metropoles.com

Ministro da Justiça garante que não haverá interferência na Lava Jato

Moraes avalia que a Lava Jato é uma ‘investigação inteligente, estratégica’ porque cada etapa desencadeada permitiu a descoberta de outros fatos

atualizado

Compartilhar notícia

Edson Lopes Jr/A2 FOTOGRAFIA
Alexandre de Moraes
1 de 1 Alexandre de Moraes - Foto: Edson Lopes Jr/A2 FOTOGRAFIA

O ministro Alexandre de Moraes, da Justiça, declarou nesta segunda-feira, 13, que ‘pode garantir’ a todos os procuradores da República e delegados de Polícia Federal que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato que não haverá ‘nenhuma interferência’ na maior investigação já realizada no País contra a corrupção.

Moraes referiu-se diretamente às declarações do procurador Deltan Dallagnoll, um dos coordenadores da força-tarefa do Ministério Público Federal, que, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, admitiu receio de que ‘poderosos encerrem a Lava Jato”.

“Eu posso garantir a ele (Deltan Dallagnoll), estou garantindo não só a ele como a todos os procuradores e a todos os delegados que não haverá nenhuma interferência na Operação. Todo o apoio à Lava Jato vem sendo dado”, afirmou o ministro, em São Paulo, após reunir-se com o procurador-geral de Justiça Gianpaolo Poggio Smanio – ambos trataram do combate à violência contra a mulher.

Após o encontro com o chefe do Ministério Público de São Paulo, Alexandre de Moraes abordou as declarações de Deltan – o procurador alertou que ‘não se pode menosprezar o poder das lideranças investigadas” e atacou ‘acordão’ citado por cardeais do PMDB, nos áudios gravados pelo delator Sérgio Machado. “Planos seriam meras especulações se não tivessem sido tratados pelo presidente do Congresso Nacional”, disse o procurador, em alusão ao senador Renan Calheiros.

“Na semana passada fiz uma reunião com o diretor-geral da Polícia Federal, doutor Leandro Daiello”, relatou o ministro da Justiça. “Renovamos os prazos de todos aqueles (delegados e agentes) que estão atuando (na Lava Jato), perguntei da necessidade de mais efetivos e de mais recursos. Posso afirmar que todos os esforços serão redobrados para que a Operação Lava Jato chegue ao seu melhor resultado.”

Alexandre de Moraes

Moraes avalia que a Lava Jato é uma ‘investigação inteligente, estratégica’ porque cada etapa desencadeada permitiu a descoberta de outros fatos. “Não se perdeu o fio da meada, chegando até a cúpula criminosa.”

O ministro tocou em um ponto que os procuradores consideram fundamental para o combate aos malfeitos e à impunidade, o projeto de iniciativa do Ministério Público Federal denominado 10 Medidas contra a Corrupção.

2 milhões
A proposta, que recebeu apoio de mais de dois milhões de cidadãos, está parada no Congresso. “Estamos fazendo uma análise do 10 Medidas. A tese do presidente Michel Temer é de total apoio às medidas. Estamos analisando detalhadamente cada uma das medidas, até para verificação da questão da iniciativa, uma questão mais formal. Uma medida que prevê alteração no Judiciário, então é preciso verificar no Judiciário também. Esse estudo está sendo elaborado pela Secretaria de Assuntos Legislativos, sob minha supervisão direta. Antes de assumir o cargo de ministro da Justiça, ainda como secretário de Segurança Pública de São Paulo, assinei o 10 Medidas. Participei da iniciativa popular. Estamos verificando essas questões formais para chamar as lideranças do Congresso.”

O ministro descartou a hipótese de o PT buscar acordo de leniência – quadros importantes do partido foram pegos pela Lava Jato. “Eu vou me fiar no que eu li na imprensa em relação a essa possibilidade de que alguns integrantes do PT, alguns deles, acharam que poderiam fazer um mea culpa e, a partir daí, um acordo de leniência. Acho que é importante, por um lado, por admitir as práticas ilícitas que acabaram ocorrendo, mas não é possível que um partido político, que recebe dinheiro público, financiamento público, faça uma leniência e continue existindo. Porque a penalidade para a prática desses crimes que seriam confessados é a extinção.”

Alexandre de Moraes anotou que para um eventual acordo de leniência de partido político teria que haver alteração na legislação. “A confissão é importante, primeiro se dá a confissão, em segundo momento a prestação transparente de contas à população, ‘realmente erramos, praticamos isso, aquilo’. Agora, não é possível, por parte da Justiça Eleitoral, não há mecanismos para um acordo desse tipo.”

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?