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Paulo Coelho se oferece para bancar festival de jazz vetado na Rouanet

Evento, que se diz antifascista, foi reprovado pela Funarte sob o argumento de que “a arte é tão singular que pode ser associada ao Criador”

atualizado

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Reprodução/ Redes sociais
Paulo Coelho e esposa, Cristina Oiticica, se oferecem para cobrir festival de jazz antifascista reprovado pela Funarte
1 de 1 Paulo Coelho e esposa, Cristina Oiticica, se oferecem para cobrir festival de jazz antifascista reprovado pela Funarte - Foto: Reprodução/ Redes sociais

A Fundação Coelho & Oiticica, do escritor Paulo Coelho e da mulher dele, a artista plástica Christina Oiticica, ofereceu-se para bancar a realização do Festival de Jazz do Capão.

O evento, que acontece há uma década na Bahia, teve o apoio por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) reprovado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte). No parecer técnico, a Funarte assinalou que “a arte é tão singular que pode ser associada ao Criador”.

O Festival de Jazz do Capão posiciona-se nas redes sociais como “antifascista e pela democracia”.

“A Fundação Coelho & Oiticica se oferece para cobrir os gastos do Festival do Capão, solicitados via Lei Rouanet (R$ 145,000) Entrem em contato via DM pedindo a alguém que sigo aqui que me transmita”, anunciou Paulo Coelho, nesta segunda-feira (14/7), ao estabelecer uma única condição: “que seja antifascista e pela democracia”.

Entenda

Organizadores do Festival de Jazz do Capão utilizaram suas redes sociais, nesta segunda-feira (12/7), para relatar que não conseguiram captação de recursos através da Lei Rouanet depois de postarem que são a favor da democracia e contrários ao fascismo, em sua página no Facebook, em junho de 2020.

O governo federal deu parecer desfavorável ao festival, que está em sua nona edição, com justificativas como: “O objetivo e finalidade maior de toda música não deveria ser nenhum outro além da glória de Deus e a renovação da alma”, frase atribuída a Johann Sebastian Bach.

Reprodução

O parecer apresenta citações, versos em latim e frases como “a Arte é tão singular que pode ser associada ao Criador”. A conclusão é que o projeto traria “desvio de objeto, risco à malversação do recurso público incentivado com propositura de indevido uso do mesmo”.

Em uma rede social, o secretário Nacional de Incentivo e Fomento à Cultura, André Porciuncula, comentou a atitude de Paulo Coelho. “Parabéns, estão aprendendo que evento político/ideológico se faz com dinheiro privado, não com dinheiro público”, provocou o bolsonarista.

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