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“Não gostaria de fazer reforma da Previdência”, diz Bolsonaro

Ao lado de ministros e diretamente do Chile, presidente afirmou, contudo, que reforma é necessária. Também defendeu acordos feitos nos EUA

atualizado

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Alan Santos/PR
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1 de 1 Bolsonaro47 - Foto: Alan Santos/PR

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), fez nesta quinta-feira (21/3) mais uma de suas transmissões ao vivo e disse que, “no fundo, não queria fazer a reforma da Previdência“, mas sabe que ela é necessária para que o país não “quebre”. O presidente, que está em missão oficial ao Chile, também reclamou da cobertura da imprensa durante sua viagem aos Estados Unidos, no início desta semana, e evitou comentar a prisão de seu antecessor, o emedebista Michel Temer.

Desta vez, durante a transmissão, Bolsonaro estava ao lado dos ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União); do porta-voz, general Otávio Rêgo Barros, e do deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ).

Ao dizer que não gostaria de fazer a reformulação dos regimes de aposentadorias, Bolsonaro, contudo, ponderou que a reforma é necessária, e seria “irresponsável se não a fizesse”. Ao seu lado, o general Augusto Heleno pediu o uso do termo preferido pelo governo, “nova Previdência” e disse que a imprensa pode ajudar na aplicação da medida, mas “precisa atuar patrioticamente”.

Acordos bilaterais
O presidente fez a defesa dos acordos firmados durante a visita ao presidente norte-americano, Donald Trump, como a liberação de visto para a entrada de cidadãos daquele país no Brasil. Bolsonaro reclamou da cobertura da viagem pela imprensa, incluindo as notícias sobre seu “sumiço” com agendas não programadas, como a visita à Agência Central de Inteligência (CIA).

Ele também celebrou o acordo para uso da Base Militar de Alcântara, no Maranhão, pelos norte-americanos. Segundo Bolsonaro, o governo pretende empregar quilombolas no empreendimento. “Todos nós temos a ganhar com a base da lançamento funcionando”, completou.

Já sobre sua agenda no Chile, o presidente começou criticando a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), formada por 12 países da América do Sul com a participação do ex-presidente Lula. O atual presidente brasileiro defende a substituição da UnaSul por um novo grupo, o ProSul, pois, segundo ele, o bloco em vigor foi criado para eleger governos de esquerda e é “nome fantasia do Foro de São Paulo”.

O ministro do GSI, general Heleno, concordou e afirmou que o grupo transformaria a “América do Sul em uma grande Venezuela”. Bolsonaro concluiu que sua intenção é “pôr fim” na organização.

O presidente, que completa 64 anos nesta quinta, vai comemorar seu aniversário em uma recepção na casa do embaixador do Brasil no Chile, Carlos Sérgio Duarte, com diplomatas brasileiros. O chefe do Executivo federal participa nesta sexta-feira (22) do encontro da cúpula presidencial da América do Sul.

Durante sua visita ao país, Bolsonaro também participará de um almoço oficial dos líderes dos países participantes da cúpula (Brasil, Chile, Peru, Argentina, Paraguai, Colômbia e Equador). No sábado (23), a agenda presidencial começa com um café da manhã no hotel, com empresários e entidade do setor fabril chileno. À tarde, acontecerá a reunião bilateral com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, que oferecerá um almoço em homenagem a Bolsonaro. Após o encontro com o mandatário chileno, o brasileiro retorna ao Brasil ainda na tarde de sábado.

Na rede
Bolsonaro tem usado as lives como nova estratégia de comunicação após episódios polêmicos envolvendo suas redes sociais. A ideia do governo é que ele comente, ao lado de ministros e auxiliares próximos, os assuntos do Executivo que considera mais importantes na semana. Nas duas transmissões anteriores, Bolsonaro aproveitou a audiência para comentar temas como exportação de bananas do Equador, sua vontade de acabar com lombadas eletrônicas e com as placas padrão do Mercosul para veículos brasileiros.

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