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PEC dos Precatórios: Bolsonaro diz que só manda no “voto de Flávio”

PEC adia pagamento de dívidas do governo reconhecidas pela Justiça para viabilizar programa social do governo, chamado Auxílio Brasil

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro
1 de 1 Senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Enviada especial aos Emirados Árabes – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que o governo tem trabalhado para aprovar a PEC dos Precatórios no Senado e que “manda” no voto de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do chefe do Executivo. O texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados nesta semana.

A proposta adia o pagamento dos precatórios — dívidas do governo reconhecidas pela Justiça — para conceder, no mínimo, R$ 400 aos beneficiários do novo programa social do governo, chamado Auxílio Brasil.

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Bolsonaro conversou com jornalistas na chegada ao hotel onde está hospedado em Dubai. Mais cedo, ele teve uma reunião bilateral com o emir de Dubai e primeiro-ministro dos Emirados Árabes, Mohammed bin Rashid Al Maktoum, na Expo Dubai 2020. Na conversa, o presidente admitiu que é de seu conhecimento que é mais difícil da proposta ser aprovada no Senado.

“A gente trabalha para aprovar. O único voto que eu mando lá é o do Flávio. É mais difícil [de aprovar no Senado], sabemos disso”, declarou o presidente.

Na entrevista à imprensa, o chefe do Executivo brasileiro voltou a dizer que o governo não tem como pagar R$ 90 bilhões de precatórios no ano que vem.

“A gente não tem como pagar 90 bilhões ano que vem dentro do teto, porque ia parar tudo no Brasil. Será que o objetivo é parar tudo no Brasil? Estamos no parlamento negociando isso”, afirmou o presidente.

Viagem aos Emirados Árabes

Bolsonaro chegou aos Emirados Árabes acompanhado da primeira-dama brasileira, Michelle Bolsonaro, do chanceler Carlos França e do ministro da Economia, Paulo Guedes. O mandatário da República ainda completará o “giro comercial” passando por Bahrein e Catar, na próxima semana.

Integram ainda a comitiva presidencial: Bento Albuquerque (Minas e Energia), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Gilson Machado (Turismo), Braga Netto (Defesa) e Mário Frias (secretário especial de Cultura). O almirante Flávio Rocha (secretário de Assuntos Estratégicos) e os filhos do presidente Eduardo e Flávio também acompanham a viagem.

De acordo com o secretário de Negociações Bilaterais no Oriente Médio, Europa e África, do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega, a viagem aos países do Golfo Pérsico servirá para a troca de ideias. O objetivo é atingir, “no mais alto nível, um intercâmbio sobre impressões do mundo pós-pandemia”.

A agenda internacional ainda inclui reuniões para debater a alta do petróleo, que tem impacto direto nos preços dos combustíveis no Brasil, e a transição energética.

Esta é a segunda viagem presidencial de Bolsonaro a países do Oriente Médio e a nações que ficam na região do Golfo Pérsico. Em 2019, ainda no primeiro ano de mandato, o presidente brasieleiro visitou Riad, na Arábia Saudita; Abu Dhabi, nos Emirados Árabes; e Doha, no Catar.

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