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Marun admite que governo ainda não tem votos suficientes para reforma

Segundo o ministro, o governo não trabalha com hipótese de que a reforma não seja votada em fevereiro

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1 de 1 CPI-JBS-Carlos-Marun-840×560 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A três semanas da data marcada para a votação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, o governo não tem os votos necessários para aprovar a proposta, admitiu nesta segunda-feira (29/1), o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun.

Ele ressaltou, porém, que está confiante no apoio dos deputados à mudança nas regras de aposentadoria e pensão e rechaçou qualquer possibilidade de novo adiamento da votação. Segundo o ministro, o governo não trabalha com hipótese que não seja a de votação em fevereiro.

“Ao mesmo tempo em que ainda não temos esses votos, e eu não minto, então não mentiria a respeito disso, nós vivemos uma situação que é a melhor desde maio de 2017, quando iniciou aquela conspiração que buscava derrubar o presidente e que fez como principal vítima essa necessária reforma”, disse Marun, que é responsável pela articulação entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional.

Segundo ele, o cenário atual é melhor porque há hoje um número semelhante de votos ao que se tinha em maio de 2017, antes do estouro da crise política. Além disso, o ministro alegou que existe atualmente um apoio maior da sociedade à reforma. “Isso nos dá segurança e confiança de que poderemos, sim, votar em fevereiro e seremos vitoriosos”, disse.

O ministro também demonstrou confiança na “responsabilidade” do Congresso Nacional em momentos de necessidade, embora tenha reconhecido antes que o fator eleitoral tem pesado mais para alguns parlamentares evitarem apoiar a proposta.

“Conheço o Congresso Nacional, conhecemos nível de responsabilidade do nosso Parlamento, que nos momentos decisivos e essenciais nunca falta para com o Brasil”, afirmou Marun.

Ele lembrou que as contas da Previdência estão em déficit cada vez maior – no ano passado, o rombo foi de R$ 268,8 bilhões entre INSS e o regime dos servidores públicos federais. Além disso, já houve o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s e, segundo Marun, há o risco de novos rebaixamentos.

“Penso que ser contra reforma da Previdência é quase que assinar atestado de irresponsabilidade”, afirmou o ministro.

Origem da segurança
Para Marun, a articulação política em torno da reforma da Previdência e o maior entendimento da população sobre o tema dão ao governo segurança de que aumentou o apoio à mudança defendida pelo Palácio do Planalto. Ele acredita que, se toda a população fosse esclarecida sobre o tema, a aprovação popular ao projeto chegaria a 90%.

No campo político, o ministro explica que líderes dos partidos começam a voltar esta semana para Brasília e o governo retoma as reuniões de articulação que já têm dado resultado positivo. Nesse esforço, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é uma peça fundamental para o governo. “Contamos sempre com a participação de Rodrigo Maia, que é um dos baluartes da aprovação dessa reforma, para que possamos complementar um trabalho que já está sendo feito de convencimento dos deputados da necessidade de aprovação”, disse, ao reconhecer que a eleição pode atrapalhar a tramitação, mas que há indicações de maior apoio ao projeto.

Além da segurança no campo político, Marun também acredita que cresce o apoio popular à reforma. “Estamos notando e sentindo a mudança muito forte da população”, disse, ao comentar o esforço do governo em esclarecer a sociedade sobre o projeto. “Se conseguíssemos esclarecer 100% da população sobre o que propomos, teríamos aprovação de 90%”, diz.

Questionado sobre a persistência de críticas à reforma nas redes sociais, o ministro minimizou. “Críticas não existem mais. Não existem argumentos”, disse, ao comentar que não vê nas redes sociais pessoas defendendo a aposentadoria aos 47 anos ou com valores superiores ao teto. “O que vejo é a conversa de alguns privilegiados preocupados com a sua própria aposentadoria”, acusou.

No esforço de convencimento, explicou o ministro, também participam lideranças de fora do governo. “Existe um movimento de convencimento natural para que as lideranças do país também se envolvam. Temos conversado com lideranças empresariais, políticas, e religiosas para que motivem e participe do processo”, afirmou.

Sobre a posição de Maia de não levar o texto à votação se não tiver segurança sobre a possibilidade de aprovação, o ministro comentou que o presidente da Câmara será atualizado do cenário. “Esperamos e temos a convicção de que oferecemos a Maia informações que lhe trarão a necessária segurança para que ele tome a decisão correta em relação à votação da reforma que, repito, tem que acontecer no mês de fevereiro”, disse.

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