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“Não mando no voto de ninguém”, diz Bolsonaro sobre ministros do STF

Presidente adiantou e comentou posições de ministros indicados por ele em matérias polêmicas discutidas pela Corte

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Ministro do STF, Kassio Nunes Marques e Bolsonaro, durante Cerimônia de Sanção do Projeto de Lei que cria o Tribunal Regional Federal da 6ª Região 26
1 de 1 Ministro do STF, Kassio Nunes Marques e Bolsonaro, durante Cerimônia de Sanção do Projeto de Lei que cria o Tribunal Regional Federal da 6ª Região 26 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que não manda no voto de nenhum ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), mas comemorou posições dos dois ministros indicados por ele — Kassio Nunes Marques e André Mendonça — em ações na Corte.

“Até o momento, esses dois têm liberdade, obviamente, né? Não conduzo nem peço voto para eles. Converso sobre algumas questões, como já conversei com o Kassio sobre o marco temporal, porque se for aprovado o marco temporal, acabou o Brasil”, iniciou Bolsonaro em entrevista à Jovem Pan News, lembrando que Nunes Marques votou contra mudança na tese e o placar está atualmente empatado.

Bolsonaro adiantou que André Mendonça, que tomou posse em dezembro após um longo processo no Senado Federal, deve ser contrário à nova tese, que pode ampliar a demarcação das terras indígenas. A interpretação atual estabelece que populações indígenas só teriam direito à terra sob sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

“André [Mendonça] participou disso tudo enquanto ministro meu lá dentro. E todos os posicionamentos dele, desde como AGU e depois na Justiça, ele é contra esse novo marco temporal. Não vai mudar agora. Não sou eu que tô falando que ele vai votar assim porque eu quero. Eu não mando no voto de ninguém lá”, prosseguiu o mandatário.

A entrevista, exibida nesta segunda-feira (10/1), foi gravada na semana passada.

Bolsonaro ainda classificou como “sorte” o fato de Mendonça ter sido escolhido como relator da ação que discute o ensino de questões de gênero nas escolas. “As pautas voltadas para ideologia de gênero caíram com o André Mendonça. Então, é uma tranquilidade para a família tradicional.”

O chefe do Executivo federal, que costuma atacar ministros do Supremo, disse também que já “tem na cabeça” quem seriam os nomes para as duas vagas que serão abertas no STF em 2023. O próximo presidente da República poderá indicar, ainda no início do mandato, dois nomes para a Corte.

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