer aspectos que estejam relacionados a juros dos bancos que estão, em tese, sob o guarda-chuva do governo”, concluiu o porta-voz do Planalto.

Coaf na Justiça
No briefing desta segunda-feira (29/04/2019), Rêgo Barros também informou que o presidente Jair Bolsonaro manterá, por enquanto, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no Ministério da Justiça.

No último sábado (27/04/2019), o ministro da Justiça, Sergio Moro, postou tuítes para defender a permanência do Coaf em sua pasta. “O Coaf foi fortalecido por sua transferência ao MJSP por decisão do governo do presidente Jair Bolsonaro”, escreveu o ex-juiz. .

Na última semana, Bolsonaro disse em café com jornalistas não se opor em tirar o Coaf de Moro. “Não me oponho em voltar o Coaf para o Ministério da Economia, apesar do Paulo Guedes estar com muita coisa”, afirmou.

Também nesta segunda-feira (29/04/2019), o Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil, que congrega 27 estados, afirmou repudiar a “tentativa” de realocar Coaf no Ministério da Fazenda.
Em nota é assinada pelo presidente Robson Cândido da Silva, o conselho afirma que a medida poderia “tirar o foco do combate à corrupção e à lavagem de dinheiro”.

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